Day seventeen pt. I

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Após uma ligação Louis havia gritado que deveríamos nos arrumar para sair. Meus protestos não ajudaram, as súplicas para ficarmos vendo Friends só ajudaram em uma almofada parar no meu rosto.

Bufei, jogando minha cabeça no sofá enquanto Louis mostrava-me duas camisetas e pedia para escolher.

- Eu gosto de Arctic Monkeys. - Apontei para a branca, tentando me levantar com cuidado.

Virou o tecido para si e fez uma carranca, juntando suas sobrancelhas e negando rapidamente.

- Eu prefiro a do Black Sabbath. - Jogou a branca no sofá e tirou o suéter que usava, colocando a regata preta com o nome da banda na altura de seu peito.

Olhou para baixo e sorriu convencido, correndo para as escadas somente de boxer.

- Por que diabos você pediu a opinião se ia fazer o contrário?! - Gritei, dando risada em seguida e levantando-me. - São apenas cinco horas da tarde.

Me aproximei do seu corpo, abraçando sua cintura e encostando meu queijo em seu ombro nu.

- Você não sabe como Niall é. - Deitou sua cabeça em meu ombro. - Ele vem uma hora antes do combinado.

Deixei uma risada fluir pelos meus lábios, apertando minhas mãos em sua barriga e o virando.

- Você não vê que é lindo de qualquer forma. - Suas bochechas tornaram-se rosadas, exatamente do jeito que eu adoro. Então as apertei, ouvindo um resmungo de sua boca.

Os pensamentos confusos de minha mente ainda me atormentavam, uma guerra interna martelava em minha cabeça. Mesmo olhando nos olhos do pequeno menino e sentindo uma ternura aconchegante, havia um pedaço de mim gritando que isso era um grande erro.

- Que roupa você usará? - Suas mãos puxavam meus cachos fracamente, fazendo cochichos saírem de minha boca. Dei de ombros.

- Qualquer uma.

- Eu não sairei com um mendigo. - Fez bico, virando seu rosto quando tentei depositar um beijo em seus lábios.

Então o puxei, andando de costas e caindo em direção à cama, puxando seu corpo comigo. Um sorriso convencido dançava em seus lábios, seus olhos azuis estavam ainda mais incríveis olhados de perto. As lindas pedras preciosas me encaravam, lendo até mesmo a parte mais obscura presa dentro de mim.

- Isso é tão irônico, porra. - Derrubei seu corpo ao meu lado, puxando-o para perto. - Você me faz pensar em um futuro melhor. Você me faz ver uma vida ao seu lado e isso é tão errado.

Olhei para o horizonte, tentando fugir de seu olhar penetrante. Um lado fundo de meu peito dizia que era errado falar tudo isso para ele, meu corpo não reagia a meus comandos.

- Não é errado se te faz forte. - Baixei meus olhos, vendo um sorrisinho em seu rosto e tentando não beija-lo.

Era errado de todas as formas. Um assassino se apaixonar por sua vítima, em que planeta isso é certo? Não sou uma pessoa boa, não sou uma pessoa ao menos gostável. Apenas alguém corroído pela raiva e pelo ódio, apenas alguém que já está totalmente morto e sem sentimentos por dentro.

- Vamos lá, me mostre suas covinhas. - Seus dedos passearam pela minhas bochechas, fazendo-me sorrir sem notar.

O menino me fazia completamente feliz, dava sentido a cada pequeno segundo de minha vida, trazia luz para a escuridão. Louis e suas palavras confusas, seus resmungos durante a noite, seus sorrisos de ruguinhas e sua voz fina e agradável.

- Cante. - Falei, sem pensar, puxando Louis para meu colo. - Quero ouvir sua voz em uma canção.

Ele negou e eu supliquei, lhe fiz cócegas, juntei minhas mãos e fiz cara de cachorro abandonado. Então por fim soltou suas mãos para o alto, dando-se por vencido.

circus » larryOnde histórias criam vida. Descubra agora