-Ei, acorda.- Escuto isso , e sinto alguém me cutucando.
Odeio que me cutuquem, não sou touch is screem.
-Precisa ficar me tocando?
-Nossa, paulista, só quero ser educado- Falou ele com tom de surpresa e irritação.
-Ah, obrigada!
-Por nada, chorona- Falou ele se levantando da poltrona.
-Chorona é a sua mãe, seu...
Ele se virou e me interrompeu com um beijo no bochecha. Fiquei sem reação. Que cara idiota. Quem ele pensa que é?
-Sai daqui, maluco! Quem você pensa que é pra sair beijando as pessoas por ai? - disse o empurrando e com tom de voz alterado.
-Beijando? Isso nem foi beijo, chorona. - ele se aproximou novamente e surrou no meu ouvido: Na próxima vez será um beijo de verdade, ai você vai me implorar por mais e eu vou dizer não. -depois riu e me deu as costas.
Fiquei , nitidamente, irritada com aquele idiota. Cara estúpido.
Enquanto pegava minha caixinha que trazia comigo, notei que o meu vizinho de poltrona esqueceu uma caixinha de madeira e tinha uma carta encima dela. Além de idiota é esquecido. Pego minhas coisas e saiu correndo do avião pra ver se consigo encontrar o Antônio e entregar seus pertences.
Na sala de desembarque não o encontro. Depois de pegar minha bagagem e ir pegar um táxi, olho em volta pra ver se não o vejo e nada do idiota.
Chego na República e já são 20:00hrs.
É inacreditável como é lento o trânsito do Rio.A casa é grande, tem portões pretos. Aqui dos portões é possível ouvir um barulho vindo da casa. Deve estar tendo uma festinha.
Atravesso os portões, passo pelo pequeno jardim , e bato na porta, fico ali esperando, até que uma moça alta, magra e loira, abre a porta.
-Oi, sou a...- ela me interrompe.
-A novata?
-Bom, sim.
-Sou Luna.-Digo sorrindo.
-Sou Julia.
-Quem é Ju, o Mosca chegou foi?- Um cara interrompe a nossa conversa , chega e não olha na minha direção e já vai beijando a Julia. Nossa. Eu conheço esse cara.
Ele ,finalmente, para de trocar saliva com a loira e olha na minha direção. Antônio!
-Antônio!- Falo surpresa.-Luna?-indagou ele, logo depois esboçou um sorriso , como se realmente estivesse feliz em me ver.
-Você se conhecem? -Perguntou Julia.
-Não - Falei
-Sim-Falou Antônio ao mesmo tempo que eu.
-Vocês se conhecem ou não?
-Ainda não.-Falou ele dando ênfase no "ainda".
-Ai Tom, assim vou ficar com ciumes.-Falou em tom de brincadeira e começou a rir -Enquanto o Moska não chegar ele é todo seu.
Moska? An? Buguei!Ele me olhou, como se estivesse analisando o meu corpo e aquilo me constrangeu de alguma forma.
-Bom, eu quero entrar e acho que seria impossível passar com você na porta.- falo irritada.
-Então fica comigo aqui...-
Arregalei os olhos.-...conversando.- Riu e me deu as costas. Esse cara é idiota se ele pensa que vou cair na dele.
Dentro da casa existe uma grande quantidade de corpos dançando e pulando, ao som de uma música eletrônica. Vejo a Julia conversando com um grupinho e decido ir até ela e perguntar onde vou dormir. Não quero festa. Estou cansada e tudo que quero é dormir, mas tomara que eu não tenha mas o pesadelo com o Bernardo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Não, eu não te amo
Teen Fiction"Eu chorei, chorei tanto, que acabei secando, por dentro, principalmente." Uma garota de 16 anos que vive experiências extraordinárias no seu último mês antes de ir para a "cidade maravilhosa" (Rio de Janeiro). Nesse espaço de tempo, o seu primeir...