Persephone

Prólogo

Esta história, a minha história não tem nem um início nem um fim.

Desde que me recordo de viver que a minha vida tem sido conflituosa.
Nunca apreciei muito a convivência com outros miúdos, porque pelo exemplo que recebi dos meus pais, depositar confiança em alguém era um erro. Sentia-me mais segura sendo eu era a minha única amiga.
    O meu nome, Fae, foi-me dado pela minha mãe que sempre teve um fascínio por fadas, tal como eu, penso que herdei essa vontade de acreditar dela. Quando eu era mais pequena, antes de dormir, eu pedia sempre à minha mãe que me lesse aqueles contos de histórias fantásticas e inimagináveis de criaturas místicas e princesas. Grande parte das vezes ela não o fazia, porque ora estava bêbeda ora se matava a trabalhar, mas quando o fazia nem eram precisos grandes esforços para me roubar um sorrisinho inocente.
    Poucas coisas ouvi sobre o meu pai, apenas que ele era um empresario com quem a minha mãe tinha tido um caso, eles eram felizes no início, mas ela não queria aquilo para a vida dela e ele não quis admitir a relação. Sendo assim, ela fugiu de casa quando soube que estava grávida, ele nunca soube sequer da minha existência. Nem os meus avós, nem ninguém que ela conhecia na sua cidade natal. A minha mãe pouco falava da sua história, mas sempre mencionava o monstro que o meu pai era e que o ser humano não era confiável... Ela fez de mim a pessoa isolada que sou hoje com todas as suas histórias sobre o quão imunda é a humanidade.

Hoje sou uma adolescente algo que solitária, porque ao longo dos anos sempre afastei as pessoas. Sinto-me sempre desconfortável perto de outros e isso faz com que procure refúgio em diferentes coisas, tais como a narureza sendo que as flores são uma grande paixão minha, a música que me deixa mais leve e relaxada quando me sinto mais ansiosa e a leitura que me transporta para um mundo diferente, longe de problemas e preocupações, desilusões e incertezas.

Estes são o meu passado e presente e mesmo eu não o sabendo, o que iria realmente importar era o que estava para vir.