3 Capítulo

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- Filho, eu não pedi para você não assustar ela? - papai interrogou confuso.
- Eu não assustei pai, eu juro - Teddy fez cara de inocente.
Até sendo cínico ele consegue ser extremamente lindo, seus cabelos dourados destacavam seus lindos olhos verdes, não que ele fosse totalmente sarado, mas tinha um corpo que deixava qualquer menina babando. E aqueles lábios.... Ah, aqueles lábios! Deus do céu tenha dó de mim.
- Sentem, vamos comer! - tia Rosa quebrou a tensão que pairava no ar, mas antes de me sentar lancei um olhar mortal para o menino que sentara ao meu lado, Cath apenas ria de tudo.
Entre altos papos pude perceber que eles faziam o tipo "família feliz" na mesa. Não entendo o motivo de Cath querer morar tão longe da mãe, não que a vovó Amélia não seja legal, é só que... A família da Cath é tão pura, tão verdadeira.
- No que você está pensando amiga? - depois de jantarmos, fomos para a sacada do quarto de Catherine ver as estrelas e como eu imaginei o céu estava lindo.
- Não sei, eu sinto falta da minha família - respondi tristemente.
- Amiga, eu não sei como dizer essas palavras bonitas de conforto, mas vai ficar tudo bem - disse sem graça por não ter experiência no assunto "conforto".
- Sabe Cath? Eu gosto de você e desse seu jeito maluco.
- Claro querida, sou irresistível - não pode fazer um elogio que a criatura começa a se achar.
- E então, temos dois dias em casa antes das aulas começarem...
- Vamos para o clube com meus pais amanhã às oito - rolou os olhos.
- Sério? Não sabia - sorri.
- Sorry nossa falta de atenção, esquecemos de te avisar - fez bico.
- Sem problemas, vou pegar um edredom pra gente lá dentro - levantei-me.
- Vamos dormir aqui na sacada? - olhou-me esperançosa.
- Yeah! - ambos sorrimos.
Passamos a madrugada toda conversando, descobri que Cath gostava do amigo de Teddy, se eu não me engano o menino se chamava Nick. Enquanto eu falava "sozinha" Catherine roncava ao meu lado, bufei. Depois de um tempo pensando fechei meus olhos e adormeci.
Catherine me acordou aos berros (normal) arrumamos nossas coisas fiz minha higiene matinal e descemos para tomar café. Depois de muito insistir Teddy aceitou acompanhar a gente nesse passeio que os irmãos julgam ser "tedioso".
- Não vai ser tão ruim assim crianças - tio Jonathan insistia em animar os irmãos, gargalhei e Catherine revirou os olhos. Teddy começou com seus carinhos gostosos em meus cabelos me pegando desprevenida, suspirei arrancado um risada baixa do mais velho. Deitei a cabeça em seu colo enquanto sentia suas carícias, a sonolência me atingiu em cheio e logo meu corpo repousava em seu colo e minhas pálpebras pesavam como se pedisse por um descanso.
- Acorda amor, chegamos! - Cath tentava calmamente me acordar.
- Nossa dormi muito - sentei no banco do carro um pouco tonta.
- Imagina, foram só três horas! - o loiro respondeu irônico.
- Ha-ha-ha muito engraçadinho você, quer o osca querido? - disse sarcasticamente.
- Pra fora do carro crianças - Tio Jonathan gritou assim que saiu do carro, sendo seguido por Tia Rosa. Sai do carro admirando o tal clube, sorri de uma orelha à outra me apressando para entrar no mesmo. Segui meus tios que já caminhavam para a entrada do clube, olhei por cima do ombro esquerdo, Teddy e Catherine nos seguiam bufando, sorri.
A tarde passou rapidamente levando consigo o dia maravilhoso que tivemos, caminhava lentamente pela beirada da piscina que era iluminada pela brilhante lua, mas algo que me chamou atenção foi a estrela mais próxima da lua que brilhava tanto quanto a primeira, o vento frio cortava minha pele me fazendo encolher-me na tentativa de fazer o frio diminuir, praguejei-me por está apenas com um moletom fino e não ter levado algo mais resistente.
- Posso lhe fazer companhia? - assustei-me com a voz firme que me despertou de um pequeno transe.
- Claro, vamos nos sentar ali Teddy! - apontei para as espreguiçadeiras desocupadas, assentiu.
- Dia lindo, não?
- Sério Teddy? Você já disse coisas melhores - disse rindo, deixando-o extremamente sem graça.
- Ah Tata, você sempre estraga tudo - fingiu estar bravo.
- Sorry! - fiz bico, sorriu. Algo muito importante me veio a cabeça, olhei para Teddy com intenção de compartilhar, mas me arrependi quando percebi que o mesmo estava perigosamente perto. Mesmo sabendo que "aquilo" que estávamos prestes a fazer era errado, algo me dizia que naquele momento aquilo era completamente certo. Seus lábios encostaram aos meus e o que eu esperava não aconteceu a tal "corrente elétrica" que todas as meninas sentem quando beijam o garoto "certo", cedi o espaço para que o mais velho pudesse aprofundar o beijo. Minha mente corria para qualquer outro lugar que não fosse aquele momento ali com Teddy, sinto que preciso estar nos braços dele, mas não desse jeito e nem com minha boca colada na sua. Parti o beijo e Teddy alternava seu olhar de mim para o chão, com medo de me encarar.
