Vôo

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Só podia ser uma brincadeira idiota de todo mundo, eu não estava louco... Ou estava? Não importava, no dia seguinte eu estava indo pra Los Angeles, lá eu ia poder enlouquecer sem problema nenhum, deixei eles falando sozinhos, tomei um remédinho e fui dormir.

Acordei lindamente, super feliz porque afinal, É DIA DE LOS ANGELES BABY! Desci correndo pra sala, minhas malas já estavam feitas, eu estava muito, mas muito ansioso mesmo, liguei pras bitches pra me despedir, choramos um pouco no telefone mas logo esqueci aquelas putas.

Miles me ligou, fui até a casa dele pra conversarmos e eu pedir desculpas pelo meu surto no hospital.

— Miles, me desculpa por aquele surto, eu devo ter sonhado aquilo, ou foi a síndrome do pânico, sei lá.
— Não se preocupe, eu te conheço, um surto a mais, um a menos não vai influenciar em nada.
— Você é o melhor sabia?
— Pra te aguentar eu tenho que ser muito mais que o melhor, hahaha.
— Tá me chamando de insuportável?
— Não Alasca, fica quieto, eu te amo do jeito que você é.
— Que ótimo. Eu também te amo. Tipo, pra caralho.

Aí ele me beijou, e beijou de novo, e me beijou novamente, e mais algumas vezes, e como sempre acontecia, eu dormi. Você deve estar se perguntando "por que essa puta dorme tanto?" Eu durmo por causa dor meus antidepressivos e calmantes, e porque tenho muito sono mesmo, é natural. Dormir é a melhor coisa que Deus fez naqueles sete dias. Ou era Buda? Talvez Ganesha ou a Madonna, essa mulher deve ser alguma tia de Jesus Cristo ou algo do tipo porque sinceramente, ela ta muito velha.

Acordei atrasadíssimo, meu avião ia decolar em uma hora e eu ainda tava na casa do Miles. Me despedi dele e chamei um táxi, passei na minha casa, peguei minhas malas e fui correndo pro aeroporto, encontrei meu pai no check in, fizemos todos aqueles procedimentos de aeroporto e fomos pro avião. Logo que entramos eu comecei a sentir uma dor horrível na cabeça e fui pro banheiro do avião tomar um remédio, tava tudo escurecendo, eu tava perdendo as forças, foi mais forte que eu, senti uma pontada na cabeça e desmaiei.

Não sei quanto tempo passou, mas não deve ter sido muito porque meu pai não veio atrás de mim. Abri os olhos e vi a cena mais horrível do mundo, todos estavam mortos, havia sangue por todo lado, pessoas queimadas, eu ouvia de longe gritos de medo, armas disparando, fogo crepitando. Aquilo não podia ser verdade, fui correndo até onde meu pai estava e quase desmaiei novamente quando vi aquilo. O que eu vi não podia ser chamado de ser humano, ele estava todo deformado e seus membros tinham sido arrancados. Pisquei. Como um tapa na minha cara, tudo tinha voltado ao normal, o avião ainda não tinha decolado, meu pai estava lendo uma revista e todo mundo tava vivo.

Eu definitivamente tinha pirado. Primeiro o Miles tinha morrido num atropelamento, mas quem foi atropelado fui eu, e agora essa visão do inferno, será que eram meus remédios? Será que eu estava louco mesmo? Tentei me acalmar e pedi um champagne, a vadia perguntou se eu era maior de idade, eu chamei ela de vadia e falei que não era da conta dela, logo em seguida ela me deu o champagne, tomei a taça em um único gole, me virei e dormi.

Quem sou eu, Alasca?Onde histórias criam vida. Descubra agora