Capítulo 8

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Duas semanas haviam se passado desde o episódio do PlayStation.

Muita coisa mudou: Claire quase não falava mais comigo, por conta de seu oficialmente namorado Ben, Johnny andava muito ocupado ultimamente, e eu tinha feito as amizades mais improváveis.

Passava meus horários de almoço com Ethan, Loïc e Stéphan. Eles eram idiotas mas até que seus assuntos me interessavam.

Eles passavam metade do tempo comigo me ensinando palavrões ou besteiras em sua língua, o francês.

Eles eram caras legais.
Loïc era um tipo bad-boy mulherengo que todas as garotas da universidade já estavam desejando. Ele não ligava para opiniões, tinha sua própria, e isso já bastava. Era muito cheio de si, mas suas experiências me deixavam entretida. Trepava freqüentemente e era um baladeiro sem igual.
Além de seu charme com as garotas, sua beleza era incomparável, ele tinha cabelos escuros e olhos claros, mais precisamente olhos azuis esverdeados e sua pele era bronzeada. Ele tinha um corpo estrutural, cada músculo perfeito, assim como Ethan.

Stéphan era de uma timidez sem igual, escondia sua beleza exótica nela. Não faço idéia de como se tornou amigo de Loïc e Ethan, eles eram completamente diferentes, mal o deixavam falar as vezes.
Ele era negro e sorriso branco destacava sua beleza, era, provavelmente, o sorriso mais bonito que eu havia visto, sem segundas intenções, simplesmente um sorriso amigável e sincero.

Ethan e eu estávamos muito próximos, sem brigas nem discussões. Era uma amizade que eu procurava a muito tempo.

A maior parte de meus dois anos de estudo na universidade eu passara sozinha. Claire sempre estava muito ocupada e eu não tinha muitas opções de amigos, ninguém nunca se aproximava.

Johnny é, e sempre foi, muito ocupado com sua faculdade de engenharia.
Mas, fazia o possível para almoçar comigo para eu não ser "a excluída do almoço" como ele gostava de dizer.

As meninas que cursavam o mesmo que eu, a dança, não se falavam nem entre si. É um ramo de competição, não fazemos amizades simplesmente para não passar a perna na sua amiga depois.

'Uma completa idiotice' , pensava, mas agora vejo que é verdade. Coitada da que pega o papel principal nas apresentações finais, onde os olheiros de academia vinham nos assistir, era odiada por todas.

Lembro que uma vez, chegaram a botar taxinhas na sapatilha de uma menina e ela acabou furando os dedos. Histórias como essa corriam soltas, por exemplo, puxar um fio da fantasia e descosturar, trocar o batom de cor para que tivessem que refazer toda a maquiagem, esse tipo de besteiras.

Infelizmente eu nunca fui grande coisa, mas Johnny sempre me encorajava.
Dançava bem, mas nunca fui escolhida para papel principal.

Nesta ultima semana, Johnny saiu para visitar os pais em Nova Iorque.
Seus pais me conheciam desde sempre, mas não gostavam muito de mim, me chamavam de má influência.

Eu e Johnny fazíamos muita besteira juntos quando éramos crianças, mas era sempre idéia dele e os pais não gostavam de mim?!
Eu decidi ignorar e em todas as festas de aniversário ou eventos que Johnny me implorava para acompanhá-lo, eu até que me esforçava para eles gostarem de mim.
Tentativa inútil, admito.

Com a ausência de Johnny, Ethan tentava me ensinar a dirigir. Hoje ele me levaria para uma estrada praticamente deserta para dirigir minha linda caminhonete amarela.

Era sábado e meus ensaios já haviam acabado. Eu estava com Sophia na porta do refeitório esperando Ethan e os meninos.

Ela usava fones de ouvido e dançava ignorando os olhares de todos os estudantes.

Quem eu menos esperavaOnde histórias criam vida. Descubra agora