- Não precisa ficar sem graça Teddy, eu te amo - fiz carinho em seus cabelos dourados.
- Como irmão e não como Teddy! - respondeu tristemente.
- E você me ama como sua pequena! - retruquei.
- Queria acreditar nisso tanto quanto você - abandonou-me sozinha com meus pensamentos, acho que estou precisando rever meus conceitos, não é possível que Teddy goste de mim no duplo sentido, ou é? Escondi minha face entre as mãos e suspirei pesarosa. Meu Deus o que eu estou fazendo com minha vida? Será que eu não posso ter uma vida normal como os outros? Digo, uma vida onde meu melhor amigo não goste de mim no duplo sentido? Tantas perguntas que somente o tempo poderá me responde ou quem sabe o destino, provável.
- Viu um fantasma Tata? - indagou Cath risonha enquanto enchia a boca com mais uma colher de sorvete.
- Só preciso de um banho e tudo ficará bem - queria tanto acreditar no que minha boca acabara de pronunciar. Catherine consentiu murmurando algo que meu subconsciente não foi capaz de distinguir. Subi os degraus apressadamente, joguei-me na cama me entregando ao choro. Acordei meio zonza e com olheiras profundas, fiz a porra da higiene matinal que todos fazem pela manhã. Debrucei-me sobre o parapeito da janela observando a movimentação do trânsito, o céu nublado dava espaço ao sol, tornando o dia ensolarado. A "casa" em que estávamos não era tão grande, porém era linda e aconchegante. Meus cabelos não precisavam de tanta palhaçada para ficar bonito, seus cacheados longos e naturais tornavam tudo perfeito. Hoje acordei diferente, não passei maquiagem apenas um lápis fortemente preto para ressaltar meus olhos esverdeados como esmeraldas. Optei por um vestido branco de renda que deixava visível meu biquíni.
Abri a porta do quarto, mas uma grande tontura me atingiu, a mesma trouxera consigo lembranças da noite de ontem. Agora precisarei encarar Teddy na droga daquela mesa, ótimo! Vida perfeita não acham? CLARO QUE NÃO!!! Isso nem de longe é perfeito. Os degraus nunca me pareceram tão extensos, meu receio de encontrar Teddy naquela mesa só aumentava de acordo com os degraus. Assim que terminei minha descida lenta e digna de uma Miss. Fui para a cozinha onde todos se reuniam .
- Bom dia Tata! - Cath exclamou contente, sorri amarelo em resposta.
- Sente conosco - Tia Rosa pediu, consenti. Teddy remexia seu garfo na comida em seu prato como se fosse a coisa mais interessante a se fazer. Sentei-me junto a eles me servindo. Ninguém percebeu a tensão entre o loiro e eu, Gracias. Descansamos cerca de quinze minutos e depois pulamos na piscina, todos menos Teddy que optou por subir e dormir um pouco, o problema era eu e disso minha pessoa não tinha dúvidas!
- Tata, o que aconteceu entre você e meu irmão? - sabia que uma hora alguém iria estranhar, estava bom demais pra ser verdade.
- Nada amiga... Acho que é só mau humor da parte dele - tentei soar convincente, enquanto travava uma briga interior para não falhar. Catherine capturava as coisas muito rápido.
- Então é passageiro - comentou despreocupada. Não demorei muito para sair da piscina, ainda tinha algumas coisas para arrumar antes de partir a noite, chegando em casa ainda arrastaria Teddy para uma conversa. Fomos o caminho todo em silêncio, nem mesmo meus tios se pronunciavam, se for pra ficar nesse tédio, que seja acompanhada dos meus fones. Liguei meu ipod procurando por alguma música que me acalmasse, bufei indignada por não achar nada que prendesse minha atenção. Me remexi naquele maldito assento diversas vezes a fim de encontrar uma posição agradável, por fim Teddy me dirigiu a palavra.
- Quer parar de se remexer nessa merda desse banco? - encarei-o pela primeira vez no dia.
- Desculpe, não consigo encontrar uma posição agradável - disse sem graça.
- Percebi - murmurou. Cath roncava ao meu lado como em todas as vezes que viajamos no Brasil. Ah Brasil, que saudade daquele país quente, principalmente de um certo casal. Olhei no visor do celular e o relógio marcava 23:26, a hora exata em que chegamos em casa. Segui Teddy que caminhava lentamente em direção a escadaria de mármore da casa. Sem que ninguém percebesse caminhei em sua direção tomando cuidado para não fazer barulho, assim que o mesmo fez menção de entrar no quarto segurei seu pulso num movimento rápido assustando o mesmo.
- Até quando você pretende continuar me evitando? - encostei-o na porta escorando-me em seus ombros, disposta a falar tudo que estava preso em minha garganta.
- Até minha passagem para Nárnia chegar - disse irônico.
- Sua ironia é uma delícia, deveria experimentar! - rolou os olhos.
- Qual é Teddy, você é meu irmão lembra? - explodi cansada dessa ceninha toda por causa de um beijo.
- Não, que tal refrescar minha memória? - que gay cara! Suspirei pesadamente, desistindo de levar aquela conversa à diante.
- Tchau, tata! - o cretino gargalhou entrando em seu quarto. Segui até meu quarto indignada, eu sinceramente não acredito que Teddy tenha se tornando uma pessoa tão fútil só por causa daquela porra de beijo.








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