-Como assim Juliana ela não voltou para casa.
-Não voltou Thiago, eu pensei que ela estaria com você.
-Se lembra de qual foi a ultima vez que a viu. –Eu andava de um lado para o outro da sala, Juliana parada na minha frente e Flavio sentado no sofá com as mãos na cabeça. Era 6h30 da manhã e ninguém sabia do paradeiro de Beatriz.
-Quando ela foi ao banheiro, um pouco antes do blecaute no salão.
-Não aguento mais, eu vou a policia, Bia não pode ter sumido evaporado desse jeito.
-Eles vão pedir para aguardar vinte e quatro horas após do desaparecimento.
-Aonde você foi, ficamos procurando por você? –Juliana cora ligeiramente sobe a pele morena, Flavio que permaneceu o tempo todo calado resolveu se pronunciar.
-A Ju veio embora com aquela carinha, acho que é o Pedro, e eu continuei na festa. Perguntei para as meninas do curso da Bia e ninguém sabia dizer alguma coisa.
–E aonde esta este Pedro Juliana. –Ela olha em direção aos quartos e eu entendo tudo perfeitamente.
Na noite em que formos ao barzinho eu notei os olhares entre eles, toda vez que Bia o olhava ficava vermelha e desconfortável, porem percebi que ela o evitada, e se tivesse que me contar alguma coisa eu iria esperar o tempo dela.
Sabia também que ela não teria coragem e muito menos motivo para me trair. Mais aquela noticia de que Pedro estava com a Juliana me tirou um peso das costas. Qualquer tolo iria perceber que ambos haviam desaparecidos do salão.
–Entendo. –Foi tudo que eu consegui dizer. Peguei minhas coisas me virei em direção à porta com o intuito de sair à procura de Beatriz.
–Onde pensa que vai. –Juliana pergunta segurando meu braço.
–Aonde mais eu iria Ju. Vou atrás de Bia. Não posso ficar nesta angustia. E se ela se machucou. Ou pior. Melhor nem pensar nesta hipótese.
–É melhor aguardamos mais um pouco, como eu disse para a policia uma pessoa só esta desaparecida após vinte e quatro horas. Não se passaram nem cinco Thiago. Vá para o quarto dela e descanse. Assim que acordar se ela não estiver voltado iremos todos a delegacia.
Sem mais o que fazer me deixo conduzir para o quarto, deito na cama de Beatriz sentindo o seu cheiro, lembrando dos nossos momentos juntos, a muito tempo eu não me preocupava dessa forma, a ultima vez que me senti impotente assim foi quando Deise e eu descobrimos que ela estava com câncer.
Esse pensamento me trouxe dores das quais pensei jamais viver novamente. Silenciosamente fiz uma pequena oração pedindo a Deus que não deixasse nada acontecer com Beatriz.
***
É noite de domingo, acabo de voltar da delegacia e estou em minha casa aguardando alguma noticia, já havia feito a queixa de desaparecimento e infelizmente não posso fazer mais nada somente esperar.
Aos poucos fui me acalmando não poderia perder a calma de forma alguma, aonde Bia estivesse iria precisar de mim forte e desperto.
Fui para o meu escritório afim de analisar e adiantar algumas propostas, assim que entrei meu celular tocou. Corri de volta para a sala o pegando no terceiro toque.
–Dantas.
–Senhor Thiago Dantas.
–Sim, sou eu. No que posso ser útil.
–Aqui é da policia, o senhor veio um pouco mais cedo dar queixa do desaparecimento de sua namorada Beatriz correto.
–Sim alguma noticia? –Minha espiração se acelera, sinto um fio de esperança.
–Sim senhor. Recebemos uma ligação esta noite. Uma moça chamada Beatriz conseguiu entrar em contato conosco, estamos rastreando o sinal de celular, peço que por gentileza venha a delegacia o mais rápido possível.
–Já estou a caminho. –Desliguei o celular, peguei minha carteira, a chave do carro e me encaminhei até a delegacia. Chegando lá fui informado de que Beatriz estava sendo mantida em cárcere privado por um colega do curso chamado Gustavo. Tentei me recordar quem era Gustavo e se estava conosco na noite anterior.
