Capítulo 17

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   Jill não viria. Rose tinha me contado por alto o que acontecia, me deixando quase em estado de insanidade. Algo terrível tinha acontecido com Jill, mas ela agora estava bem. Ela tinha ido embora com urgência para sua própria segurança. Adrian estava com ela e Eddie também. Ela ficaria bem e voltaria quando Lissa conseguisse anular a lei.

Eu sentia minhas mãos tremerem e estava me segurando para não chorar. Em algum ligar da minha mente eu sabia que essa era uma reação exagerada já que Jill estava a salvo, mas saber que eu me manteria sozinha aqui dentro era algo que eu tive medo desde o começo. Agora era real. Não seriam só duas ou três semanas. Jill não viria para a St. Vlad e nós não nos veríamos mais por um período indeterminado. Eu desliguei assim que Rose terminou de me contar e antes que ela viesse me perguntar como eu estava indo. Quando entrei no refeitório novamente, percebi que os olhares agora aumentaram. Eu peguei apenas um yogurte me sentindo sem fome e com o estomago revirando e me sentei sozinha, pois vi que até os amigos de Bea estavam me olhando estranho. Me mantive encarando o pote vazio de yogurte por um tempo até que percebi Bea se aproximar de mim com uma expressão de pena.

- Ana, eu sinto muito. As pessoas daqui estão sendo idiotas, eu sei que você não faria isso. – ela me dizia como se pedisse desculpas e me deixando sem entender.

- E então, Anastacia, pode nos contar quanto você ganhava sendo uma bloodwhore? – disse Gwen falando alto e ao lado de Jessica.

Eu a encarei e me levantei da mesa indo até ela.

- Do que você esta falando?

- Da sua encomenda que chegou ontem. Ela veio de uma cidade chamada Baia, certo? Fazendo algumas pesquisas eu descobri que esse é tipo um campo de concentração de bloodwhores, o que explica você não saber nada sobre ser guardiã. Você foi treinada para ser outra coisa, certo?

Eu fechei minha mão sem pensar e se Bea não tivesse sido mais rápida, nem Jessica bloquearia o soco que eu daria bem no nariz de Gwen. Bea se manteve me segurando enquanto eu tentava agarrar Gwen e Jessica se manteve protegendo-a. Eu gritava insultos e palavrões para as duas, mas fui arrastada para fora do refeitório. Os guardiões já estavam chegando para saber o que havia acontecido.

- Ana, pare! Você esqueceu o que eu falei sobre não poder bater em Gwen ou nenhum Moroi aqui dentro? – Bea tentava me acalmar ainda me segurando.

- Não importa! Ela não tem o direito de falar isso. Ela não sabe nada sobre mim! – eu ainda gritava.

- Vão esquecer isso, você só precisa se acalmar e ficar na sua. As fofocas passam muito rápido aqui dentro e logo você vai ser assunto antigo. Anda, por favor, se acalme! – Bea dizia aflita.

- Eu a odeio! Eu odeio todos eles!

- Eles mentem, eu sei. Mas vai ficar tudo bem, você só precisa focar em treinar e se tornar melhor do que eles. Anda, daqui a pouco ninguém vai acreditar nessa mentira.

Eu parei e olhei para Bea. É claro que ela pensava que era mentira. Ela ainda pensava que eu tinha sido criada em Moscou.

- Bea, eles não estão mentindo. Eu fui criada em Baia, mas eu não sou uma bloodwhore. – eu admiti.

Bea parecia surpresa, mas nós ouvimos o sino tocar.

- Vá para a sua aula. No final do dia você me conta sobre isso. – ela disse e saiu me deixando sozinha.

A aula do professor Lemoine foi miserável. Eu resolvi que eu focaria em me manter calma e passar por isso de cabeça erguida, mas Oliver estava pior do que os outros dias. Ele passou a aula inteira me encarando e soltando piadinhas e eu tive que aguentar tudo fingindo que não o ouvia. Quando ele saiu e eu fui entregar os exercícios de química para o professor, ele me surpreendeu com uma conversa:

Shadows of the past - VAMPIRE ACADEMY FANFICTIONOnde histórias criam vida. Descubra agora