24 floors // the maine

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24 andares até encontrar um quarto, o cheiro de mofo vindo do quarto sujo e velho de algum hotel barato invadindo minhas narinas. Não que eu me importasse. Não que eles se importassem.

Minha mãe me dizia que existem pessoas que nasceram para ser felizes e outras para serem infelizes, creio que eu seja os que nasceram para ser infelizes. Me sentei no parapeito olhando para cima, vendo a infinidade de estrelas que habitavam o céu, logo em seguida olhando para baixo, vendo a infinidade de carros em alta velocidade.

Pensei em minha família, como eles se recordariam de mim, provavelmente fariam um discurso falando em como eu parecia feliz mesmo sem eu nunca ter recebido um "como você está?". Pensei em Michael, como ele reagiria como soubesse que eu me suicidei, se é que ele ainda se lembra de mim.

16 de julho de 2013.

Fecho meus olhos e tudo que consigo ver é seu rosto, respiro fundo e balanço minhas pernas, apertando meus dedos no parapeito e mordo meu lábio inferior, tentando conter minhas lágrimas.

Por que, Michael? Por que você se afastou de mim?

As conversas aleatórias em algum programa na tv são os únicos sons que preenchem o quarto. Todos parecem tão felizes, mas será que realmente são? Vivemos em busca da felicidade, mas será que todos encontramos?

Ouço meu celular tocando, tento ignorar mas o som se repete diversas vezes. Retiro o aparelho de meu bolso e atendo, pouco me importando de quem seja, porque será a última pessoa que saberá algo de mim.

- Você não quer morrer hoje a noite, dê mais um fôlego para limpar sua mente. Todo momento é relevante, agridoce e delicado, o amanhã pode não voltar. Estarei ai em três minutos, não pule. - E desligou, tampei meus olhos com as mãos e caí em lágrimas, lamentando o meu próprio desastre.

Ouço a maçaneta da porta sendo girada com brutalidade e dois braços ao meu redor, me puxando contra seu peitoral e me levando até a cama. Reconheço seu cheiro, me fazendo encolher meus joelhos e agarrando sua camisa.

- Shh, eu estou aqui, não chore. - Michael acaricia minhas costas enquanto eu solto soluços, tentando me acalmar, até que eu finalmente consigo cessar meu choro. Sinto seus dedos erguendo meu queixo, até que ele deposita um beijo em meus lábios. - Esta noite é tudo que há, se isso é tudo que existe.


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me desculpem por estar muito bosta mas eu sou péssima escrevendo ???? enfim, até a próxima :^)




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