All Monsters Are Human

1 - Halloween 01/02

New Orleans - Louisiana

26 de outubro de 2010

Essa cidade se entrega completamente ao halloween...

Abóboras em todas as varandas, esqueletos, aranhas e teias artificiais nas fachadas das casas. E para mim tudo isso é uma besteira.

O verdadeiro significado do Halloween não é "decore sua casa e leve seus filhos para pedir doces na porta da casa dos seus vizinhos", isso são costumes que alguma pessoa desmiolada propôs.

Halloween é uma data criada especialmente para enaltecer o "deus da morte e das trevas", superstições, lendas, bruxaria, ocultismo e tudo o mais que está relacionado ao mal.

A abóbora que tanto é importante, não passa de uma lenda idiota sobre um velho bêbado que fez um acordo com o diabo.

Na noite de 31 de outubro, em muitos países se realizam missas negras com sacrifícios humanos, principalmente bebês. Se celebra todo tipo de cultos espíritas, além de ser uma data especial para os satanistas, para todos os ocultistas e seguidores do diabo. Então na minha concepção, não é certo se divertir enquanto pessoas morrem.

Essa pode ser uma das piores apresentações que eu já fiz na minha vida, mas a Sra. Clarke pediu minha opinião, e aqui está ela.

- Obrigada Camila. Foi ótimo.

26 de outubro de 2016

Anos se passaram e minha opinião continua a mesma, isso é tudo uma perca de tempo.

Eu observava pela janela, aquelas mulheres decorando suas casas apressadamente para que possam buscar os filhos no colégio e preparar o jantar para seus maridos que trabalham o dia todo.

- Espero que eu não acabe assim... - Falei para mim mesma pensando na hipótese de ter aquela vida automática.

- Falando sozinha Mila? - Beatrice deu duas batidinhas na porta e entrou sorrindo.

- Bea! V-você voltou! - Corri, me envolvendo nos braços da minha irmã mais velha. Não consegui conter as lágrimas.

Beatrice estava morando em New York. Seu marido é dono de grandes empresas, é um dos mais poderosos no ramo imobiliário, eles decidiram que não poderiam largar tudo e vir para Louisiana. Desde então, fazia 3 anos que não via minha irmã e também 3 anos que meu pai havia sido assassinado.

- Eu pedi para que mamãe mantivesse segredo, queria fazer uma surpresa para minha garotinha. - Ela contornou meu rosto com a ponta de seu dedo indicador, assim como fazia quando eu era menor. Um sentimento de nostalgia tomou conta de mim e fechei os olhos, sorrindo.

- Eu adorei a surpresa, mas não sou mais uma garotinha. Já tenho 20 anos Bea. - Eu falei fazendo com que minha irmã soltasse uma gargalhada.

- Você sempre será minha garotinha, Mila. Vem, vamos descer. - Segurou em minha mão e descemos as escadas juntas, rumo a cozinha. De onde um cheiro maravilhoso vinha.

- Se o sabor estiver tão bom quanto o cheiro, isso aí vai ser incrível. - Bea falou, fazendo mamãe que estava de costas levar um pequeno susto. Mas logo virando para nós, sorrindo com olhos marejados.