O diário de uma vida.

Em edição...

Tomei um banho e me troquei.

Não há nada melhor que um bom banho nessas horas.

O meu dia não podia ter sido mais normal ou pior do que ter passado o dia inteiro sentindo dores, parece que você nunca se acostuma com cólicas menstruais.

É, não houve nada de emocionante, e não acontecia nada ultimamente.

Tudo era perfunctório, e ruim. O David, fazia uns dias que tinha visto.

E nada de mais ruim poderia me acontecer.

Mas claro, minha vida é de surpresas e incertezas.

Era quase noite, por do sol, o dia não estava dos piores, mas a vida sim, e piorou ainda mais quando vi alguém.

A pessoa que algum tempo atrás, ajudou a acabar com a minha vida, literalmente.

Sabe quando você esta no seu quarto, e vai na sala caçar algo pra fazer e você se dá de cara com um inimigo seu do seu passado?

Eu sei, é horrível, deprimente. Já não estava nada bem, e agora, meu dia havia acabado de vez.

Me veio toda aquela tristeza ao vê-lo.

Por mais que você esteja triste ou fique triste sempre, você nunca se acostuma com a tristeza, você quer que ela vá embora de toda forma, mas as coisas não são assim, por mais que você ande sorrindo, a tristeza sempre existe, pelo menos em mim.

Tentei disfarçar, mas no momento não consegui. Ele estava na minha casa, sentado no meu sofá, não teria como reagir de outra forma. Estava com o João, segundo ele, foi buscar um jogo.

Eu apenas, fiz cara de poucos amigos.

Isso a minha mãe não considera uma má companhia pro João, que vida.

Tudo confuso, não é?

Bem meu diário, é uma das coisas mais difíceis falar sobre isso. Entenderão.

Alguns terão a conclusão de que essa história não se encaixa aqui, não agora. Mas, foi hoje que eu criei coragem, pois é algo que nunca compartilhei com ninguém, nem com esse meu velho amigo.

Por onde começar? ou onde tudo começou?

Bem nem eu mesma sei, esperava um dia normal e rotineiro a um dia como esse.

Nesse sereno, silêncio da noite, preferia dormir, mas não posso fugir da realidade, do passado.

O começo do tormento foram meus dias fracos, na verdade, falar desse tormento é citar meu ponto fraco.

Como todos consideram, sou o sorriso de quem convive comigo, a alegria.

Mas quem vive sem sorriso, se incomoda com a felicidade dos outros.

Voltando algumas coisas, talvez capítulos, disse ser exatamente o mistério de quem não me conhece, mas a partir do momento em que falar sobre esse assunto, mistérios e segredos sobre mim, deixam de existir.

O assunto? Automutilação.

Muitos consideram clichê, pois é fácil julgar pra quem não está na situação, mas quem julga, não tem noção.

Não me lembro como comecei, mas convivi com isso por anos, tive motivos pra desistir de tudo, talvez da vida. Mas também tive motivos e por quem continuar.

Era como se nada tivesse vida, as coisas só existissem, até mesmo eu.

Muitos me viraram as costas quando precisei, mas também tive pessoas que me abraçaram, e me deram segurança.