Entrei pela porta da frente, e por azar, meu pai estava lendo à beira da lareira acesa.
-Está tarde- ele falou
-Digo o mesmo- falei
-Onde estava?
-Agora se importa?
-Sou seu pai- ele me olhou
-Então por quê não age como um?- retruquei
-Sua mãe estava te esperando para cantar parabéns. Você deixou ele esperando, e ela dormiu!- ele berrou
-Falei que tinha planos- comentei
-Até essa hora, Andrew Montez?!- ele berrou jogando o livro forte no chãoColoquei as mãos no bolso, e o olhei impassível
-Você cheira a álcool- ele falou com nojo
-Whisky, é muito bom- comentei
-Sabe, Andrew- ele caminhou até sua prateleira de bebidas- hoje eu fechei um ótimo negócio na empresa. Um negócio que me fez faturar U$ 350,000,00Me mexi desconfortável
-Sabe o melhor disso, Andrew? -ele me olhou erguendo seu copo- que nada disso é seu.Cerrei meus punhos, sentindo a raiva irradiar em mim.
-Sabe, pai- sorri- que se foda você e seu dinheiro. Não quero nada do que é seu.
-Fala direito comigo- ele apontou
-Falo como eu quiser. Quer respeito? Me respeita. Boa noite, e morra com suas notas!Apressei o passo indo para meu quarto. O álcool aquecia minha mente, me deixando frustrado. Arranquei a roupa do corpo, ficando só de boxe, e me joguei na cama querendo esquecer tudo.
Meu despertador tocou. E se ele tocou é por que é segunda-feira.
Escola....
Eu estava no ensino médio. Quase acabando, o que me dava forças para terminar.-Bom dia, querido- mamãe me recebeu na mesa
-Bom dia, mãe- falei dando-lhe um beijo na testa
-Como foi seu dia ontem? -ela perguntou
-Ótimo- sorri com as lembranças vagas
-Tome...-mamãe tirou uma caixa de baixo da mesa- pra você
-Mãe. ..- hesitei
-Nem pensar, aceite- ela resmungouRevirei os olhos e então abri a caixa. Dentro dela havia uma chave. Peguei ela nas mãos confuso
-Seu primeiro carro- ela sorriu animadaUm carro!! Puta merda!
Ouvi papai se engasgar do outro lado da mesa
-Um carro?- ele berrou- você ficou louca?
-Não foi com seu dinheiro de merda, George!- mamãe retrucou
-Mãe, eu não acho que...-falei tentando recusar
-É um Jeep preto- ele contouUm Jeep! Ai caralho!
-Um Jeep? -indaguei, sem palavras
-Sim. Seu presente, sem devoluções- ele piscou
-Obrigado, mãe- abracei ela contente
-Sr. Andrew- Alfredo chegou
-Sim?- olhei para ele
-Sua correspondência, senhor -ele entregou-me uma carta
-Obrigado- sorriEra minha carta de habilitação. Eu podia dirigir.
-Bem na hora! - mamãe bateu palmas
-Ótimo, agora vá e despedisse dinheiro- papai resmungou
-Com prazer- falei em debochePapai me fuzilou com seu olhar e eu girei às chaves no dedo indo me vestir para a escola.
Coloquei minha roupa casual e segui meu caminho para a escola.-Um carro!- Danillo Indagou quando estacionei na escola- Um Jeep! Uau...
-Foda né? -falei ativando o alarme
-As maravilhas de ser rico- Danillo sorriuFechei a cara. Não gostava de que todos me vissem como o riquinho que tem tudo. Na verdade eu não tinha porra nenhuma.
-Ganhei esse carro da minha mãe- contei- e eu já disse que meus pais são ricos, não eu
-Tá, que seja- Danillo sorriuDanillo vinha de uma família rica também. Os pais deles tinham muitas ações importantes. Então, meus pais adoravam minha amizade com Danillo. E eu gostava também, acho que ele é um amigo legal. No qual eu podia confiar
-Meus pais querem que eu faça direito- Danillo bufou
-E você? -perguntei
-Quero fazer publicidade- ele sorriu- organizar eventos, lidar com o público. Isso é pra mim
-Então, faça o que você quer fazer- dei de ombros
-Fácil falar, Sherlock- ele revirou os olhosEu sei como é isso. Meu pai quer que eu me forme em Engenharia, eu não sou bom em matemática e não quero isso. E claro eu disse que não iria fazer, foi assim que ele me odiou, e me odeia. É por isso que ele me trata assim.
E sabe o que acho?
Foda-se, pra mim tanto faz o que ele gosta ou não.
-Andrew, Danillo!- Jonas Kong chegou
-E aí, Jonas- cumprimentei
-Oi, Jonas- Danillo se mexeu desconfortável
-Nossa, que carro- Jonas falou do Jeep
-É do Andrew- Danillo cutucou
-Muito foda, Andrew- Jonas sorriu- tô indo comprar o meu. Talvez compre um assim.
-Vai comprar um carro?- Danillo indagou surpreso
-Vou, recebi hoje- Jonas sorriu mostrando um bolo de notas de mil
-Uau- Murmurei- deve ter um bom trabalho
-Tenho, e tô contratando novo pessoal, se quiserem.
-Qual a faixa de salário? -perguntei
-50 mil pra cima- Jonas sorriuMas o quê? ? Meus olhos quase voaram para fora. Danillo fingia se engasgar e eu com certeza queria esse trabalho.
-Fiquei interessado- falei
-Ótimo, vai ter um encontro hoje. Às nove, no Beco furado, vai lá- Jonas falou
-Beleza- pisquei
-Danillo vai também? -Jonas olhou para Danillo
-Não, eu não tô afim de trabalhar durante período escolar- Danillo falou em tom de agradecimento
-Ok. Até à noite, Andrew- Jonas saiuOlhei para ele enquanto se afastava. Seu andar confiante como se fosse o dono das ruas, minha mente vasculhava todos os empregos para garotos de 16 anos que pagavam tão bem, mas nenhum chegava a tanto dinheiro
-Isso tá estranho- Danillo murmurou- quem paga 50 mil para adolescentes?
-Por isso fiquei interessado, Aisten- sorri
-Que seja, mas se consegui o emprego, não se esqueça de pagar nossas saídas- Danillo falou recebendo um soco meu de leve no ombroA campa tocou, e eu fui para a sala de aula. Minha mente ainda ansiosa para esse emprego, e totalmente curioso também.
Me coloquei no fundo da sala recebendo os olhares das garotas, e principalmente de Thalia Jones. Desviei o olhar dela.
Todos sabiam que Thalia tinha uns problemas na cabeça, não que eu tivesse preconceito,mas era melhor manter distância.
-Acho que a Thalia tá afim de você- Zoou Danillo
-Não brinca- adverti- ela tem problemas
-Só comentei- ele ergueu às mãos em ar de inocênciaA professora entrou, e eu tentei me ligar na aula.
Meio difícil agora...
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Crescente
Teen Fiction"Havia muitas maneiras de se perder, eu mesmo já havia me perdido várias vezes. Mas,quando mergulhei naqueles olhos verdes esmeralda, me perdi de tal forma que não queria ser encontrado" Vivendo em Nova York, tendo uma família de boa índole e sendo...