Infelizmente, minha tia estava certa. Nosso jantar foi maravilhoso e devo admitir, o Greg é quase legal. Enquanto terminávamos de comer a sobremesa, minha tia estava numa ligação faziam quase vinte minutos. Quando ela voltou da cozinha, parecia estar irritada.
- O que aconteceu, tia? - Perguntei enquanto recolhia os pratos.
- Os computadores da empresa estão com problema e precisam de mim lá agora. - Respondeu pegando sua bolsa e a chave do carro. - Não devo demorar, querida, mas a louça fica pra você hoje.
- Mas ontem... - Porém, ela já tinha saído.
- Acho que vou ter que ficar pra ajudar, de novo. - Greg falou levantando e pegando os copos.
- Você sabe que não precisa.
- Eu sei, mas gosto de ficar perto de você.
Depois de tudo estar organizado, ficamos sentados na borda da piscina conversando.
- Sabe, vai ter um jantar em casa nesse final de semana e alguns amigos dos meus pais virão. Gostaria de ir?
- Ah, talvez seja legal ter você como companhia. - Ele riu e me empurrou para o lado. - Preciso ir bem vestida?
- Não sei se você tem alguma roupa descente, mas sim. - Abri a boca, indignada, enquanto ele ria.
- Se eu não achar vou só de lingerie, ok? - Falei rindo e joguei um pouco de água nele.
- Fechado! - E ele retribuiu jogando água em mim. Parecíamos duas crianças quando ele segurou minhas mãos e me puxou para perto. Ficamos nos encarando por alguns segundos, mas por impulso, por vontade e por outras razões, acabamos nos beijando. Um beijo delicado. Sua boca tinha gosto de menta, suave, mas predominante.
- Hm.. - Interrompi o beijo. - Acho melhor você ir embora, já está ficando tarde.
- Sim, senhora. - Falou enquanto levantava se secando.
Fomos até a porta e ele me deu um beijo rápido antes de sair correndo.
- Até amanhã loirinha. - Tranco a porta e subo correndo para o meu quarto. Deito e fico encarando o teto até pegar no sono. Pensando nele até o último segundo acordada.Logo pela manhã minha tia me deixa de carro na escola e algumas pessoas ficaram encarando-a com um olhar estranho, depois olhando para mim também. Estranho. O dia passou rápido e depois de almoçar no refeitório aviso minha tia que vou ficar estudando na biblioteca até de noite.
Quando entro uma senhora de uns 75 anos, baixinha, com cabelos grisalhos é muito bem arrumados é um vestido vermelho me ajuda a achar alguns livros para estudo e alguns para pode levar para casa.
- Vejo que a senhorita tem bom gosto para livros. - Ela falou sentando-se do meu lado.
- Ah, obrigada. - Sorrio de volta. - Meu nome é Jessica Blankeburg, prazer.
- Caroline McMillian. - Ela arrumou o relógio- Você é parente da pequena Ann?
- Sou sobrinha dela, agora moro com ela. - Falei baixo por causa dos outros que pediam silêncio.
- Oh meu Deus! E como ela está? Desde o dia na delegacia não a vi mais.
- Delegacia?
-Ah.. Sim.. Mas olha quanta bagunça, sinto muito, mas preciso terminar de arrumar as coisas por aqui.
- Mas, por favor... - Infelizmente, ela já tinha saído. Para uma mulher de idade, ela é bem rápida.
- Não liga para ela, querida, a Sra. McMillian deve ter um parafuso a menos. - Um rapaz meio gordinho sentou na minha frente. Ele tinha as calças pretas apertadas presas com um sinto rosa é uma blusa branca também apertada. Para completar, estava com um lenço no pescoço e um chapéu. Devo admitir, ele tem muito mais estilo e preocupação com a aparência que eu. - Você é a garota nova, Jessica, certo? Meu nome é Jason.
- Prazer. Achei que nunca ninguém fosse falar comigo aqui.
- Nós gays geralmente somos mais receptivos, mas o pessoal daqui é um pouco nariz em pé.
- Algumas pessoas me olham torto, acha que eu estou suja ou fedendo?
- Não, gata, que nada! Você é perfeita como uma boneca, mas depois do que aconteceu com a sua tia...
- O que aconteceu com ela?!
- Quer ir tomar um lanche para eu te contar o que eu sei?
Depois de pedirmos as coisas, sentamos na mesa mais afastada.
- Como estou aqui há um ano, sei apenas boatos, mas me falaram que sua tia Ann matou o marido em uma discussão. Porém, isso nunca foi provado e ela apresentou provas de sua inocência, no entanto, as pessoas daqui preferem acreditar no que uma de suas vizinhas fala.
- O que? Impossível! Minha tia é a pessoa mais amável do mundo. - Aquilo me pegou de surpresa. Minha tia seria incapaz de fazer alguma coisa assim. Tenho certeza. Mas agora tudo se encaixa. Ela ser totalmente excluída e as pessoas olharem torto para nós.
- Concordo com você, já conversei com a sua tia várias vezes, ela é uma pessoa muito boa.
- Muito obrigada por me contar. - Falei enquanto o abraçava. - Sabia que eu sempre quis ter um amigo gay?
- Imagina, menina. Eu sempre quis ter um amigo também, mas aqui na escola as pessoas não me aceitam muito bem.
- Elas têm inveja do seu estilo.
Continuamos rindo por um bom tempo até precisarmos ir embora.
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De repente, amor
RomanceAh, o amor. Varia de pessoa para pessoa é claro, senão tudo seria muito sem graça. Ficar esperando que o homem ou a mulher ideal apareça não é um dos conselhos mais adequados a se seguir, no entanto não é aconselhável que todos saiam tentando um rel...