Capitulo 1

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1•
Meu nome é Louise Beaumont, sou uma nativa do nordeste da França, precisamente Colman e dona de um sotaque francês bem carregado.
Possuo cabelos castanho claros e belos olhos verdes, herdados de minha mãe, uma pena que não puxei seus cabelos ruivos.
Fui criada somente por ela, meu pai a deixou assim que eu nasci, ela não gosta de falar sobre isso.
Mas confesso que senti a falta dele.
Muitos me perguntam porque uma jovem garota de vinte e um anos escolheu dar a sua vida para o trabalho voluntário.
Pois é, também não sei.
Minha família é bem simples, eu e minha mãe sobrevivemos com o dinheiro de uma livraria e floricultura que ela tem, ela é apaixonada por flores e livros.
Mamãe é uma romântica incurável, sei que ainda ama meu pai, mas não se habilita a falar sobre isso, a única coisa que eu sei é que ele é biólogo.
Já eu, nunca me apaixonei.
Sou cortejada por muitos garotos de minha pequena cidade, mas nunca fui de dar bola.
Estou voltando para a França nesse exato momento, estava na África resgatando crianças, mulheres e idosos da guerra e fome e as levando para vários abrigos por toda a Europa.
Eu e mais dois amigos estamos encarregados de levar  as pessoas para a França, temos voluntários de todo o mundo nesse avião.
Ao meu lado estão Raily e Malena, duas crianças vítimas da difícil sobrevivência na Guiné, perderam os pais ainda cedo.
Estava lendo um pouco para as duas irmãs, quando a aeromoça falou:
- Passageiros, faremos um pouso de emergência na Ilha La Gonâve devido a problemas motores no avião. Pedimos que apertem os sintos. - algumas aeromoças passavam correndo, revistando se os passageiros estavam com cinto de segurança.
Os passageiros permaneciam com o seu silêncio, escutava-se apenas as bagagens balançando e o "plim" que o avião fazia.
A pressão que a aeronave fazia era ainda maior, as máscaras caíram e eu coloquei primeiro em mim depois nas meninas.
Malena se encolhia na cadeira abraçada com sua boneca, enquanto sua irmã mais velha Raily estava paralisada apenas segurando sua mão.
As luzes do avião iam apagando, enquanto o medo dentro de nós só crescia. Apertei a mão de Malena.
A aeronave fez mais uma vez pressão para baixo, contudo  dessa foi muito pior, parecia que o piloto havia perdido o controle e o avião só descia.
Acho que perdemos a força de gravidade, pois as coisas flutuam com muita rapidez, só estamos sentadas por conta do cinto de segurança, as meninas não estão tão muito seguras, pois não estão encostadas na cadeira completamente.
Choros e gritos percorrem por toda a aeronave.
Isso e um barulho estrondoso foram as últimas coisas que ouvi antes da queda.

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⏰ Last updated: Aug 29, 2015 ⏰

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