Capítulo 21

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Entrei aos gritos naquele quarto de hotel. Não acredito que ele estava no quarto ao lado, não podia ser possível! É apenas um sonho onde irei acordar e tudo vai ficar bem, onde tudo vai se resolver e ele vai sumir deste hotel.

Meu celular toca e vejo o número de Amanda na tela, achei melhor não atender naquele momento. Talvez se ela soubesse que ele estava no quarto ao lado poderia me dar algum tipo de conselho horrível e barato, ou simplesmente pegaria o primeiro voo com conexão em Nova York e me levaria embora para Londres. Não Kate! Você não vai atender!

Ouço alguém bater na porta e na hora meu coração congela, eu não pedi serviço de quarto. Fui andando lentamente até a porta procurando motivos para abri-la e não encontrei nenhum. Mas a curiosidade tomou conta do meu ser e não contive a vontade de desvendar o mistério, tive que abri-la.

- "Só pode ser brincadeira." - me encostei na porta revirando os olhos.

- "Já acabou o amor por mim, tão rápido assim?" - ele estava com aquele sorriso cínico, mas ao mesmo tempo sexy.

- "Só quero te esquecer e fingir que nunca existiu tem como?" - fechei a porta, mas ele travou-a com a mão.

- "Espera!" - abri a porta novamente - "Preciso da sua ajuda."

- "O que foi hein?" - bufo.

- "Preciso de um nó na gravata, tem como?" - retirou a gravata do bolso da calça social.

Olhei-o de canto - "Só pode ser brincadeira né?" - respirei fundo - "Me dá essa porcaria aqui!" - puxei-a de sua mão e ele entrou - "Não mandei você entrar."

- "Você não quer arrumar a gravata de um homem na porta do seu quarto de hotel não é mesmo?" - sentou-se no sofá.

- "Não vejo nenhum problema nisso!" - exaspero.

Enquanto fazia o nó da gravata antes de arrumá-la em sua camisa, vejo meu celular tocar novamente. Era o Natan!

- "Quem é Natan?" - ele pega meu celular e atende.

- "Oi moça, você não apareceu para pegar seu café hoje, achei estranho."

- "A Kate não está disponível, deixe o seu recado na caixa do vá a merda e se ligar para ela de novo eu quebro a sua cara!" - desligou.

- "Quem você pensa que é para fazer isso?" - grito com ele - "Você não tinha esse direito Luan!"

- "Quem é esse Natan?" - jogou o celular em cima da minha cama.

- "Não te interessa quem é o Natan! Você simplesmente não tinha o direito de atender meu celular!" - exaspero.

- "Não faz nem um mês que terminamos e você está arrastando bola para esses machos?" - guincha.

Olhei-o boquiaberta com aquilo - "Como você pode ter essa audácia?" - dou-lhe um tapa no peito - "Primeiro você nem me pediu em namoro, então nós não tínhamos nada para terminar e segundo sai do meu quarto agora!" - empurro ele para fora.

- "E o meu nó?" - para na porta com a gravata na mão.

- "Se eu não estivesse aqui iria pedir para quem?" - fitei-o.

- "Para a Estela." - diz óbvio.

- "ENTÃO VÁ PEDIR PARA ELA E VÊ SE ME ESQUECE!" - dei um grito com o qual ele se assustou e fechei a porta em sua cara.

Ele não tinha o direito de tratar o Natan assim, não era justo com ele. Natan não merecia ser tratado daquele jeito e por um homem que não é nada meu. Resolvi ligar para ele, mas o mesmo não me atendeu.

Secret | L.S. - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora