Prólogo.

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Assim que ouviu os gritos ela saiu correndo. Ou melhor, tentou, pois suas pernas não se mexiam. Ele matou todos ao seu redor.

"Corra, corra menina!"

Mas ela não conseguia. Estava cada vez mais perto de seu frágil e pequeno corpo, ela já podia sentir a lâmina levando sua alma para um mundo distante.

Desesperada, a pequena Cecil acordou em um pulo, suando como nunca, e correu até o quarto de sua mãe. Tudo o que precisava é que ela a segurasse em seu colo protetor, afagasse seus cabelos e dormisse com ela ali, para que aquele pesadelo não retornasse.

Assim que pôs seus pés ao lado da cama sentiu que algo estava errado e não era consequência do pesadelo que tivera. Ainda parecia real em sua mente e sentia que suas pernas nunca mais a fariam correr da mesma maneira. Eliminando os maus pensamentos, saiu em disparada pelo corredor, entrando no quarto de sua mãe como um raio.

Mas ela não estava ali. Deveria, mas não estava.

"Pode estar no quarto de Gautier", pensou, correndo até o outro lado do andar.

Gaut estava sozinho e embebido em um sono profundo, parecendo não ser incomodado por um mosquito que ali rondava.

Correu pela casa a procura dela, sem sucesso. Abriu seu guarda-roupas. Vazio. Suas pequenas mãos foram levadas ao rosto para tentar conter as lágrimas que ali escorriam. Mesmo tão pequena podia entender o que sua mãe tinha feito.

Lembranças felizes tomaram sua mente: corridas no parque, brincadeiras só delas, a disputa com Gautier pelo colo, o último presente que tinha ganhado.

"Onde está mamãe?"

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