BÔNUS - Scarlatti Narrando

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Quando eu aceitei o trato de Dylan, eu jamais imaginei que iria acabar da seguinte forma: Em meu mais novo escritório, com ele esparramado no sofá preto, o único móvel da sala, enquanto eu reparava todo o local. As surpresas começaram a surgir desde antes dele me propor a loucura da exclusividade. Para começar, eu tinha admitido o quanto odiei que ele tenha ficado com a ruiva. Eu sabia que deveria me sentir bem com isso, ele e outras, mas não dava. Ao que parece, eu era tão possessiva quanto ele. Depois, veio minha admissão em voz alta, e então eu me permitindo viver o momento com ele - de um jeito que nunca experimentei antes. Após vieram tantos outros sentimentos, que fiquei confusa, e tudo que pude fazer foi chutar o balde e aceitar seu acordo. Eu só esperava não me arrepender.

Para meu completo espanto, o almoço correu bem, e a única discussão que tivemos foi profissional. Na volta, trabalhamos mais um pouco e conseguimos agilizar e finalizar algumas contas. Ele ligou para o advogado e marcou uma reunião para segunda de manhã. Logicamente, não ficou nenhum pouco contente em saber que eu iria para outra sala, e, apenas sendo Dylan, resmungou a ironia da coincidência, já que eu estava saindo de lá justamente quando nos "acertamos". Agora, já no final do expediente, estávamos ali, finalmente visitando meu novo escritório - que ele fez questão de me acompanhar.

- Eu acho que eu gostei - disse em voz alta, olhando mais uma vez ao redor. Tudo me encantou, as cores gelo e salmão das paredes, o banheiro particular sofisticado e confortável, e até mesmo o micro bar no canto. Em si, minha sala era uma réplica menor do escritório de Dylan, com as únicas diferenças sendo as cores e o espelho enorme ao lado da porta, perto do sofá. Obviamente, eu não tinha uma janela tão perfeita quanto a dele. As únicas duas janelas que eu tinha eram com vista para o restante do departamento de criaçãoPara minha privacidade, eu só podia contar com as persianas.

- É praticamente uma cópia do meu - Dylan ecoou meus pensamentos.
Eu me virei de uma vez só no meio do escritório vazio, e encarei-o. Deitado daquele seu jeito despreocupado com os braços debaixo da cabeça encarando o teto, ele parecia ainda mais atraente. E o melhor de tudo: Era somente meu.

Eu caminhei até ele. Quando puxei a saia e me sentei em seu colo, Dylan abaixou a cabeça para me olhar. 


- O que você quer dizer com isso? - Eu indaguei, me curvando e puxando delicadamente sua gravata para fora do colete. Seus olhos foram para minhas mãos um instante antes de se voltarem cheios de lascívia para meus seios.

- Nada demais. Na verdade, eu nem sei mais o que eu disse - ele agarrou com força minha cintura, fazendo círculos preguiçosos com os dedões em minha barriga por cima da blusinha de seda.

- Posso te perguntar uma coisa?
Dylan não parou os movimentos por momento algum enquanto parecia devorar meus seios com os olhos mesmo.
- Pergunte.
- Com quantas mulheres você já ficou? - Eu fingi não notar sua parada abrupta e também não encarei seus olhos arregalados.
- Porque ta perguntando isso?
Eu encolhi os ombros, indiferente
- Só pra saber.
Ele suspirou.
- Eu não faço ideia, Scar! - Respondeu, voltando para as carícias e o olhar devastador.
- Você não conta?
- Você conta? - Ele perguntou de volta, me encarando.
Eu mordi os lábios, incerta sobre falar a verdade.
- Achei que seria bom ter um número - confessei, finalmente conseguindo me livrar dos botões do seu colete. Sua camisa era mais fácil, pois só sobraram dois botões do puxão de mais cedo - Eu decidi que deveria parar em algum momento. Sabe, apenas para não ser demais, eu acho.

Ele soltou um barulho estranho que eu não soube identificar.

- E que raio de número é esse? - Ele quis saber, fitando-me com as sobrancelhas unidas.
Eu hesitei um instante, mais uma vez, incerta sobre falar.
- Talvez um dia eu te conte - disse por fim, preferindo fazer mistério - Mas e você, pelo menos nessa ultima semana sabe quantas pegou? - Eu não sabia porque estava tão insistente quanto a querer saber daquilo. Ele agora era exclusivamente meu, certo? Então que se dane o passado.

Minha Tentação - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora