Bem Vindos á Celestical

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Antes de o sol começar a nascer eu acordo, olho para Zeke, ele estava dormindo virado para mim, sem fazer muito barulho eu saio do abrigo, olho para nossa fogueira apagada e as mochilas encostadas em uma árvore, me espreguiço e começo a andar floresta adentro.

Estou com fome, mas não ligo para isso, começo a correr em zigue zague pelas árvores para acordar por completo, vejo então uma grande mangueira com muitas mangas, me preparo para saltar, e corro em direção a ela, e do mesmo jeito que na noite anterior eu escalo essa árvore, é fácil me equilibrar nos galhos, então vou escalando mais e mais até chegar perto das maiores mangas, retiro muitas delas e as coloco gentilmente em uma pilha no chão, lá de cima vejo o sol nascer, no momento em que ele surge, eu me transformo de volta em humama, acabo me desequilibro e caio, por sorte consigo me segurar em um galho antes de bater no chão, me balanço pra frente e para trás conseguindo girar, me jogo para cima e caio em pé no galho, desço da árvore rapidamente e volto para onde dormimos.

Quando estou chegando, me lembro das minhas roupas rasgadas no chão ontem à noite, então olho para meu corpo nu, Zeke que ainda está dormindo, suspiro aliviada, desvio os olhos para as mochilas que estão do outro lado de nosso pequeno acampamento, sem pensar duas vezes eu corro para a minha mochila, assim que a pego ouço Zeke se mexer, rapidamente eu escalo uma árvore e pulo para a outra o mais rápido que posso e vou pulando de árvore em árvore até que ficar bem longe, me visto rapidamente e coloco a mochila nas costas, vou pegar as mangas, que organizo na bolsa e volto para o acampamento.

Zeke está sentado olhando para os lados e quando me vê ele fala:

- Eu ouvi um barulho, você percebeu algo?

Eu digo indiferente:

- Não, não vi nada, fui colher mangas, café da manhã.

- Obrigado. – ele diz em um tom confuso franzindo as sobrancelhas.

Eu tiro as mangas e nos deliciamos com elas, mas ficamos todos lambuzados, usamos a água restante para nos limpar. Arrumamos nossos pertences e partimos em direção a cidade.

Caminhamos por mais uma hora e meia no acostamento do asfalto até que chegamos à cidade, havia uma placa muito antiga com os dizeres "Bem Vindos á Celestical", rio com o nome da cidade e Zeke fala:

- A placa foi escrita errada, o verdadeiro nome é Celestial, mas na real, eu acredito que todos os registros referentes à cidade estão como Celestical.

- Tudo bem, chegamos, e agora? – rio e afirmo com a cabeça.

- Vamos até a base da matilha. – ele diz sorrindo.

Caminhamos pela cidade e ele me mostra um pouco sobre ela, assim que viramos a esquina numa padaria, que lançava o delicioso aroma de bolo no ar, ele aponta para um prédio de três andares, com varias sacadas, observo a construção atentamente, possuía um certo estilo arcaico, atravesso o pequeno jardim um pouco abandonado e paro em frente a entrada, Zeke logo se adianta para abrir a porta, assim que ele abre faz um gesto para eu entrar, há um silêncio surpreendente vindo de dentro da construção.

- Estão na escola ou trabalhando. - ele explica- Vem, vou te mostrar seu quarto.

Subimos as escadas até o terceiro andar, passamos pelo corredor e ele abre a porta do segundo quarto a direita. Era grande e possuía duas camas, uma em cada parede lateral, o quarto era divido quase ao meio, uma parte estava vazia e a outra era toda enfeitada com pôsters e fotos de cantores famosos, havia uma porta de vidro escondida sob cortinas brancas que dava acesso a uma das pequenas sacadas, me viro para olhar a parte vazia que tinha apenas uma cômoda e um pequeno guarda roupas, ando até lá e sento na cama, Zeke diz:

- Você terá que dividir esse quarto com Shauna, desculpe, mas todos estão ocupados. - ele fica meio triste quando diz isso.

- Não se preocupe será uma experiência ótima. - sorrio ao dizer isso.

- Que bom, o banheiro fica ali à esquerda - ele aponta para uma porta que eu não havia notado.

- Obrigada Zeke, por tudo mesmo, você tem sido um grande amigo.

- Por nada Zoey, qualquer coisa por você. - ao dizer isso ele vem e me dá um abraço, depois de sair ele fecha a porta.

Respiro fundo até desacelerar meu coração, então abro a mochila e tiro de dentro tudo o que Mia tinha organizado para mim, guardo todas as roupas e coloco alguns itens sobre o pequeno balcão, pego uma toalha e minha nécessaire e vou para o banheiro tomar um bom banho, assim que saio, decido colocar um vestido cintura alta, de cor coral, um pouco acima dos joelhos, penteio os cabelos e prendo um pouco para atrás, finalizando com uma presilha.

Desço as escadas e vou para a cozinha, onde Zeke está comendo uma torrada, ele me olha de cima a baixo e diz:

- Bonito vestido.

- Obrigada. Olha, será que eu posso cozinhar para vocês? Eu gostaria de agradecer a toda matilha por me deixar ficar aqui. - Eu coro um pouco pelo elogio que ele me dirige.

- Claro, será uma honra, eu posso te ajudar?

- Valeu mesmo Zeke, você pode sim, afinal você sabe onde está tudo.

Nos divertimos fazendo o almoço, temos a ideia de preparar bife a parmegiana, com um molho especial de ervas e tomate.

Ele cuida do arroz, enquanto eu lavo a louça, falando sobre os membros de sua matilha, eu rio às vezes das histórias engraçadas que eles viveram.

Estava secando um prato, quando ele me prende na pia passando os braços em volta da minha cintura, viro-me rapidamente para lhe dar uma bronca, mas encontro apenas seus lábios sobre os meus.

HEARTS DRAGON: Zoey a última GuardiãOnde histórias criam vida. Descubra agora