As portas do inferno.

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Meu nome é Jasmine Bonvige. Atualmente tenho 15 anos, e acabei de sair do ensino fundamental. Esse é o momento de ritual de passagem, as pessoas dizem que é quando você deixa de ser criança e amadurece como um adolescente. Bom quando se nasce rico e bonito isso é bem energisante e divertido, mais quando se é fracassado e, bom digamos que não tão bonito, isso pode se tornar um pesadelo terrível! Pelomenos pra mim foi um pesadelo.
Moro no centro de Oakland, Califórnia, não é o lugar perfeito pra minha "espécie", mais digamos que consigo sobreviver nesse clima tropical que tanto me encomoda. Moro num apartamento simples junto a meus pais Sarah e James, e meus dois irmãos mais velhos Trevor e Bianca.
Bianca só é um ano mais velha que eu, mais mesmo assim insiste em se dizer mais madura. Já Trevor é mais velho, tem 18 anos, está no terceiro ano ou seja, ano que vem já partirá para a faculdade. Ele é legal mais me tira do sério as vezes com seu "grande intelecto".
Era manhã de segunda-feira e estava um calor detestável, as aulas começariam hoje e eu não estava muito agradada com o fato de ter que ir. Acordei com Bianca reclamando que já havia me chamando umas mil vezes para levantar e me arrumar. Eu olhei em volta com aquela visão mortal de pessoa que está com sono e então ignorei os chamados dela, depois de uns cinco minutos consegui coragem para me levantar e ir ao banheiro me arrumar.
Desci para a sala, Bianca e Trevor já estavam arrumados sentados ao sofá só me esperando para irmos a escola.
-Até que fim você levantou! Meu Deus, não aguentava mais te chamar. Diz Bianca com uma expressão tempestuosa.
Olhei pra ela e respondi com um simples sorriso amargo.
Trevor avisou que papai já estava no carro esperando-nos para irmos. Então fomos em direção ao carro. Era um modelo esportivo simples, não sabia o nome do carro, mais não me culpem pois sou péssima em auto móveis. Entramos, sentando na parte de trás. Papai então vai dirigindo e olha-nos pelo retrovisor.
-Então gente, animados para o primeiro dia de aula? Fala ele sorrindo.
Logo me dá um calafrio terrível, preferi não responder.
-Não pai, sempre é a mesma coisa, palestra com o chato do diretor e "socializar" com os calouros. Trevor fala passando a mão na testa.
-Ah, não esquenta pai! O Trevor que é um chato mesmo. Tô doida para ver os calouros e meus amigos é claro. Fala Bianca.
Bianca sempre foi mais social que o Trevor. Ele não leva jeito com pessoas. Ela também não leva muito jeito, as vezes me pergunto se ela é realmente amiga de alguém ou só suporta essa pessoa.
Fomos passando pelos prédios, acompanhado o rotinoso movimento de segunda-feira, às pessoas indo ao trabalho ou ao colégio, bancas e lojas abertas com aquelas típicas vozes chatas que não se calam. Até que chegamos a frente do colégio. Meu Deus foi tipo terrível! A sensação que tive quando o carro parou foi como se quisesse morrer ali mesmo. Então papai destrava as portas e meus irmãos saem, ou seja me obrigando a sair também. Ficamos a frente daquela enorme escadaria que dava para a frente de um colégio extenso e alto, cor creme. As laterais da escadaria tinha tiras de grama formando um ótimo lugar de lazer com algumas árvores. No topo central do edifício estava escrito "Escola central de ensino médio Oakland".
Papai então buzina chamando nossa atenção, só para avisar que já estava indo embora, afinal ele tinha que ir trabalhar, ele trabalha como supervisor de uma fábrica de carros.
Trevor e Bianca começaram a subir as escadas calmamente conversando um com o outro. Era chato porque os dois já estavam acostumado com o colégio, já conheciam pessoas e não eram calouros. E suas aparências eram normais, diferente de mim com meus cabelos cacheados, óculos, aparelho e vamos dizer que não sou super magra como aquelas modelos de revista.
Fui logo atrás deles. Chegando ao pátio a frente do portão, era uma visão infernal. Tinha tribos em toda parte! Via meninas com roupa de líder de torcida de um lado, jogadores de futebol do outro e etc. Meu irmão se dispensou logo de cara é se aproximou de dois amigos dele. Bom eram só dois mais já é alguma coisa. Já Bianca ficou do meu lado, mais sem prestar atenção em mim, pois estava a procura de sua melhor amiga Katy. Eu andava junto a ela para onde ia, sem olhar muito para as pessoas é claro, pois não conseguia. Em fim ela acha Katy e vai correndo em sua direção.
-Katy!! Amiga que saudade de você! Fala ela dando um grande abraço em sua amiga.
-Aiii! Eu também tava morta de saudades Bi!
Elas começaram a falar sobre algumas cantoras de pop. Por mais que o assunto me interessasse bastante eu não estava no momento certo pra conversa.
Fiquei parada ao lado das duas, vendo todas as pessoas que estavam ali fora junto a mim. Até que pra minha sorte o gongo toca e os portões se abrem. Não acho que foi tanta sorte quanto pensei.
Os alunos começaram a adentrar o colégio com um entusiasmo que não sei de onde tiraram. Eu segui a onda de gente até dentro do colégio.
Me deparei com um grande pátio com dois corredores laterais que davam em portas para salas, no meio um terreno com grama, acho que para os alunos usarem como lazer,um segundo andar que dava no salão de festas e ao lado o campo de futebol.
Na parede estava papéis indicando as salas que ficariam os alunos.
Bianca olhou para mim meio acanhada e disse que teria que ir para a sala dela junto a Katy. Ela se despediu e saiu me deixando sozinha naquele filme de terror.
No papel vi minha sala e então segui os corredores até ela. A cada passo que dava me assustava cada vez mais. Fui andando até chegar na sala que dizia "1 ano B". Toquei a porta um pouco trêmula e entrei nela. Me deparei com alguns alunos já sentados. Fui andando até o fundo da sala e sentei meio isolada. Tendo aquela sensação de que estão olhando pra mim.
Era isso... Aquela sala indicava o início de um ano cheio.

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⏰ Última atualização: Mar 03, 2019 ⏰

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