Night Changes [Niam/Larry]

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Wolverhampton não parecia a cidade mais interessante no mundo para Niall Horan. E, de fato, ela não era emocionante para quem a visitasse pela primeira vez. Agora some isso às expectativas de um irlandês recém saído de uma pequena cidade da Irlanda, Mullingar, e que pensou que seu pai aceitara um emprego de professor de uma escola em alguma cidade maior.

— Porque não Leeds, pai? — o loiro interrogou Bob enquanto os dois, com a ajuda de Greg, moviam as caixas de mudança para a sua nova casa. — Liverpool? Manchester? Qualquer cidade seria melhor do que essa.

— Porque nenhum desses lugares me ofereceu um salário bom e uma vaga de início imediato pra você. — Robert Horan, a partir de segunda-feira, seria o novo professor de música na St. Peter's Collegiate School. Para Niall não seria estranho conviver com o pai no ambiente escolar, apesar de não ter sido o seu pai quem lhe ensinou a tocar guitarra e violão. Niall era autodidata.

— Saímos de um lugar pequeno e viemos parar em um minúsculo! — resmungou, pela enésima vez somente na última hora, a mesma coisa.

— Pelo menos se você tirar a sua licença para dirigir em alguns meses, você pode ir até Londres. — Greg tentou intervir na esperança de melhorar o humor do seu irmão caçula.

— Bom, isso vai depender das notas dele ou você acha mesmo que eu vou deixar ele pegar o meu carro e passar horas na estrada só pra ir pra uma cidade maior? — Bob sorriu de maneira angelical para os dois filhos e o mais novo dos três Horans girou os olhos, porém permaneceu em silêncio.

Greg ficou com os seus familiares até às seis da noite, pois seu vôo de volta para Dublin, onde morava com a esposa e seu único filho, partiria às sete. Niall poderia ir muito bem morar com a sua mãe na capital, porém ele e o seu padrasto não se davam muito bem e ele amava muito o pai para deixar de viver com ele.

Após o jantar, que foram duas pizzas de pepperoni que Bob e Niall pediram, foi o garoto quem ficou responsável em colocar o lixo para fora. Apesar de ser ainda nove horas da noite, o loiro coçava os olhos e bocejava a cada passo que dava em direção à caçamba de lixo que ficava na frente da sua casa, que já tinha diversas caixas de papelão e plástico bolhas que serviram para proteger os seus objetos pessoais e os do seu pai.

Com um último bocejo, Horan jogou o seu lixo fora e finalmente abrira os seus olhos azuis, percebendo finalmente que havia algo de estranho na rua. Ergueu uma das sobrancelhas e olhou para os lados, tentando encontrar algo que pudesse representar perigo para ele, porém a sua rua parecia pacata demais para ser a cena de um crime. Deu de ombros e quando estava prestes a voltar para dentro da sua casa, Niall quase tropeçou em seus próprios pés e caiu para trás ao ver a silhueta de uma pessoa do outro lado da rua.

Quis então virar de costas e entrar em sua casa, mas era como se as suas pernas lhe prendessem no lugar. Observou com os olhos bem abertos e todos os sentidos despertos o momento em que a pessoa do outro lado da rua caminhou em direção ao ponto de luz refletida de um poste. Num primeiro momento, podia jurar que era observado pela pessoa, a qual Niall podia ver agora que era um menino, porém o estranho praticamente imitou os seus movimentos, jogando algo em uma caçamba de lixo.

Apesar da distância considerável entre os dois corpos, Horan podia sentir o olhar intenso do garoto sobre ele. O garoto então sustentou o olhar, encarando o estranho por bons minutos até que ele se virou de costas para o irlandês, desaparecendo do mesmo jeito que surgira para o loiro.

— Isso foi estranho. — Niall sussurrou para si mesmo e correu para dentro de casa. Subiu direto para o seu quarto para evitar as perguntas que seu pai faria sobre a sua demora.

Jogou-se em sua cama e fechou os olhos, porém um flash da silhueta que estava do outro lado da rua invadiu a sua mente. Queria ter visto o garoto mais de perto e se surpreendeu com a timidez que tomou conta do seu ser, afinal ele sempre foi o tipo de pessoa que nunca teve medo em fazer novas amizades. Se não fosse aquela sensação de perigo que o deixou congelado em seu lugar, teria atravessado a rua e se apresentaria sem pensar duas vezes para o tal menino.

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