- Quem é você afinal? - Questionei assustada, dando passos para trás, tentando ficar o mais longe possível dele.
- Quem você acha que eu sou? - Arqueou uma das sobrancelhas com um leve sorriso no rosto, o que me deixou ainda mais confusa e assustada com a situação. - Melhor ainda, quem você quer que eu seja? - Tornou a sorrir, um tanto duvidoso e apoiou com o braço esquerdo no capô do carro, esperando a minha resposta.
2 semanas atrás
01 de Agosto de 2013
Nunca pensei que estaria aqui, em uma hora como essas. Mas é o único lugar dessa casa em que eu me sinto segura quando estou desanimada demais. Meu pai sempre me trazia para cá, e dizia que quando eu estivesse triste ou chateada com algo, esse era o lugar certo para que ninguém visse.
Procuro não transparecer meus sentimentos, apesar de não ser uma pessoa fria. Só não gosto que as pessoas tentem me enxergar como uma garota meiga, tímida e que tem medo do mundo, ou das pessoas.
Se tem algo que não tenho medo, é das pessoas. Gosto de desafios e sinto que posso envolver os outros apenas com a minha lábia. Talvez tenha aprendido com o meu pai. Minha mãe sempre dizia que ele era ótimo para enrolar as pessoas, ou mudar sua cabeça apenas com uma conversa. Se isso é bom? Até o momento não me prejudicou em nada.
Desde que ele foi embora, tento entender o que pode ter acontecido. Minha mãe ficou muito triste durante um ano, mas parece que depois ela foi se conformando e hoje está bem com o namorado dela, o Paul. Até que ele é legal, mas não tem como substituir e tomar o cargo de pai.
Passei as férias inteiras em clubes noturnos e festas com a minha prima, e as vezes com o Luy. Apesar que, ele não gosta muito dessas coisas. Tem uma maneira tradicional de levar nosso relacionando a diante. Ele prefere me levar para jantar e ir ao cinema. O que nao é muito a minha praia, mas eu levo numa boa. O tanto que ele já me aguentou, merece o meu melhor. É uma pena que, presumo que esse namoro não durará mais que um ano, o que falta pouco para se completar.
- Colégio Mellanie - Ela sabe que eu já estou acordada, por que tem que gritar?
-Estou indo. - Ergui a cabeça e ao dizer no mesmo tom que ela.
Saí do meu pequeno esconderijo, um mini quartinho entre as roupas do guarda-roupa, feito pelo meu pai, como naqueles filmes de investigação, em que os caras perigosos sempre tem um lugar para guardar seus materiais de uso. Bem, esse é o meu lugar. Passei as mãos no rosto para tirar a cara de choro e peguei minha bolsa.
- O que aconteceu filha? - Passei pela sala com uma expressão séria.
- Estava apenas pensando em algumas coisas mãe, nada demais. - Caminhei até a porta, procurando a chave do meu carro com os olhos.
- Ainda sente muita falta do seu pai, não é? - Acariciou meu cabelo e parou para me olhar.
- É inevitável, mas foi melhor assim. - Assenti, sem saber o que responder e sorri forçado.
Saí de casa antes que ela dissesse algo. Fui para o meu carro e coloquei os fones de ouvido para me distrair.
As vezes eu penso, o quanto minha vida é monótona. Quase nunca tenho algo divertido, quero dizer, por um bom tempo. O Luy é um completo culto perto de mim, e minha mãe costuma tentar me proibir de fazer coisas erradas, como passar noites fora por aí. Preciso mudar isso algum dia".
Jason P.O.V
Senti-me completamente perdido entre várias garotas e garotos conversando. Essa cidade é nova pra mim. Meu pai teimou para que nos mudássemos para cá o mais rápido possível e matriculou-me aqui. E mesmo que ele diga, sei que não tem nada a ver com o seu, ou melhor, com o nosso trabalho. Ele está mais em Moscou, do que aqui. O Nolan e o Greg ficaram no Canadá, e viemos sozinhos para esse lugar. Exceto o Greg e o Ryan, que trabalham com o meu pai e são uns dos meus amigos mais proximos. O senhor McCann disse que passaria uma semana por aqui, até que eu me estabilizasse na nova casa, e conseguisse me organizar nos horários de trabalho. Sim, eu trabalho com o meu pai, e não é nada fácil, ou simples. Requer muito sigilo e concentração. Sentei-me no primeiro banco que vi, e fiquei observado as garotas que passavam por mim. Muitas acompanhadas pelas amigas, e uma ou outra com namorado. Algumas não eram tão bonitas, mas em compensação tinham um corpo, que meu deus. É o meu tipo de garota. Em seguida passou outra, que além de ser bonita de rosto, tinha um corpo ideal, do meu gosto. Faltou um segundo para que eu perguntasse seu nome. Seus cabelos castanhos bem claros na altura pouco abaixo do busto, e sua pele clara com os olhos cor de mel chamaram-me completamente a atenção. Ela aparentava um olhar amargurado, mesmo tendo olhado-a por míseros segundos. Não tenho culpa se consigo analisar as pessoas em tão pouco tempo e ter uma ficha completa de seu físico.
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Behind The Secrets
FanfictionFinalmente, estou no último ano do colégio, tenho 17 anos e sou o tipo de pessoa pouco tolerante, imprevisível e amável com quem merece. Não posso dizer que sempre fui uma das melhores alunas, mas eu tento me dar bem na escola. Meu pai me abandonou...