Vê-lo de bermuda atiçava alguns instintos meus que pensava que só existiam nos filmes que assistia. Ele era muito branco, e as pernas mais do que se podia imaginar. Os pelos, entretanto, eram o contraste perfeito. Tentava disfarçar, mas meus olhos sempre voltavam para aquela parte de seu corpo. Depois de admirar as mãos, agora as pernas eram a minha parte favorita do corpo dele.
Thiago estava sentado na cadeira de frente para seu computador, e às vezes girava uma volta inteira e se virava para mim, pedindo ajuda no texto em que escrevia para nosso trabalho de português.
- Você escreve bem melhor, tem certeza que não quer continuar? - Ele me perguntou, me fazendo desviar o olhar da panturrilha para o rosto dele. Sorri ao perceber que ele ficava lindo forjando aquele semblante de cansado.
- Se eu digitar, você não terá feito nada nesse trabalho em equipe. - Disse reforçando a ideia pela terceira vez, já que eu havia dado a ideia para o trabalho, escrito o roteiro da apresentação e feito a maior parte das pesquisas. Ele só teria que redigitar e tentar acrescentar algo que não estragasse o resto do que fiz.
- Para de falar isso, estou começando a achar que você preferia ter feito com a Léo - o bico que ele fez despertou uma gargalhada em mim que caí deitado na sua cama aonde estive sentado o tempo todo.
Se levantou devagar. Colocou as mãos sobre meus joelhos e se curvou diante de mim. Seu rosto estava posicionado na minha frente, e nossos olhos se perdiam na imensidão de cada um. Ele sorriu, se aproximando com os lábios. Eu me levantei, forçando o encontro. Nos beijamos sobre a cama. Quando nos separamos, ele tirou a camiseta e fiquei um pouco sem ar.
- Que cara é essa? - Meu devaneio foi quebrado radicalmente. - Às vezes você me assusta.
Assustaria mais se pudesse ler minha mente, pensei.
Voltei a me sentar. Enquanto o barulho do teclado sendo apertado pelos dedos dele entrava por meus ouvidos, admirava os detalhes do quarto. Havia uma guitarra posicionada atrás da porta e uma cômoda cheia de figuras de ação de super-heróis. Uns cartazes de bandas nacionais espalhado por toda a parede. No espelho, algumas fotos grudadas que eu julgava ser de sua família. Perto do computador tinha uns livros que pelo título me fazia pensar em Direito.
- Você quer ser advogado? - Perguntei, puxando um livro para mim
- É o que dá dinheiro...
- Mas você não tem que fazer algo que gosta? É essa a ideia... faça o que gosta e nunca precisará realmente trabalhar.
- Faça o que gosta e nunca mais precisará viver. Vai morrer de fome. - Thiago puxou o livro da minha mão - Você não vai entender nada.
- Ah, obrigado pelo elogio. - Soltei o livro que disputávamos para ver quem ficaria com ele, me desprendendo do tom sarcástico em minha voz.
- Nem eu entendo direito, Gu... - Devolveu-o junto à pilha a qual pertencia - Acho que terminei aqui. É, terminamos! - Concluiu após passar os olhos pelo monitor.
Girou o corpo junto com a cadeira. Ficou me encarando um tempo que para mim pareceu tempo demais. Meu coração começava a bater mais forte enquanto o silêncio nos pressionava a quebra-lo. Engoli seco. Thiago arqueou as sobrancelhas, como se me desafiasse a fazer alguma coisa. Em resposta, ergui os ombros como se estivesse perguntando o que ele queria. Ele também deu de ombros. Tirou os pés do chão e os colocou na cama, ao meu lado. A perna dele estava mais próxima de mim e juro que queria tocá-la. Desviei os olhos para meu desejo não ser notado.
Thiago pegou o celular e logo em seguida meu celular vibrou. Ele soltou um sorriso quando percebeu que li seu nome no meu visor.
Fala alguma coisa.
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Todos os erros que eu cometi
Любовные романыGustavo nunca soube o que era amor, apesar de paixões serem bem frequentes em sua vida. Agora que está apaixonado por seu melhor amigo, tem medo de não conseguir sair desse sentimento novo e desconhecido. Como gosta de criar listas mentais sobre os...