Introdução

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Naquela manhã de céu aberto e temperatura agradável, alguém invade meu quarto, e logo ouço seus passos pesados e irritadiços seguirem em direção a porta da pequena varanda que havia em meu quarto, e puxar as pesadas cortinas, senti apenas meus olhos queimarem diante de tanta luz.

-Hora de acordar, Diana Scarlet!-Ouvi logo em seguida, bufei e me sentei enquanto esfregava meus olhos com uma das mãos.

-Poderia ser mais delicada, senhora Scarlet...-Respondi.E como resposta obtive apenas uma leve risada nasal e um beijo breve no topo da cabeça.

-Bom dia, minha querida.

-Bom dia, mãe.

E foi assim que começou minha manhã, muito 'alegre'.Para que vocês não se iludam achando que minha querida mamãe me trouxe café da manhã em uma bandeja com torradinhas, vou deixar bem claro que, quando ela vem me acordar, ela procura as maneiras mais cruéis possíveis.Houve uma certa época que achava que a mesma possuía um livro de título: Como acordar sua filha da forma mais cruel e divertida possível.É...Mas logo descartei a idéia, já que achava meio improvável haver um livro com um título tão comprido.

Fui puxada pela orelha para sair da cama, e como se não bastasse me separar de meu maior amor, ainda tive que ouví-la falar mais sobre nossos vizinhos que a irritavam enquanto colocava as roupas que ela havia escolhido para que eu fosse entregar alguns alimentos para minha vó.

-Mas independente...-Concluiu ela,a este ponto, já estava quase deitando novamente em minha cama.-A cesta está sobre a mesa da copa, pode ir indo.-Continuou ela após respirar profundamente como se quisesse se acalmar.

Apenas balancei positivamente a cabeça e desci as escadas o mais rápido possível, eu preferia evitar ficar em casa quando Dona Scarlet estava irritada, até porque, como apenas vivia nós duas ali, ela só teria ou a mim ou a pobre vaquinha Tyna para descontar sua raiva.Lógico, eu batia o pé dali e sobrava para a paciência infinita de Tyna.

O dia estava realmente lindo, céu inteiramente azul apenas coberto por algumas nuvens passageiras, as flores frondosas como nunca, o som do correr da água não muito distante...Tudo perfeito para caminhar pela floresta.Coloquei o capuz de minha jaqueta/capa que fora dado de presente de minha vózinha e segui em direção à floresta, o caminho era muito conhecido na região para poder chegar ao bairro vizinho, e por ser o único caminho seguro para poder chegar lá, devia estar cheio de adultos conversando e pirralhos correndo de um lado para o outro, mas não...Não havia nem se quer sinal de vida naquela estrada.Estava começando a estranhar, as árvores ad região formavam uma espécie de pequena galeria, o que não permitia que fosse visto de fora, e poucos raios solares conseguiam atravessar esta barreira...Estava me acostumando com a calmaria, já agradável quando de repente:

-Olá, Diana!- Ouvi atrás de mim, jurava ter saltado levemente pelo susto que havia tomado com a aparição repentina.

-Olá...Jared.-Respondi.

Não que eu fosse preconceituosa nem nada, muito pelo contrário eu era a pessoa mais sociável da região(Pelo menos na concepção de minha mãe), mas eu tinha um certo medo de Jared, ele sempre fora um tanto reservado, mas sempre queria minha atenção e...é...e agora que a Senhora Viena, mãe de Jared faleceu, ele parece ainda mais estranho, dias atrás havia sumido, diziam que ele havia decidido tomar outro rumo na vida, e...eu acho que esse outro rumo na vida, não o ajudou muito.

-Tudo bem?-Perguntou ele, caminhando lado a lado comigo.

-Bem e você?-Respondi cautelosamente.

-Bem...-Respondeu com um sorriso não muito amigável.

Engoli em seco, não estava com um bom pressentimento quanto a andar sozinha com Jared numa estrada vazia no meio de uma floresta.

E após um tempo de absoluto silêncio ele exclamou:

-Olha!

E eu, a idiota achando que seria algo de risco de vida ou morte, viro-me e pude apenas ver o borrão prata passar na minha frente e sem pensar duas vezes, comecei a correr, e quando olhei para trás, lá estava Jared, com o sorriso mais macabro que já havia visto e com uma espada curta na mão.

-Não fuja de mim, Diana.-Gritou ele.- Não conseguirá fugir de mim, sou destinado a ser seu grande amor.

Cruzes, como fui me meter nessa...

Apenas corri, e de relance pude ver a placa: NÃO ULTRAPASSE. Mas logicamente, ignorei, prefiro passar perigo em um lugar desconhecido, do que morrer as mão de um serial-killer que uma vez foi meu colega de classe.

Corra...corra...Fuja.

A distância ouvia a voz de Jared clamando por mim.E ao mesmo tempo o palpitar de meu coração em meu ouvido.O tempo parecia fechar-se rapidamente enquanto corria.Já não sentia mais minhas pernas, e braços.Virei-me uma última vez para certificar-me de que havia o despistado, quando sem querer topei em algo, parecia de certo modo macio e fofinho e fui recocheteada para trás caindo diretamente no chão.

Quando olhei para ver o que era, me arrependi de dizer que era macio e fofinho...era um imenso lobo, apenas conseguia ver seus olhos azuis brilharem na sombra.Por que isso só acontece comigo?Perguntei a mim mesma mentalmente.Quando o Lobo deixou a mostra uma de suas patas nada pequenas, já havia entendido sua intenção.Ótimo...agora virei jantar ou será almoço?. E logo a outra pata seguida de parte de seu fucinho.Calma, vai ficar tudo bem.Tem que ficar tudo bem.

E como se não bastasse virar a janta/almoço de um lobo gigante, ouço sussurrar na ponta de meu ouvido:

-Olá, minha dama.

É claro, isso só poderia ser o dia mais bonito do mundo, acho que a minha hipótese de que o mundo conspira contra mim é real.

Virei-me para Jared e pude ver a lâmina reluzir ao único feixe de luz no local, e o palpitar de meu coração em câmera lenta.A lâmina descia em direção de meu coração.

Desvie.Foi o que eu ouvi de mim mesma e assim o fiz, e a lâmina raspou em meu ombro, e rolei pelo chão.(nossa que péssima protagonista eu seria para um filme...)E Jared avançou novamente, desta vez mais esperto colocou uma perna sobre minhas pernas de garça me mobilizando e pronto para desferir mais um ataque.

Nossa...como pode uma coisa dessa...

A lâmina estava próxima a minha pele quanto apenas vejo um vulto negro passar por cima de mim, e minhas pernas leves novamente.

Quando me sentei no gramado, vi o Lobo gigante sobre Jared, apavorada, fiquei paralisada.O lobo deve estar feliz, achou um e ganhou um de cortesia, sentia minha cabeça rodar, e a última coisa que vi foi o olhar penetrante do lobo sobre mim e caí contra o gramado.

Peguei...

The RedOnde histórias criam vida. Descubra agora