Capítulo 36

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Dane

- Bem vindo de volta, irmão. – eu ouvi Jesse dizer com uma voz enrolada assim que passei pela porta, com o pôr do sol à minhas costas. Ele segurava um copo de algo que eu duvidava ser água e parecia ter acabado de chegar de uma festa. Sua aura que era de uma cor verde limão parecia embaçada com branco devido à embriaguez. Eu acenei e então entreguei minha mala para o mordomo da casa. – O resto da casa ainda está dormindo e se me permite, eu também vou. Acabei de chegar de uma festa dos Drozdov, você tinha que ter ido, eles trouxeram alimentadores! Agora que você está aqui, vamos nos divertir, certo?

E então ele começou a subir as escadas tropeçando e eu o ajudei, lhe deixando na porta do seu quarto, seguindo para o meu e ao fechar a porta, olhando ao redor sem saber o que eu faria. Infelizmente, eu precisei voltar para casa já que tinha conseguido ser expulso de todos os hotéis em que me instalei por desordem e algumas outras coisas que aconteceram e sendo assim eu me vi obrigado a fazer as malas e voltar para a Corte. Eu ainda tinha quinze dias de férias e pelo visto eu aceitaria a oferta de Jesse para ir a qualquer festa que fosse, na verdade, eu aceitaria qualquer coisa para passar o tempo.

Eu olhei ao redor do meu quarto e olhei meu celular que agora exibia o horário daqui e da Rússia e não pude evitar de pensar no que ela deveria estar fazendo. Fazia mais um mês que eu deixei de visita-la em sonhos e eu sentia falta disso todos os dias. É claro que Oksana me dava notícias quase toda semana, além de conversar comigo. Eu me sentia mal por não conseguir falar a verdade para ela, mas ela também sabia quando eu estava mentindo, então eu só ocultava ou mudava de assunto na maior parte do tempo. Ela se preocupava com o que eu estava fazendo e o que o espirito estava fazendo comigo, mas acho que lendo minha aura ela já tinha suas respostas.

Não estava com sono, mas deitei e fiquei ali perdido nas minhas memórias e me arrependendo de tudo. Eu consegui me manter sóbrio por mais que uma semana depois que ela se foi. E então eu terminei minhas provas e fui para um resort de ski em Seattle, na verdade, para vários resorts já que eu me mantinha sendo expulso de maioria. O problema é que eu costumava frequentar os locais que eram abertos no horário noturno e em minha defesa, eu estava de férias e se eles já estavam me vendendo bebidas alcoólicas, por que eu não poderia distribuir elas nas festinhas exclusivas que fazia na minha suíte? Okay, boa parte das minhas companhias eram menores de idade como eu, mas se estava tudo bem eu fazer uso, eu achei que os outros também poderiam, certo? A ultima festa foi a pior, onde meus convidados trouxeram algo mais forte que álcool e cigarros sem que eu soubesse e então a segurança do hotel foi chamada e alguns dos meus convidados foram "convidados" a irem à delegacia. E então eu precisei voltar porque minha fama como hospede estava começando a se espalhar e logo não teriam mais hotéis onde eu poderia entrar.

Eu peguei meu celular novamente e dessa vez acessei as fotos, onde encontrei a sessão que fiz das festas em que eu "promovi". As pessoas pareciam felizes e perdidas ao mesmo tempo, maioria com um copo na mão, olhares perdidos, sorrisos apatetados e roupas da moda. Elas aceitaram de bom grado que eu tirasse fotos suas, mas tão alcoolizadas como estavam, o que elas não aceitariam? Eu tinha feito um belo trabalho considerando que eu nem sempre estava são quando fazia isso e talvez revelasse algumas ou só as colocasse entre meus álbuns escondidos no notebook. Era o meu hobbie principal, mas eu sabia que não poderia ser levado a sério, já que meu pai queria seus dois filhos disputando por seu lugar no conselho.

Eu revirei os olhos para a ideia e continuem passando as fotos até chegar às ultimas fotos que tinha com Ana. Nós estávamos no refeitório e ela comia um hambúrguer com a testa franzida, olhando ao redor. Foi o ultimo momento bom que tivemos para mim, mas eu sabia que naquele momento ela estava preocupada por ter brigado com Bea. Naquele dia eu tinha certeza que seja lá o que fosse, Bea a perdoaria e no outro dia nós já estaríamos sentados juntos novamente. Bea... eu sentia sua falta. Ela não era um raio de sol comigo, mas eu gostava das conversas que tínhamos. Nós sempre começávamos com tópicos estranhos e diferentes para mudar o assunto, mas acabávamos sempre falando de Ana. Demorou um tempo para perceber que o que ela sentia pela Ana era algo além de amizade e pior ainda foi arranjar uma maneira de perguntar a ela sobre isso, mas depois de um tempo nem isso foi uma barreira entre nós. Ela me fez prometer que eu nunca contaria nada a ninguém, porque segundo ela, nem ela mesma sabia direito o que estava sentindo e então nós passamos a conversar normalmente.

Shadows of the past - VAMPIRE ACADEMY FANFICTIONOnde histórias criam vida. Descubra agora