Eu fiquei olhando o Lencey entrar pela porta do banheiro como se fosse um trem a vapor. Sem falar que saiu derrubando tudo e todos que via pela frente. Eu, durante o ano e meio que tinha ficado com ele, já o tinha visto daquele jeito várias vezes, por isso não fiquei surpreso pela cena, mas sim algo que me deixou bastante curioso. Eu virei e olhei para o Gus e meus amigos ali do lado. Danielle e Caike me olhavam como se eu estivesse escondendo algo deles. O que poderia ser verdade. Eu não tinha contado para eles que durante essas semanas que tinha passado eu estava de caso com o Gustavo. Não vou dizer caso, soa um pouco fora da lei, ou coisa assim. Esqueci a palavra certa para isso. Eu só não sabia que estava já no nível que ele tinha deixado explicito para todos. Não que eu não quisesse, na verdade era o que eu queria. Só se tratava do fato dele ser muita areia para a minha caçambinha. Sim, ele era um dos garotos mais bonitos que eu já tinha visto. Aqueles olhos negros quando ficavam assustados ou irritados, me deixavam cada vez mais apaixonado. O cabelo dele crescia constantemente e em duas semanas já estava parecendo um emo, nada contra os emos, adoro emos. O mundo poderia ter mais emos. O foda-se quem acha que não. Está, parei. Continuando. Ele parecia o garoto perfeito, o namorado perfeito. Eu apenas tinha medo de me envolver com ele e acabar o ferindo por não saber nada da minha origem, nem do meu destino. Porque, convenhamos que, se sua mãe gera você em um ritual e depois desaparece, é porque ela tem um proposito e que o ira o usar quando for a hora certa para ela. Então, o que seria do Gustavo se algo acontecesse comigo? Como eu poderia viver, ou como ele poderia viver se eu o ferisse por causa disso?
Quando eu digo feri-lo, não digo apenas no modo sentimental, mas sim fisicamente. Eu não sei o que eu sou, eu não sei do que serei capaz quando for a hora certa da minha mãe retornar. E o que acontecerá quando ela voltar.
— Então... –falou Danielle – Qual dos dois vai dizer o que está acontecendo aqui?
Gustavo olhou para mim, e de uma expressão raivosa, passou para assustado em questão de segundos.
— Eu sinto muito. – Falou ele virando-se para ir embora.
Peguei no braço dele e nossos olhares se cruzaram.
— Fica. – Falei olhando para ele – Seu ciúme é fofo, e eu não quero que vá. Na verdade, não vou mais esconder isso.
Eu olhei para meus dois amigos que ainda esperavam uma resposta minha.
— Então, minhas fofuras... – comecei a falar.
— Ele falou fofuras. – Falou Caike cerrando os olhos... – Desde quando vocês estão juntos?
— Desde o segundo dia de aula. – Falei.
— Ah. – Falou Danielle – Como pode esconder uma coisa dessas da gente?
— Ah. – Repeti o que ela falou – Eu só não queria que vocês ficassem depois jogando na minha cara que estavam certo em relação a tudo que vinham me dizendo.
— E só foi alguém novo aparecer e você pegar para você. – Falou Caike.
— Na verdade aconteceu tudo rápido, e eu gosto dele. – Falei.
— O namoro é sério? Sua mãe já sabe? – Perguntou Danielle.
— Na verdade eu nem sabia que a gente estava namorando. – Falei olhando para Gus. – Eu iria pedir ainda, e ele estragou a surpresa.
— Você ia pedir? – Perguntou ele com os olhos brilhando.
— Sim. – Falei - Seria na sua casa.
Depois de tudo, ficamos ali conversando durante um tempo. No fim das aulas eu e o gus seguimos para minha casa, onde contaríamos para minha mãe a novidade, pois devido a tudo que eu tinha passado no ultimo relacionamento, ela achava que eu precisava de algo para fazer esquecer tudo que eu passei.
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Otávio - Amor Destruído - Volume I
RomanceEle foi feito a partir de Magia Negra, nunca soube o porque de ter sido gerado por essa maneira... Talvez por isso ele ache que sua vida tende a ser uma maldição, que nada que ele possa querer, vai conseguir. Otávio é um garoto comum, como qualquer...