Eu acordei ao som perturbador e singelo do despertador, que não parava nem um segundo. Suspirei fundo, e apertei minha falange distal em seu botão de "desligar". Virei meu corpanzil em direção contrária da cama, olhando para a parede branca, que continha respingos de pequenas carinhas de "smile!", que faziam parte do papel de parede animado, o que não combinava comigo:-Mais um dia... - Cessei meus olhos e suspirei fundo, deixando algumas lágrimas escaparem de meus olhos claros e iluminados. Passei meu pulso em volta de meus olhos, fazendo movimentos circulares. Senti pontadas devidos aos cortes profundos e grandes que estavam em meu pulso e antebraço, mas eu não ligava para aquela dor, aquilo era pouco comparado com o que eu passo dia após dia.
Olá, meu nome é Alexia Dolnathie, e tenho dezesseis anos, e estudo no segundo ano do ensino médio, mas eu não estou feliz com isso. Nem um pouco.
[...]
Depois que levantei, fui até o espelho de corpo inteiro que tinha no meu quarto, vendo minha silhueta que eu julgava ser imperfeita, mesmo que minhas curvas fossem fartas.
Abri meu armário, e resgatei um moletom de coloração rosa, com um grande "90" estampado em meio ao busto, seguindo até a cintura. O moletom julgava ser bem chamativo, por isso gostava dele. Recuperei minha calça jeans, estilo Flare, que era meio rasgada no joelho, e também na coxa.
Passei minha maquiagem matinal, contendo base, corretivo, máscara para cílios, e um batom da Dailus, da coloração Sissone, que contornava meus lábios gélidos e bem tratados.
Peguei minha bolsa rosa, com estampas de smiles, - iguais aos da minha parede – e entrelacei a alça esquerda em meu ombro, abrindo a porta do quarto, e sendo parada pelo meu padrasto, Robert:
-Vai onde, princesinha? - Ele usava um tom sarcástico e imundo, o que me provocava. Eu empurrei seu torso quase bem definido, o empurrando para trás, tentando passagem. Ele me segurou pelo braço, o que me agoniava pelos fundos cortes. Ele apertava meu pulso com firmeza e força, e eu urrava de dor baixinho, cessando os cílios brutalmente:
-Respeito, cadela. Quer um segundo round? - Ele sorriu maliciosamente, e lambeu minha bochecha. Eu girei meu pulso em sua mão, tentando fazer com que ele me soltasse. Ele sorriu, e me jogou brutalmente contra a mesa da sala, na qual eu bati minha nuca brutalmente.
Eu passava minha mão pela minha nuca completa, a contornando com minhas grandes unhas, que estavam pintadas delicadamente de branco. Ele passou ao meu lado, e chutou minha coxa destra, com muita força. Eu urrei de dor, tendo um timbre alto e claro. Ele agarrou meu maxilar com a mão, e flexionou com a mão, me fazendo retomar com a cabeça, indo para trás. Ele saiu andando, enquanto eu o acompanhava com a íris úmida, tendo minha vontade imensa de desabar, de morrer. Levantei correndo, resgatando a mochila do chão, a levando comigo. Fui até a porta central da casa, e a abri brutalmente, tendo uma última visão do que havia dentro da casa: Minha mãe revirada entre duas paredes, que ofuscavam sua aparência. Ela me olhava com ódio e desprezo, o que me fazia sentir pontadas bruscas no coração pequeno e frágil.
Fechei a porta brutalmente, saindo correndo pela rua, com um rumo único: A escola, que pode ser definido como: "O inferno dois".
[...]
Quando cheguei nos grandes portões do colégio mais conhecido de Sydney: The bull town.
Como eu odiava aquele nome, pra inicio de conversa. Aquele nome era repugnante, nos tratava como animais, LITERALMENTE.
Por ser o colégio mais conhecido, ele acaba tendo um ensinamento rígido e singelo: "Seja o melhor de todos, não se importe com os demais, VOCÊ tem que ser o melhor em tudo, TUDO! Apenas os melhores podem estudar nesse pequeno curral de touros." Ridículo, não?
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Big girls cry, too.
Teen FictionEu escondia muito mais do que cortes embaixo das mangas. Lá se escondiam meus dedos cruzados pra tudo melhorar; e minhas mãos frias ao te ver na rua, lá escondiam-se muitos mais do que cortes profundos. Lá, estava toda a minha esperança e honra, esp...