O decreto

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Os raios de sol da manhã refletem pela janela semi aberta em meu rosto, ao sentir o incômodo causado pela claridade coço meus olhos e vou acordando aos poucos.

[...]

Saio de meu quarto, e caminho em direção a sala bocejando, quando encontro meu irmão no meio do caminho.

Sorrio — Bom dia - digo

Meu irmão ainda sonolento mas com certeza mais desperto que eu diz:

— Bom dia, mamãe está nos chamando

Aceno com a cabeça e descemos juntos até encontrar nossa mãe na sala, que nos pede para fazermos compras no mercado.

Antes de sair pego uma maçã e vou comendo no caminho. Conforme vamos andando em direção ao mercadinho encontro uma aglomeração de pessoas ao redor de guardas reais que estão colando as notificações na parede.

Assim que terminam me aproximo para ver qual a informação fornecida.

"Meus súditos de Waterloo, em razão dos gastos despendidos para a guerra e mantimentos para os soldados, foi vista a necessidade de um aumento dos impostos em 15%

Este é o decreto emitido por Vossa Majestade."

— Uau, um aumento nessa proporção... a maioria da população não vai conseguir se manter, inclusive nossa família - Meu irmão diz

Franzo o cenho em preocupação e concordo com meu irmão.

— Realmente, quinze por cento é um absurdo, se cinco por cento já era difícil pra conseguirmos pagar e nos manter, isso é abusivo! - exclamo aborrecida e escuto alguns aldeões lamentando e outros reclamando

Sinto o calor da mão de meu irmão em meu ombro, em seguida ele aperta meu ombro me confortando e sorrio triste para o mesmo.

Meu irmão se chama Auden, ele é quatro anos mais velho, ou seja, ele já passou pelas dificuldades com meus pais por mais tempo que eu, isso porque nossa família sequer tem um negócio. Minha mãe trabalha como babá para uma nobre senhora e meu pai está doente, ele é um herói de guerra, entretanto ele tem uma ferida que até hoje o traz sequelas.

Vamos em seguida para o mercadinho e fazemos pequenas compras, pois o decreto passará a valer no dia seguinte, mas compramos o que conseguimos e logo vamos embora.

[...]

Chegando em casa observo cabisbaixa nossa simples mas acolhedora casa feita de madeira, mas em razão do tempo já desgastada e com algumas flores secando por causa do sol forte, suspiro e entro em casa procurando por minha mãe enquanto meu irmão vai ver como nosso pai está.

Encontro minha mãe sentada fazendo uma roupinha de tricô para a filha de sua chefe, deixo as compras em cima do armário e me sento ao lado de mamãe suspirando

— O que houve, filha? - Ela pergunta observando minha frustração



— Aumentaram os impostos em quinze por cento, mãe! É um absurdo!

The PrinceOnde histórias criam vida. Descubra agora