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Narra Kayla
Acordei e reparei que me encontrava envolvida no abraço forte e caloroso que Rocky me dava enquanto que dormia. Não me quis mexer, pois caso isso acontece ele acordaria e eu não queria que este abraço acaba-se. Estava com um sorriso enorme na cara. Com o que estaria a sonhar? Isso é um verdadeiro mistério. Os pensamentos dele são algo que nunca ninguém conseguiu descodificar. São esses pensamentos longínquos que nos põem a pensar. O sorriso dele começou a desfazer-se, o que deveria de estar a acontecer? Pus me a imaginar o que ele deveria de estar a pensar. O abraço que me envolvia acabou. Olhei para ele e este estava a acordar...

Kayla: Bom dia dorminhoco! - beijo-o
Rocky: bom dia bonequinha.
Kayla: isto assim não vale.
Rocky: o que?
Kayla: eu chamo-te de dorminhoco mas tu a mim chamas-me de bonequinha.
Rocky: porque tu és a minha boneca.
Kayla: ahahah eu sei que sim. - sorri-o

Levantamo-nos os dois da cama, pegamos numa roupa adequada para vestir, saímos da tenda e fomos os dois até ás casas de banho para nos trocarmos.
Rocky entrou na casa de banho masculina e eu na feminina.
Comecei a despir o pijama já amarrotado e uma brisa fria fez o meu corpo arrepiar-se. Vesti a outra roupa que trouxera num instante para me poder voltar a aquecer. Vesti uma blusa branca, que estava fria, e umas calças de ganga. Calcei uns tênis vermelhos e sai da casa de banho.
Rocky ainda não houvera saído, por isso fiquei em ali, em frente da porta da casa de banho masculina, imóvel, á espera dele. No instante seguinte apareceram todos os outros, que também vinham para se trocar. Ellington vinha frente e mais atrás vinha Rydel segurando Thomas e as suas roupas. Ouvi o som da porta enferrujada da casa de banho a abrir. Rocky saíra da casa de banho enquanto que todos os outros entravam...

Rocky: já estás pronta?
Kayla: já.
Rocky: queres esperar pelos outros ou preferes ir já para o acampamento?
Kayla: vamos já. Assim pudemos ficar um bocadinho sozinhos.
Rocky: claro que sim.
Kayla: ótimo.

Rocky agarrou na minha mão e encaminhou me até ao acampamento. Íamos os dois lado a lado, encostei a minha cabeça no seu ombro enquanto caminhávamos e ele pôs a sua cabeça sobre a minha depositando vários beijinhos sobre ela. Não queria que aquele passeio acabe-se. Mas acabou. Chegamos ao acampamento, guardamos os pijamas nas mochilas e depois sentamo-nos os dois em frente da fogueira. Rocky puxou-me para cima dele, ficando sentada em cima das suas pernas, e enroscou me nos seus braços. Foi deixando sobre o meu pescoço um trilho de beijos que ia largando.

Isa: se quiserem nós vamos nos embora. É só pedir. - interrompe
Kayla: deixem estar. Nós só estávamos a fazer tempo até vocês chegarem. - digo saindo do colo de Rocky
Rocky: mas se insistirem em ir embora nós não vos vamos impedir, obviamente.
Riker: nesse caso acho que ficamos.
Ellington: por acaso á alguma coisa que se come? Tenho fome.
Rydel: não. Acabamos com tudo ontem. Nem tenho que dar de comer ao Thomas.
Ellington: e se eu fosse comprar algumas coisas e depois voltasse?
Rydel: sim. Eu e o Thomas vamos contigo. Certo Thomas?
Thomas: si.
Ellington: então vamos lá. Até já.
Todos: até já.
(Rydel, Thomas e Ellington dirigem-se até aos carros)
Ana: e nós!? O que é que fazemos?
Isa: sinceramente não sei.
Ross: esperamos por eles?
Rocky: eu tenho muito que fazer. - diz puxando-me para cima dele de novo
Riker: já percebemos que vocês querem estar sozinhos.
Ana: nós vamos até ao rio. Até já.
Todos: até já.

Rocky ficou a observar eles a afastarem-se. Quando já não os conseguia ver, voltou toda a sua atenção para mim...

