Realidade - Capitulo VI

440 74 3
                                    

Eu sair da minha casa tão raivoso que não via quase nada na minha frente. Sabe aquelas cenas de filmes que uma pessoa sai de uma loja e em seguida está entre os carros quase sendo atropelado? Pois bem, era quase isso que estava acontecendo agora. Eu sair, e já sabia para onde deveria ir. Eu sabia muito bem para onde o Lencey ia sempre que fazia algum pequeno delito, eu sempre acobertei ele por diversas vezes.

Nós tínhamos um lugar, digamos que um lugar somente nosso, mas que talvez agora não fosse somente nosso. Para ter feito aquilo com o Gus, ele deveria ter sido covarde suficiente para levar sua gangue de trombadinhas com ele, pois agora ele saia somente com maus elementos.

Eu não tinha medo dele, nem dele e muito menos de seus "aliados", não é à toa que eu nasci de magia negra, não tenho pai, então, o que eu temeria?

Eu segui em direção ao milharal que levava até o cata-vento. Corria que nem leopardo. Quando vi o cata-vento eu virei a minha direita entre um pé de milho e outro. As folhas dele passavam no meu rosto como lamina, mas eu não sentia dor nenhuma, apenas a raiva em meu peito querendo explodir rapidamente. Foi que então entrei em uma pequena mata fechada e a atravessei até uma clareira que dava acesso a uma pequena cachoeira. Foi que antes de sair e me revelar eu o vi conversando com três garotos.

— Bom, você sabe que isso não fara ele deixar o outro, não é? – Falou um dos garotos

— A minha intenção não era machucá-lo, pois eu sei que isso está doendo mais no Otávio do que nele. – Falou o Lencey. – Como foi mesmo que ele disse?

— "Pode me matar se quiser, mas não vou deixá-lo, porque o amo" – falou um outro garoto e os quatro caíram na gargalhada.

— Mas o que você fara quando o Otávio vim para cima de você? – Perguntou um dos garotos.

— Ele não irá fazer nada, ele sempre foi um fraco, e por mais que ele esteja com esse Gustavo, ele sempre vai me amar, sempre amou e nunca esquecerá tão fácil quem eu sou. – falou ele.

Foi nesse momento que eu me revelei.

— Realmente, nunca vou esquecer quem realmente é você – falei e eles se assustaram – Um covarde que precisa de uma gangue de idiotas para machucar alguém que nunca te fez mal algum.

— Amor.... – Falou ele – Você por aqui?

A minha vontade no exato momento que ele me chamou de amor, era de pegar uma daquelas pedras grandes que ele estava sentado e esmagar a cabeça dele. Mas eu não nasci para ser um assassino e tinha ido ali, somente para mostrar para ele que ele mexeu com a pessoa errada.

­— Como está o pequeno saco de pancadas? – Perguntou ele – Você precisava ver como foi fácil bater nele.

Foi nesse momento que avancei contra ele e dois dos amiguinhos dele e seguraram um em cada ombro e um terceiro me acertou bem no estomago. Sentir-me sem ar. Era como se tivessem colocado um saco plástico em minha cabeça e o ar completamente sumiu. Eu nunca tinha levado um soco no estomago e agora sei como é ruim.

— Chega. – Falou Lencey – Não é para machucar ele. Quero fazer ele sofrer sem que eu precise tocar um dedo nele.

Foi que então me sentir estranho, girei o meu braço rapidamente fazendo o garoto que estava me segurando cair para trás, e imediatamente com o braço solto dei um soco no que estava segurando o outro braço e um pontapé no que tinha me dado um soco no estômago. O que eu tinha batido primeiro se levantou.

Ele veio para cima de mim e então agarrei o cabelo dele e desferir vários socos no rosto e em seguida um na nuca que o fez desmaiar. Um outro que estava se levantando foi atingido por um pontapé meu no rosto e desmaiou. O outro que estava na minha frente saiu correndo em direção ao milharal.

Lencey me olhava com uma pequena expressão surpresa.

— Vejo que o pequeno grilo mudou. – Falou ele com desdém.

Eu então o empurrei com o pé em direção a queda d'agua. Não era na da perigoso, só queria que ele caísse na agua mesmo. Retirei o meu celular do bolso e vagarosamente o coloquei sofre uma pedra com a câmera virada para o local onde o Lencey tinha caído. Dei play e entrei dentro da agua.

Ele se levantou devagar tentando respirar. Peguei na cabeça dele e a empurrei para dentro da agua. Ele se debateu tentando me agarrar em busca de tentar se soltar para pegar ar. Puxei a cabeça dele para fora e ele respirou.

— Achou que seria fácil assim? – Perguntei – Machucar alguém que eu AMO e sair ileso dessa?

Mergulhei a cabeça dele novamente na agua e quando a trouxe de volta, desferi um soco nele que imediatamente saiu sangue debaixo da sobrancelha.

— Ah, pensei que seu sangue fosse de barata. – Falei com bastante raiva o socando novamente.

Mergulhei a cabeça dele novamente e deixei por um pouco mais de tempo.

— Se você encostar mais uma vez essa sua mão imunda no meu namorado, eu juro que te caça e te mato, nem que para isso eu tenha que ir te buscar no inferno. – O soltei.

Sair da agua, peguei meu celular e pausei a gravação.

— Só para mostrar que o grilo cresceu. – E guardei no bolso.

— Você vai pagar por isso. – Falou ele recuperando o ar.

— Eu á te avisei e quem avisa amigo é.

Fui embora.

Já era noite quando cheguei em casa todo úmido da cabeça aos pés. Gustavo estava na cozinha com a minha mãe que tinha feito algo com o rosto dele que estava bem melhor.

— Fiz algumas compressas. – Falou minha mãe.

— Obrigado mãe.

Fui até ele e olhei para o rosto dele. Estava bem melhor, não estava inchado, mas tinha muita vermelhidão por todo o rosto.

— Dói? – Perguntei.

— Um pouco, mas não é nada grave. - Falou ele saltando da bancada da pia. – Onde você foi?

— Mostrar para quem fez isso com você que ele mexeu com a pessoa errada. – Falei.

— O que você fez, meu filho? – Perguntou minha mãe percebendo os cortes no meu rosto – Você está machucado também, e ensopado.

— Não se preocupe mãe, não cometi nenhum delito, mesmo que tenha desejado. – Falei – A senhora me conhece.

Ela sentou na cadeira despreocupada.

— Eu vou subir para tomar um banho e depois volto para o jantar. – Falei par ela. – O Gus pode dormir aqui hoje/ Acho que não ficaria legal ele ir para casa assim hoje.

— Eu e ele já conversamos sobre isso, não se preocupa. - falou minha mãe.

Então seguir para meu quarto e o gus veio atrás de mim. Chegando lá.

— O que você fez? – Perguntou ele antes de eu entrar no banheiro.

Joguei o celular para ele.

— Últimos vídeos gravados. – Entrei para o banheiro.

O Gus jantou com a gente e depois disso eu e ele subimos para o quarto, já estava um pouco tarde.

— Não acredito que você fez aquilo com ele. – Falou ele deitando na cama ao meu lado.

Eu o abracei e o virei de costas para mim, beijei o pescoço dele.

— Acha que ele não mereceu? – Perguntei.

— Mereceu, mas...

— Xiu. – Falei. Eu te amo, sabia?

— Também te amo. – Ele respondeu.

1hcmtzVhH


Otávio - Amor Destruído - Volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora