Capítulo 23

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Elijah


         Enquanto eu reflito se devo  ou não fazer o que o meu corpo inteiro implora, percebo o quanto ela quer isso, o quanto seu rosto está vermelho e seus mamilos estão marcados na camisa. Mas o cara que eu quero ser não é impulsivo. Ele é paciente, calmo e viado! Um milésimo de segundo foi tudo que eu precisei para cobrir a sua boca com a minha, depois seu peito com a minha mão. Eu sou a porra de um adolescente beijando pela primeira vez. Eu já havia beijado sua boca depois de perder  a memoria e antes disso também pelo que ouvi, mas eu tenho certeza que ela nunca me pareceu tão deliciosa quanto agora. E o que me impressiona mais é como ela se entrega. Ela me deixa ficar entre suas pernas enquanto eu sugo seu lábio inferior e  empurro meus quadris involuntariamente. 

     Então ouvimos as batidas fortes na porta da frente. Nós não nos mexemos e eu peço mentalmente que a pessoa desista e vá embora, mas em vez disso ela bate mais forte. Marissa volta a alinhar a visão e rapidamente começa a arrumar o cabelo. Ela me dá um leve empurrão, e eu com uma horrível dor nas bolas seguro meu pau com as duas mãos. Marissa sai do quarto e atende. Rapidamente conheço a voz de Alie. Não consigo ouvir bem o que elas conversam. Só quero que ela mande Alie embora e possamos continuar de onde paramos. Mas ela não para de falar. Pouco depois a porta abre devagar e eu vejo uma cabecinha loira bisbilhotando. Valentina sorri e corre na minha direção. Enquanto isso eu pego todos os travesseiros que vejo pela frente e me cubro. Mas graças a Deus estou comportado novamente. 

- Gatinha! - Ela pula na cama quase caindo de desajeitada e me abraça pelo pescoço. Samara entra pouco depois e corre até mim também. Então eu estou sofrendo uma tentativa de assassinato por asfixia. Mas eu gosto tanto disso que eu só consigo sorrir. Marel está latindo e rodopiando em volta de nós. Pela brecha dos meus olhos entre os fios loiros das duas vejo Alie na porta rindo e nos encarando. Marissa parece ter visto o próprio Jesus na sua frente. 

— Atrapalhei alguma coisa? — Alie pergunta ao entrar. Marissa desvia os olhos e fica envergonhada. 

— Sim. — Eu digo curto e claro.

v Não, claro que não. Elijah e eu estávamos vendo as fotos de quando eramos crianças. — Marissa vem até a cama e levanta os álbuns velhos que estão abaixo de nós. Ainda tenho as duas criaturinhas penduradas em mim. Valentina tem seu rosto ao meu como se fossemos siameses. Então por que preciso respirar e apenas por isso eu as peço.

— Certo o Dindo ainda precisa viver. — E elas riem por que  riem de 90% das coisas que eu falo. Elas sentam e me encaram. Eu rio e elas riem e assim nós ficamos por um tempo enquanto Alie e Marissa reviram os olhos. 

— Precisamos conversar sobre o bazar. — Alie diz. 

— Vamos até a sala? — Marissa convida. Alie a segue e me deixa com as duas. Elas já falam de tudo, mas não são aquele tipo de criança que você tem que conquistar, elas conquistam você. Elas já tem quatro anos e são duas espertinhas.

— Vamos ver as fotos do papai? — Elas fazem que sim e se sentam na minha frente de pernas cruzadas. As duas estão com enormes laços amarrados na cabeça. Samara coça a cabeça por que essa porcaria deve estar apertada. Então eu puxo o laço das duas e jogo longe. Elas riem e se sentem aliviadas. Eu pego o álbum com as fotos de Marissa criança e vou passando as fotos. As duas veem as fotos do pai e apontam dizendo "papai". Então nós estamos curtindo o santo silencio quando Samara parece entediada e pergunta.

— De onde os bebes vêm? — Eu me sinto um alienígena. Não esperava ter essa conversa com meninas de 4 anos, esperava ter com o meu filho aos dez, ou com a minha filha aos vinte e dois. 

Desistindo do ParaísoOnde histórias criam vida. Descubra agora