Rocky: onde é que íamos? - beija-me
Kayla: porque é que os expulsaste?
Rocky: eu não os expulsei, eles é que queriam ir até ao rio.
Kayla: porque tu lhes disseste.
Rocky: mas eu quero estar contigo.
Kayla: mas não era preciso teres feito isto. - digo levantando me - Perdi a vontade de aqui estar.
Rocky: estás chateada comigo?
Kayla: estou, afinal acho que isto era desnecessário. Não percebo porque o fizeste.
Rocky: mas nós também precisamos dos nossos momentos a sós. - diz levantando-se
Kayla: eu sei que sim. Mas se querias ter esse momento a sós podias ter dito e íamos para outro sítio qualquer. Em vez de os mandarmos a eles embora. Às vezes és mesmo estupido.
Rocky: ás vezes parece que não queres estar comigo.
Kayla: não é que eu não queira, mas tu fazes com que eu perca a vontade de estar contigo ao teres essas atitudes.
Rocky: então explica-me porque é que em vez de estarmos a aproveitar o tempo que temos para estar sozinhos estás a discutir comigo.
Kayla: porque acho que não foi certo o que fizeste.
Rocky: nunca achas. Eu faço de tudo para poder estar contigo e no fim reclamas.
Kayla: por acaso perguntas se eu quero estar contigo?
Rocky: é bom saber que não queres. Porque agora quem não quer sou eu.
Kayla: às vezes és mesmo infantil. Vê se cresces. Estou farta disso que fazes.
Rocky: acho que já deu para perceber que não estamos bem juntos.
Kayla: Rocky. Eu não queria. A sério. - cai me uma lágrima pela face de arrependimento

Narra Rocky
Não tinha mais nada para lhe dizer. Simplesmente afastei me dela e fui ter com os outros para perto do rio. Estavam todos lá sentados. Riker tinha Isa no seu colo enquanto que esta molhava os pés na água. Ross e Ana estavam sentados um ao lado do outro, sendo que ela tinha a sua cabeça apoiada no ombro dele.
Só eu é que não tenho sorte. Sentei-me entre os dois casais e eles ficaram a olhar para mim fixamente com uma cara de espanto.

Riker: então. O que estás aqui a fazer? Não devias de estar com a Kayla?
Rocky: ela tinha umas coisas para fazer. Então decidi vir ter convosco. - disfarço um sorriso
Ross: era assim tão importante para abdicar de estar contigo!?
Rocky: parece que sim. Se o preferiu fazer.
Isa: pois. Mas ela não deve demorar. E depois podem voltar a estar juntos.
Rocky: quem sabe.
Ana: não se passa nada Rocky?
Rocky: não. Porque perguntas.
Ana: não sei. Esquece.
Rocky: tu é que sabes.

Ouviu-se a buzina do carro de Rydel e Ellington que se fez suar pela floresta inteira. Significava que já tinham chegado. Levantamo-nos todos e dirigimo-nos para o acampamento. Quando lá cheguei, reparei que Kayla lá não estava. Olhei para a nossa tenda e estava fechada. Devia lá de estar. Sentei me ao pé de Ross e Riker. Rydel, Thomas e Ellington estavam a chegar com o nosso pequeno almoço.
Sentaram se junto a nós e começaram a distribuí-lo....

Rydel: Rocky, a Kayla não vem tomar o pequeno almoço?
Rocky: não sei. Deve se ter sentido mal.
Ellington: e tu não vais lá ver?
Rocky: não é preciso. Ela deve querer estar sozinha. - digo dando uma trinca no pão
Isa: nem lhe vais levar o pequeno almoço?
Rocky: está bem. 

Levantei-me do meu sítio contrariado e peguei no que era suposto ser o pequeno almoço de Kayla. Dirigi-me até á nossa tenda, abri o fecho e entrei. Ela estava lá dentro, sentada num canto com o joelhos no peito e a cabeça entre os mesmos.

Rocky: está aqui o teu pequeno almoço. - digo pousando-o no chão
Kayla: eu não tenho fome.
Rocky: fica aqui na mesma. - levanto-me e Kayla agarra no meu braço impedindo-me
Kayla: estraguei tudo. Não estraguei?

Olhei para ela e vi os seus olhos completamente vermelhos e inchados de tanto chorar. Tinha as maçãs do rosto muito vermelhas. Limitei-me a soltar me dela e sair pela tenda fora. Sentei-me de novo no meu lugar e continuei a tomar o meu pequeno almoço.

Afinal, não foi uma simples viagemOnde histórias criam vida. Descubra agora