Capítulo 23

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Aquela pergunta rondava em minha mente, queria saber a todo custo quem era aquela pessoa. Percebo que Luan estava me abraçando forte pela cintura, como se quisesse passar a imagem de que eu era apenas dele.

- "Quem são vocês?!" - exaspera.

- "Sou a Kate e este é o Luan. Estávamos no avião que caiu." - olho para Luan que está um tanto confuso com a minha reação "Ele estava dizendo para criarmos esperança, e agora me olha desse jeito?"

- "Sou o Jackson, também estava neste avião." - ele era um homem alto e aparentemente forte, mulato de olhos azuis - "Vejo que seu amigo está bem machucado."

- "Estou bem." - diz seco.

- "Não, não está." - o fito - "Você tem algum kit de primeiros socorros aqui?" - olho novamente para Jackson.

- "Vocês deram sorte." - ele entra novamente para dentro do avião ou o que sobrou dele - "Consegui achar a parte do avião que continha medicamentos, sinalizadores entre outras coisas." - Luan me olhou de canto e fechou a cara.

- "Obrigada." - peguei a caixa de primeiros socorros de suas mãos e ele piscou para mim.

Jackson sentou-se no chão perto do avião e ficou me encarando, observava com atenção tudo o que eu fazia. Dei de ombros e puxei o braço bom do Luan e o fiz sentar no chão perto de uma árvore.

- "O que vai fazer?" - colocou o braço machucado para longe do meu alcance.

- "Para de frescura e me dê logo esse braço aqui para que eu faça um curativo." - puxei seu braço novamente e escutei um gemido de dor vindo de sua boca.

Peguei a agulha para dar anestesia no local e ele me olhava com os olhos arregalados. Limpei sua ferida e dei alguns pontos no local, quando terminei, limpei com uma gaze e então pude enfaixar colocando um pouco de medicamento para que amenizasse a dor.

- "Onde aprendeu tudo isso?" - direcionou o olhar até mim e ficou me encarando.

- "Antes de morar com a Amanda, eu morava com os meus avós e eles sempre se machucavam com alguma coisa. Meu vô muitas vezes aparecia com cortes profundos e os médicos já estavam começando a ficar cansados de sempre ter que cuidar deles." - ele observava todos os meus movimentos - "Então, um dia eu acordei determinada, decidi fazer um curso de primeiros socorros e depois uma pequena especialização em enfermagem. Cuidei deles todos os dias possíveis, cuidei de seus machucados e fiz curativos em todas as escoriações que apareciam. Minha avó tinha Alzheimer então esquecia sempre de tomar os remédios e acabava se machucando sempre, assim como o meu avô." - respirei fundo para impedir que qualquer lágrima caísse de meus olhos - "A tia Clara me ajudava a cuidar deles sempre que eu tinha que ir para a agência fotografar ou fazer algo do tipo. Depois que eles morreram, decidi vender a casa e conversei com Amanda sobre uma meta nova em nossas vidas, então mudamos para Londres."

- "Sinto muito." - disse baixinho.

- "Tudo bem." - rasguei sua calça onde continha uma grande mancha de sangue e fiz um curativo ali também - "Eu sabia que mais cedo ou mais tarde eu perderia aquilo que era algo mais próximo, que já tive de uma mãe ou de um pai." - suspiro e começo a fazer o curativo em minha perna machucada.

- "Deixa que eu faço." - escuto a voz de Jackson e vejo ele se levantar.

- "Hã... Não precisa. Obrigada." - olho para Luan que havia engolido seco.

- "Tem certeza?" - ele já estava abaixando na minha frente.

Ele sorri de canto e rasga a minha calça - "Eu disse que não precisava?"

Secret | L.S. - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora