013

107 13 0
                                    

//Capítulo 13//


 "Algo simples, como dar-mos as mãos."  


"Sasha, a menina tem intenções de se calar ou não?" Todos na turma sabiam que o Sr. Clance já se estava a fartar do comportamento dela por não a ter chamado pelo último nome mas sim pelo primeiro. O homem fazia sempre questão de nos tratar como iguais a ele, e chamar pelo primeiro nome não era igualdade.

"Peço desculpa, professor." A loira baixou a cabeça e eu não consegui evitar que um sorrisinho de maldade aparecesse nos meus lábios.

"Muito bem." O Sr. Clance suspirou. "Voltando à aula..."

A verdade era que, ao ter aquele tipo de atitudes, eu não estava a ser nada melhor que Sasha, mas eu não consegui evitar em até ter um certo prazer em ver Sasha a ser, finalmente, repreendida. A loira oxigenada era a pessoa mais desprezível de todas, tratava-me como menos que os outros e gozava com tudo e com todos. Como é suposto eu não ficar agradada quando algo de menos bom lhe acontece? Não é correto da minha parte, mas é apenas humano. E foi isso que eu tentei explicar quando o Calum me perguntou:

"A sério que estás a sorrir?" Ele revirou um pouco os olhos. "Vá lá, Alex, está bem que ela não é melhor que uma cobra, mas não é razão para te sentires bem com o mal dela."

"Opá, esta é apenas uma reação normal." Eu defendi-me. "Vais me dizer que nunca te riste quando alguém que sempre foi horrível contigo estava numa altura infortunada? É apenas humano."

Enquanto ia escrevendo o que o professor dizia, Calum opinava, "OK, mas não é por isso que não podes melhorar e ser bem melhor que esses humanos normais que só desejam o mal aos outros."

"Lamento imenso informar-te, mas quando te fazem o que a Sasha me faz a mim, não há maneira de esquecer e de agir de maneira correta."

"Vai querer calar-se também, menina Parks?"

Antes que o professor começasse a usar o meu primeiro nome, calei-me, olhando uma última vez para Calum e vendo-o de sobrancelhas franzidas. Talvez o que eu lhe tenha dito não tenha sido o melhor, mas era a verdade. E, apesar disso, com certeza que ele agia de maneira igual, por isso também não tinha moral para falar, certo?

O resto da aula passou a correr, pelo menos para mim que adorava aquela disciplina. Durante os restantes trinta minutos que tive de aula, eu e o Calum não falámos mais um com o outro. Eu não estava habituada a dar a iniciativa no que tocava a amizades e, apesar de Calum ser quase tão importante como Luke (ou então tão importante como o loiro), eu não mudar a minha regra. Eu ia esperar até que o moreno quisesse falar comigo, quer tivesse de esperar apenas mais um minuto ou até ao fim do dia.

Mal suou o toque de saída, eu saí quase que a correr da sala. Eu já tinha a mala apoiada num ombro e, como alguns alunos ainda estavam a arrumar as suas coisas ou queriam falar com o professor, consegui chegar à porta sem nenhum obstáculo. Suspirei ao sair da porta mas, mal olhei para o corredor, arregalei os olhos. Mais do que nos outros dias, o corredor estava quase cheio. Eu não sabia como era suposto eu sair dali, tendo em conta que o corredor estava cheio de gente e que os da minha sala estavam a começar a sair.

Antes que começasse a entrar em pânico, ouvi uma voz bastante conhecida a sussurrar perto do meu ouvido, "Segue-me."

Se eu não estive bastante habituada a ouvir aquela voz rouca e doce, eu teria, com certeza, entrado em pânico. O pior que me podiam fazer era tocar-me sem eu ver ou sem eu saber, sendo as minhas costas o lugar mais sensível de todos. Calum não me tinha tocado, mas apenas por pouco, por isso, se eu não tivesse reconhecido a voz dele, ter-me-ia passado com o medo de estarem tão perto.

Dark Past || Hood [PARADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora