Day sixteen

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N/A: acho que a partir daqui as coisas melhoram... Ou não. Boa leitura.

- Nunca as entendi... - Louis estava encolhido no sofá, junto ao meu corpo. Abraçando-me com força.

Depois de uma longa noite, estávamos exaustos. Louis não conseguia andar e quando tentava soltava gemidos que deixavam-me louco.

- Nunca entendeu o que?

Seu dedinho apontou para o amontoado de nomes em meu peito.

- Elas. - Seu toque era gelado por entre meu corpo e meus pêlos arrepiaram-se.

- Eu estava bêbado no baile de formatura. - Sorri, contando essa mentira pela milésima vez. - Meus colegas resolveram tatuar seus nomes.

O pequeno soltou uma risada alta, cobrindo sua mão com a boca e corando, lembrando-me do quanto é adorável.

- O que você fez quando acordou? - Em meio a risadas ele tentava falar.

- O que eu podia fazer, amor? - Virei-me para ele, deixando um selinho em seus lábios. - Eles dão risada até hoje.

Fiz uma careta engraçada, mesmo sentindo um incomodo em meu peito. Sem entender o motivo apenas ignorei, sabendo que a mentira para o pequeno garoto era o fato que mexia com ele.

- Você sempre foi bobo.

O sorriso ainda estava formado em seus lábios quando beijou os meus, tomando com cuidado meu maxilar em suas mãos e sorrindo novamente quando fiz carinho em seus cabelos curtos.

Colocou sua língua em meus lábios, pedindo a passagem que logo foi concedida. Explorando cada pedaço de minha boca nossas línguas travaram-se em uma dança, brincando uma com a outra.

Vez ou outra o menino de olhos azuis deixava alguma mordiscadas em meu lábios inferior, sugando-o com cuidado.

O beijo era calmo e meu coração reagia de várias formas a isso. Meus pêlos estavam eriçados, sentindo meu corpo tremer, sorrisos não saindo de meus lábios.

Eu não podia estar apaixonado. Estava fora de cogitação apaixonar-me pela minha vítima. Mas seu sorriso era tão encantador e cada pequeno pedaço dele me levava à loucura.

O garoto me fascinava de todas as formas possíveis, todas as suas pequenas coisas me davam vontade de ficar e ficar, apenas não ir embora. Seu sorriso de ruguinhas e as covinhas abaixo de sua espinha. Sua voz fina e seus gritos agudos de raiva. Seu rosto perfeitamente desenhado e seu corpo como o de um anjo.

Tudo nele era perfeitamente moldado, cada mínimo pedaço. Eu só não conseguia fugir da força que ele emanava em meu corpo e meu peito. Eu não conseguia fugir de Louis Tomlinson, pois sem ele as coisas já perderam qualquer sentido.

Nossos lábios separaram-se, seu rosto foi colado entre meus cachos e sua respiração quente em meu pescoço me deixava arrepiado.

- Nós devíamos sair, sabe? - Sua voz manhosa me fazia sorrir. - Estou cansado de somente trabalho e casa.

Virei meu corpo, o puxando para perto e pondo sua perna direita em meio às minhas. Deixei um selinho em seus lábios e um beijo em sua testa.

- Claro. Para onde você quer ir? - Deu de ombros, olhando para o teto.

- Vou chamar uns amigos e nós vemos junto com eles. - Senti um incômodo novamente se apossar de mim, ver outras pessoas era arriscado, eu poderia ser pego. - Shhh. Você vai gostar deles.

Assenti com a cabeça, vendo o garoto acariciar meu rosto com seus dedos.

- H-Harry... - Abri meus olhos e foquei-os em Louis. - E-eu, hum... Vou ligar para eles.

Me deu um selinho rápido e levantou-se do sofá, deixando-me em total confusão. Algo me dizia que por dentro de suas palavras tinha algo não dito, mas era tão difícil conseguir decifra-lo.

Louis havia subido as escadas em direção ao quarto e eu me sentei no sofá, buscando entre os canais algo bom para assistir.

A cada vez que meus dedos tocavam o controle uma memória vinha à minha cabeça.

Eu costumava sentar-me em frente a pequena televisão da minha casa, esperando meus pais chegarem, ficava trocando os canais até achar algum desenho animado. Minhas pernas se cruzavam e eu até mesmo fazia pipoca.

Mas o homem considerado meu pai sempre acabava chegando bêbado ou irritado por ter perdido um jogo, arrancava o objeto de minhas mãos e algumas vezes arremessava-me para outro lugar.

Quando eu acabava pegando no sono neste mesmo lugar, o velho puxava meu braço até o quarto. Diferente de minha mãe.

A mulher tinha defeitos, muitos defeitos. Ela raramente estava em casa e estava casada somente por dinheiro. Vivia com outros homens e por vezes chegava com marcas arroxeadas em seu rosto.

Mas comigo ela sempre foi um anjo, até mesmo em seu último dia. Era a mulher que me pegava no colo e deitava em minha cama até adormecer, era quem passou por pai e mãe ao mesmo tempo só para me dar um mínimo de felicidade.

Continuei passando os canais até ver um desenho e sorri, deixando no local. Larguei o controle ao meu lado e cruzei minhas pernas acima do sofá, olhando em completo encanto para a televisão.

- Desenho? - Louis desceu as escadas com cuidado, sentando-se ao meu lado.

- É. Eu gosto. - Cocei minha nuca, virando meu olhar para ele.

Seus cabelos estavam embaraçados e espalhados, seus olhos azuis estavam cobertos de preguiça e brilhavam em um belo tom.

- Você ia me falar algo.

O menino engatinhou para ainda mais perto, colocando sua cabeça entre minhas coxas e deixando seus tornozelos no apoio do móvel. Seu olhar estava direcionado a mim e eu podia encontrar ternura ali. A ternura que eu conhecia quando minha mãe deitava ao meu lado e mexia em meus cachos, cantando suaves canções de ninar para me fazer dormir.

- Não é importante agora. - Sua voz era baixa e me fazia sorrir.

Passei minhas mãos pelos seus cabelos escuros e passei a cantarolar uma música. Vi seus olhos fecharem-se e sorri, apagando os meus também.

Continuei cantando, vendo as palavras saindo com facilidade da minha boca mesmo depois de um longo tempo. Sentia sua respiração calma batendo em meu estômago, sua pulsação lenta e um pequeno sorriso em seus lábios.

Seus dentes não estavam à mostra, apenas as covinhas abaixo de seus olhos. Soltei uma risadinha antes de continuar, então peguei o menino em meus braços, encostando sua cabeça no apoio do sofá. Encostei meu corpo ao seu lado, puxando-o para os meus braços sem acabar com a canção.

Seus olhos abriram-se, o belo tom de azul parecia enxergar até mesmo minha alma.

- Eu acho que estou apaixonado por você. - Falou baixinho, colocando seu rosto entre meu pescoço.

Acabei a canção, minha mão descansando em sua cintura e mil cenas passando-se em minha cabeça.

Louis pegou no sono, deixando sua respiração quente e lenta em minha nuca. Deixando-me totalmente extasiado com os olhos somente em si.

Respirei fundo, fechando meus olhos e beijando seus cabelos. Minhas unhas passearam por suas costas, brincando com suas covinhas.

- Talvez eu também esteja, Lou.

circus » larryOnde histórias criam vida. Descubra agora