help(less) - l.s

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Louis estava feliz.

Talvez porque hoje o clima estivesse maravilhosamente propício à seus moletons grandes e quentinhos; talvez porque Stan finalmente tivesse aceitado ir à uma reunião pra jovens alcoólatras ou talvez porque Phoebe o tivesse elogiado hoje no café da manhã ("Você está tão bonito, Lou!"). Talvez realmente fosse por um desses motivos, tirando o fato de que não era.

Louis estava feliz porque, graças a tudo e finalmente, seu pastor o tinha colocado no Grupo de Voluntários á Ajuda Social. Ele, particularmente, achava uma idiotice os próprios voluntários não poderem escolher em qual área iriam trabalhar. Afinal, eles eram os voluntários ali. Mas "Deus sabe o que sabe, e Ele se comunica através do bom Pastor". Esse era o lema da Igreja na qual era participante ativo. Louis, na verdade, achava que tudo aquilo era uma completa idiotice. Quer dizer, Deus? Conta outra.

Louis partia do princípio de que, se existisse mesmo um Deus criador de todas as coisas e super solidário, esse mesmo ser superior ou o que seja, não deixaria que existisse toda a merda que existe.

Mas ninguém realmente sabia o que ele pensava, e estava bom assim; Louis só queria ajudar as pessoas que vivem nessa merda de mundo em uma situação ainda pior do que as piores situações imaginadas. E, falando sério, qual a instituição que mais ajuda em toda a bola fodida que é o planeta Terra? Exatamente: a Santa Igreja.

Mas isso tudo é história. O que realmente importa é que Louis agora estava saindo da Igreja com panfletos em mãos e um sorriso no rosto.

Certo. O trabalho dos Voluntários na área de Ajuda Social era distribuir panfletos de auto ajuda.

Louis também achava aquilo uma idiotice; todo mundo sabe que ninguém lê esses panfletos. Ele mesmo usava-os, no máximo, pra grudar o chiclete que já não tinha gosto quando não achava nenhuma lixeira. Isso até que Stan entrou no tal clube de jovens alcoólatras por causa de um dos benditos panfletos que foram entreguer por, surpresa!, Niall Horan.

Niall era o flho do Bom Pastor, que bebia todas e cheirava muito, tudo sem que seu pai soubesse. Niall também era gay, o que faria o Mensageiro de Deus que era seu pai ter um treco se ele soubesse. Mas, aparentemente, o Bom Deus Que Sabe Tudo ainda não sabia que Niall ficava drogado e dava pra qualquer um que tivesse um pau grande o suficiente. Ou talvez ele só não quisesse dar a terrível notícia ao seu Bom Mensageiro. Bom, isso nós nunca saberíamos.

A questão é que Louis não gostava de Niall. Desde o momento em que pôs os olhos no garoto, a antipatia vazou por todos os poros de seu corpo. E quando Horan tentou dar pra ele no banheiro da Santa Igreja... foi aí que Louis decidiu que a missão de sua vida seria odiar aquele cara.

Foi também por causa de Niall que Louis se interessou pelo Grupo de Voluntários. Se um otário qualquer conseguia fazer alguém se render e se redimir com o tal Deus e consigo mesmo, porque ele não conseguiria? Deveria ser tão fácil quanto fazer Niall Horan abrir as pernas.

Há. Ele nunca se cansaria dessa piada.

×××

- Louis, nós confiamos em você, filho. - o homem passou as mãos calejadas pela cabeça de Tomlinson, que sorriu pequeno - Mas o mundo é perigoso, e lugares assim são ainda mais. O Bom Deus estará te protejendo, mas o Inimigo também pode ser poderoso ás vezes.

- Eu vou tomar cuidado, Pastor Horan.

E isso era uma mentira. Louis não tomaria cuidado, porque ele não precisaria tomar.

Tomlinson já tinha sido frequentador assíduo do Beco do Fumo quando Stan estava envolvido com um pessoal meio drogado meio depressivo, e ele sabia que o máximo que podia acontecer era morrer de tristeza ou se render às substâncias que o pessoal usava. Ele, na maioria das vezes, optava por quase morrer de tristeza e depois ajudava Stan a chegar em casa e tomar um banho sem vomitar em si mesmo.