–O senhor conhece algum Gustavo senhor Dantas. –O delegado me perguntou. Porem tudo o que eu consegui pensar era na palavra cárcere privado. Varias coisas se passaram em minha cabeça. Imagens de Bia trancada em uma casa qualquer, sendo forçada a fazer coisas das quais ela não queria. –Senhor Dantas. O senhor conhece?
–Conheço sim. Ele estava conosco na noite de sábado, lembro que eu o vi com uma mulher um pouco antes das luzes se apagarem, por esse motivo não pensamos em questiona-lo sobre Beatriz. Provavelmente estaria com a tal mulher.
–Compreendo. –O delegado anotou mais alguma coisa em um pequeno bloco de notas.
–Onde esta Beatriz, ela está aqui? Posso vê-la.
–A senhorita Beatriz esta no hospital. Este é o endereço. –Ele arranca um pedaço de papel de seu bloquinho e me entrega.
–Por que no hospital, o que aconteceu?
–Senhorita Bia esta com sérios machucados e fraturas pelo corpo, a encontramos semiconsciente, sedada e um pouco confusa. – Sentir meu sangue ferver. Não precisou de muito para eu perceber o que tinha acontecido.
–Onde ele esta. –Rosnei para o delegado.
–Calma senhor, sei que deve ser difícil para o senhor, porem o elemento esta preso e lembre-se que sua namorada precisa de seu apoio neste momento, deixe que a justiça faça o seu trabalho. Será mais fácil pois ele foi preço em flagrante e será indiciado por cárcere privado, agressão, estupro e tentativa de homicídio.
Depois de conversar mais uns minutos com o Delegado, fui direto para o hospital rezando para que bia estivesse bem. Ao chegar lá me identifiquei e fui informado que logo um medico viria falar comigo.
Sentei-me na sala de espera odiando o fato de não poder entrar para vê-la.
–Senhor Dantas. Um homem jovem vem em minha direção carregando uma prancheta.
–Sim, como ela esta. –Pergunto sem rodeios.
–Senhora Beatriz esta sedada para que não sinta dor. Esta cm o nariz fraturado e com os pulsos e tornozelos machucados pelas amarras. Algumas contusões leves. Mais o que me preocupa é o psicológico dela.
–Como assim? Posso vê-la agora?
–Ela esta dormindo, e não acordará antes de amanha pela manha. O senhor já poderia ir vê-la, mais primeiro me responde algumas perguntas.
–Claro, o que o senhor precisa.
–Desejo encaminha-la para um tratamento. Vitimas como ela acaba ficando com algum tipo de sequela, alguma síndrome. E é necessário um acompanhamento para que não haja nenhum problema no futuro.
–faça o que for necessário Doutor. Não medirei esforços para que ela fique boa logo.
–Certo. Acompanhe-me te levarei até o quarto. – O sigo até um quarto pequeno, Bia está deitada com os pulsos enfaixados um curativo no nariz, olhos e boca roxos.
Sentei-me ao seu lado segurando sua mão.
–Me perdoa anjo, me perdoa. Deveria ter tomado conta de você. Não deveria tê-la deixado sozinha. –Me inclino a beijando suavemente na testa, permaneço ali por mais alguns instantes.
Por volta as 23h00 uma enfermeira entra no quarto perguntando se esta tudo bem, a deixo no quarto examinando Bia após verificar que ela estava bem, com a respiração estável e vou até a lanchonete, peço um lanche e suco. Ligo para Juliana e Flavio os avisando de que encontraram Bia. Volto para o quarto me acomodando na poltrona e adormecendo logo depois.
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Por Hoje é só amores. Espero que esteja aceitável rsrsrs
Tenham um ótimo fim de semana.
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Diários secretos
RomanceOBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS - PLÁGIO É CRIME! Beatriz não sabe o que significa amar, ou ser amada. Não sabe o que é uma família, depois de uma grave acusação é expulsa de casa e não sabe para aonde ir. Aos...