4° Capítulo

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Faz um mês que meus pais morreram e parece que foi ontem. Não gosto mais de pensar nisso. Eu não gosto quando ficam com pena de mim. Preciso fingir que eu estou bem para os outros, ou seja, mentir para eles inclusive para a Lídia, o que me deixa decepcionada comigo mesma.

Mas enfim, chega de drama. Pois tenho mais um dia para enfrentar. Levanto, oro, leio a bíblia, tomo banho, escovo os dentes e desço.

-Bom dia Lalah!!- disse Lídia.

-Bom não, ótimo dia!!- É assim. Todos os dias preciso mentir para ela, sei que é pecado mas... Deus entende.

-Adoro te ver assim tão... revigorada.

-Tem alguma coisa para comer? Tô atrasada para escola.- disse tentando mudar de assunto, já estava cansada de mentir.

Comi, escovei meus dentes e fui para escola. E para responder a sua pergunta. Não. Eu não cheguei atrasada. Haa!!

Sentei atrás de um menino novato que tinha lá na escola e comecei a ouvir (quase cochilando) a aula de português. Tá... não aguentei e dormi.

Tive um sonho bem estranho. Eu estava numa sala todo branca com roupa toda branco e um homem na minha frente que eu não conseguia ver muito bem o seu rosto, que estava também de branco.

-Nunca- ele disse.

-O quê? O senhor disse alguma coisa moço? - interroguei ele.

-Nunca se afaste de mim filha. Eu te criei e te amei tanto que dei o meu filho querido para ti salvar.

-Quem é você??

-Você sabe quem eu sou.

Eu acordei com algum ser humano sem cérebro me chacoalhando.

- Ai que é? Que é? - disse eu com a voz sonolenta.

-Acorda dorminhoca. Você dormiu as aulas inteiras. Já tá na hora sa saída-disse o irritante do Enzo. Ele pode até ser bonito mas não deixa de ser retardado.

-O que você quer Enzo?

-Saber se você está bem.

-Estou. Tá feliz?! Ótimo agora vasa.- já estava perdendo o fio de paciência que me restava.

-Qual é?! Eu sei que não está bem, pode falar comigo. Sabe que eu te escuto.

Enzo pode ser um idiota às vezes mas sim... ele me escuta e por incrível que pareça ele me dá conselhos.

Abracei ele e comecei a chorar enquanto ele falava coisas no meu ouvido. Pegou minhas coisas e me levou para um canto onde ninguém nunca vai e sentamos lá.

-Princesa, eu não gosto de ti ver assim. Você não esqueceu no foi?

Fiz um sinal negativo com a cabeça.

-Eu te entendo e posso te ajudar a esquecer.

Imediatamente levantei a minha cabeça. Era tudo o que eu queria ouvir: esquecer.

-O quê? Como?

-Com isso.

Ele tirou alguma coisa da jaqueta dele. Era um pano com detergente.

-Cheira. E não precisa ser usuária, quer dizer, se você quiser. Isso vai te ajudar a esquecer.

-Não Enzo.

-Você vai esquecer é sério.

Iai: cheiro ou não cheiro? Afinal ele disse que ia me ajudar a esquecer. Eu ...

Iai?! Qual vai ser a decisão dela. Deixam nos comentários os seus números de zap porque eu vou fazer um grupo. Não esqueçam. Enzo na foto. Deus abençoe vocês. Beijos meus amores e minhas amoras!!!

Keila Priscila

Eu e Deus Contra o MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora