Meus pensamentos estavam claros naquele momento, meus olhos queimavam, as lágrimas quentes apenas desciam sem pausa alguma. Olhei aquela foto por uns 40 segundos, foi um momento intenso pra mim, a muito tempo não a olhava mais. Soltei-a no chão, acho que me trazia muita dor vê-la, aquele rosto, aqueles traços incríveis de seu rosto, era quase que perfeito, se Ciel não estivesse morto.
Foi em 1993, viajei com meus pais pra París, estava andando perto de uma praça quando me esbarrei com aquele garoto. Seu rosto anjelical, seus cabelos com cachos que caiam em seu rosto, pele clara como a neve, olhos da cor do céu quando está na primavera, estava quase claro, tive quase certeza de ter visto realmente um anjo. Parei por uns 10 segundos, seus olhos fixos nos meus.
- Ah, me desculpe - disse quebrando o silêncio, e tentando fugir daquele momento constrangedor.
- Eu que me desculpou - completou ele - acho que estava meio distraído.
- Eu também deveria estar - sem querer soltei um sorrisinho.
- Me chamo Ciel - aquela voz rouca e sexy, quase tão perfeita quanto sua face - Você não é daqui, é?
- Sou Marina, e respondendo sua pergunta, não, não sou daqui - meus olhos fixavam apenas em seus traços perfeitos, até que me chama atenção um pequeno sinal perto de sua maçã esquerda - e nem você, não é? - completei.
- Não. - foi apenas o que ele disse.
Alguns segundos se passaram, não entendia porque ainda estava ali, mas Ciel apenas olhava para o chão e depois para alguns lados, acho que devia estar entediado.
- Foi bom te conhecer Ciel. - ascenei com a cabeça e dei de ombroa , me afastando alguns centímetros dele.
- Espere - Ciel vem até mim, sua mão em meu braço causa um pequeno arrepio, paro fixando meus olhos nos seus - quando te verei de novo? - acabei soltando um breve sorriso, não imaginei que queria me ver de novo.
- Não sei, acho que passarei por aqui na sexta - falei logo em seguida - Talvez a gente se esbarre de novo - completei, estava claro que queria vê-lo de outra vez - Ciel apenas sorriu.
Quando saí dali, meus coração estava acelerado, uma energia positiva nascia dentro de mim.~*~*~*~*~
Ao chegar em casa, tava me sentindo uma boba, fui direto pro meu quarto, pensar naquele rosto. Como Ciel era perfeito.
- Meu amor? - uma voz suave e doce ecoa em meu quarto, não tendo muitos móveis porque mudei para cá a poucos dias. - como foi o passeio? - Era minha mãe.
- Foi ótimo - como uma boba eu falei contendo em meu rosto um sorriso de canto.
- Nossa o que houve de tão interessante - pergunta minha mãe, a gente sempre conta tudo uma para a outra.
- Conheci uma pessoa - respondi.
- Mari... - Mas exitei antes que ela completasse.
- Eu sei o que vai dizer mãe - Interrompida antes que ela falasse algo.
- É só que, você precisa tomar cuidado meu bem, essas pessoas daqui tem manias diferentes das nossas - Ela parecia meio preocupada.
- Eu sei mãe, esperava que ficasse feliz por mim - Falei logo em seguida.
- Estou filha, claro que ficarei feliz por você sempre...
- Mas está preocupada, eu sei - Completei suas palavras - Eu sei o que estou fazendo, certo? - Apenas sorri e dei um beijo rápido em sua bochecha - Obrigada pela preocupação.
- Você é meu anjo - disse mamãe - Sempre me preocuparei - Completou.
- Eu sei. - Falei.~*~*~*~*~
Era sexta- feira, acordei quase dez horas da manhã, sempre fui preguiçosa.
Estava tão anciosa que acordei de bom humor.
- Bom dia. - Meus pais estavam na cozinha, eu amava ver os dois cozinhando juntos.
- Quase boa tarde né senhora preguiça - Minha mãe falava sorrindo.
- Deixa ela, a garota precisa curtir um pouco - Meu pai, sempre meu defensor.
- Nunca ouvi falar que dormir fosse curtir - Minha mãe sorria.
- A noite foi maravilhosa, não queria que acabasse - Meu sorriso sarcástico. Realmente, a noite havia sido perfeita, e pra melhorar sonhei com Ciel, seria amor a primeira vista?
- Sei. - Minha mãe sabia bem o motivo.
Mas tarde tive que sair com meus pais, tinha esquecido que há três semanas quando chegamos, tínhamos feito planos, iríamos tirar algumas fotos na torre Eiffel. Espero que dê tempo de ver Ciel.
- Nossa, como aqui é alto. - Minha expressão era de medo, afinal sempre tive medo de altura, desde pequena.
- Medrosa. - Era meu pai, sempre fazia piadas porque tenho medo de altura.
Meu pai é aquele tipo de pessoa que adora aventuras, escala montanhas e sempre me culpa porque queria que eu também fosse assim tão aventureira, na verdade eu já tentei, várias e várias vezes a pedido do meu pai, mas eu sempre congelava na primeira escalada que a gente dava, e ele nunca desistiu de me fazer tentar.
- Você me conhece papi, isso deve ser fobia. - Eu ria.