Escrevo essa carta

Destino

Será que só se ama uma vez na vida? Será que não se volta a viver aquele amor total, arrebatador, profundo, violento, inigualável e inesquecível nunca mais? Temo que sim, mas espero que não.

JongDae não se importava em estar na chuva, na verdade ele apreciava tudo nela, o frio, o molhado e a morbidez que a acompanhava, por várias vezes comparava-se a ela. Andava sem rumo pelas ruas esperando que aquele sentimento de dor, arrependimento e angústia deixassem seu corpo. Havia saído há poucas horas daquele casamento. O casamento de seu melhor amigo, aquele pelo qual nutria um amor secreto e nunca correspondido. Ainda lembrava-se de quando há exatos um ano atrás Baekhyun chegou saltitando na empresa onde trabalhava gritando aos quatro vento que queria ele como seu padrinho, na hora sorriu, sorriu não acreditando que a vida tinha feito aquilo consigo, sorriu tentando não transparecer seu descontentamento, sorriu querendo estar feliz por ele, sorriu por um único e verdadeiro motivo, sorriu para não chorar. Os dias que se passaram foram somente um após o outro sem planos nem expectativas futuras, evitava ao máximo comparecer nas reuniões para a organização do casamento sempre com a desculpa de muito trabalho para fazer. O pobre Kim JongDae estava cada vez mais se quebrando por dentro.

Faltando apenas três semana para o ilustre casório de quem todos tinha o gigante prazer de lhe lembrar,  JongDae começou a beber, nem se importava mais em dar desculpas, apenas saia de seu tedioso trabalho e se diria a um bar qualquer, onde o simpático barman lhe perguntaria sobre a vida é o por quê de estar ali se afogando em álcool. É como sempre ele o responderia o mesmo, " O homem que amo está se casando com outro", logo recebia o olhar de compreensão ou pena e voltava a virar o copo de álcool para dentro de seu corpo. Lamentava-se inúmeras vezes, devia ter contado ao menor sobre seus sentimentos no dia em que descobriu sobre seus sentimentos, mas sempre fora um covarde quando se tratava disso, ainda se lembrava na festa de formatura, BaekHyun e Chanyeol haviam brigado por ciúmes é isso acarretou numa bebedeira  um BaekHyun bêbado e sexo entre dois amigos, o que se forma alguma era para acontecer. Por alguns minutos teve esperança de que o menor aceitasse seus sentimentos. O coreano mais velho por alguns meses não se lembrava de nada pediu incontáveis vezes para que esquecessem aquilo seguidos de mil, "me desculpe ChenChen", se naquele momento tivesse se declarado as coisas podiam ter tomado um outro rumo? Era a única coisa que se perguntava enquanto mais uma vez e pela última vez, prometera a si mesmo, se encaminhava para um bar qualquer.

Ao longe um alguém observava tudo. Ah... como ele queria que desse certo dessa vez, há alguns dias passou a acompanhar a rotina daquele homem. Sua alma sem dúvidas estava destroçada, sofrendo por algo que ele conhecera bem.  É como parte de sua recente rotina noturna se pôs a seguir o tão jovem sofredor.

As luzes insistentes e piscantes davam um ar entorpecido aos corpos que se balançavam e se entrelaçavam naquele lugar ao ritmo de uma balada qualquer. JongDae não era uma dessas pessoas, sua companhia agora era uma garrafa de wisk um bar man um tanto alto de mais, que falava de mais e insistia de mais e um estranho. Ah... JongDae já estava irritado com aquele ser ali lhe encarando desde o instante em que entrara naquela boate. Não que o tal indivíduo fosse desagradável muito pelo contrário, era um tanto moreno de lábios carnudos, sem dúvidas uma beleza incomum.

- Já não bebeu o suficiente ? - Oh... finalmente o estanho se pronunciara. Com uma vontade um tanto mentirosa virou-se para ele.

- E isso é da sua conta ? - Devolveu-lhe a pergunta um tanto sem educação.

O moreno apenas sorriu de lado aproximando-se um pouco ao se sentar na cadeira ao seu lado.

- Se eu adivinhar o motivo, devo dizer óbvio, que o trás aqui há exatas ... três semanas sem pular um único dia sequer, você estaria disposto a ouvir minha proposta ? - Viu o moreno, que logo descobriu ser maior que si, estender-lhe a mão.