Capítulo 4

2K 165 5
                                    


-Grande, Andrew! - saltou Jonas- é assim que se fala, cara!
-Quando começo? Como funciona? Quero todos os detalhes- falei como um cara sério
-Gostei de você- Jonas falou orgulhoso -você tem hora pra chegar em casa?
-Não- falei sem hesitar
-Ótimo, venha comigo- Jonas chamou

Atrás dele havia uma porta cor vinho por onde passamos.
Era uma sala ampla com alvos, e armas nas paredes. Tinha facas, punhais, pistolas, rifles, M34, armas silenciosas e muitas outras.
-Sabe atirar?- Jonas perguntou me dando uma pistola

Eu havia feito curso de armas com meu pai quando tinha 13 anos. Era para atirar em pratos. Nada perigoso.
Peguei a pistola, escolhi um alvo, e atirei, acertando bem na cabeça.
-Uau...-Jonas murmurou -Perfeito
-Gostei dessa- falei girando a pistola nas mãos
-É sua- Jonas sorriu
-Minha licença?- perguntei
-Te dou amanhã na escola- Jonas falou olhando o alvo- meu pai vai carimbar hoje
-Tudo bem- falei escolhendo uma faca
-Se você sabe atirar, vai saber manusear uma dessa-Jonas sorriu
-Vamos supor que meu alvo está tentando fugir- sorri, perigosamente

Jonas assentiu. Peguei a faca pela ponta e a joguei. A faca voou até atingir o alvo e ultrapassar ele, na cabeça de novo.
-Você gosta da cabeça, não é? -Jonas se mexeu inquieto
-Depois que a cabeça é atingida, não tem como levantar. Só no hospital- murmurei
-Você tem instinto assassino, cara- Jonas cumprimentou
-Bom, vamos treinar mais- sorri empolgado

Eram 03:15 da manhã quando subi pela parede da minha janela e entrei no meu quarto.
Não queria esbarrar com ninguem, nem ouvi sermões. Fiquei treinando com Jonas até essa hora. E, pelo que parece, eu estou bem para começar.
O negócio funciona fácil, fico no bar bebendo- essa parte eu gostei demais- e os clientes vem até nós. Tomamos uma bebida e então ele me explica o que quer de mim. Fácil!
Eu já tenho a roupa preta para usar, mas o que eu quero mesmo é uma moto preta reluzente. Isso vai ficar demais.
Posso comprar depois do meu primeiro salário.
Então eu dormi, sem notar.

Meu despertador berrou logo cedo. Estava com muito sono ainda, mas resolvi levantar. Eu tinha aula e explicações para meus pais. Entrei no banheiro totalmente lerdo.

-Que horas chegou? -mamãe perguntou enquanto eu me servia
-Não vi- menti
-Não vi você chegar- Papai comentou
-Não vi você também- retruquei
-Tem planos para hoje? -mamãe perguntou
-Arrumei um emprego, talvez vá trabalhar- comentei
-Trabalho? -papai gargalhou
-É, algum problema?-perguntei
-Que maravilha, meu filho- mamãe sorriu- mas você não precisa
-Mãe, chega. Preciso sim- falei
-Nem vou me dar ao trabalho de saber do que- papai falou pegando seu jornal
-Ótimo, até mais, e bom dia- falei indo para a escola

    —E o trabalho? -Danillo perguntou assim que saí do carro na escola
-Promete boca fechada sobre qualquer circunstância? - perguntei
-Sabe que pode confiar- Danillo falou

Contei toda a história, explicando tudo nos mínimos detalhes. E eu nunca vi Danillo tão imóvel e calado, fiquei com medo dele ter se tornado uma estátua durante a conversa, mas quando eu concluí, ele falou:
-Você é louco- gargalhou por fim
-Puxa, obrigado- sorri
-Cara, eu não acho certo, mas te apoio em suas decisões e sempre vou ajudar você- Danillo defendeu
-Obrigado- apertei a mão dele, aliviado- é bom contar com alguém
-Soube o que houve com a Thalia- ele mudou de assunto- o que vai fazer?
-Ah, não sei! - coloquei as mãos no rosto frustrado
-Melhor pensar rápido- Danillo murmurou

Ergui o olhar vendo que Thalia chegava ao lado de sua amiga de ontem. Me sentei melhor, tentando parecer o menos visível possível. Por sorte ela passou direto e eu suspirei
- Cara de sorte- Danillo zoou
-Você é Andrew Montez?- uma voz masculina grossa, pronunciou

Ergui meu olhar, engolindo em seco. Um homem super elegante, trajando um terno e tendo um olhar frio, se dirigia a mim
-Sou eu- falei o mais calmo possível
-Gostaria de falar com o senhor- ele pediu formalmente
-Claro- sorri

Danillo parecia tenso. Eu acompanhei o senhor misterioso para baixo de umas árvores ali perto. Ele se apoiou em uma árvore e me olhou agora suplicante
-Quanto você quer para namorar minha filha Thalia?- ele perguntou sem rodeios

Arregalei meus olhos sem crer no que eu havia escutado. Pisquei várias vezes antes de ter certeza do que responder. Eu decidi perguntar de novo
-Como é? -indaguei quase num sussurro
-Minha filha está apaixonada por você-ele começou- E ela tem problemas mentais. E essa paixão não correspondida só está piorando os pensamentos dela. Eu preciso que ela fique estável, talvez essa paixão ajude. Repito, quanto quer para namorar minha filha?

Isso é uma pegadinha? Olhei para os lados procurando a câmera escondida. O pai de Thalia me olhava ansioso.
Ai caralho! ele tá falando sério !
-Olha, senhor...- tentei negar
-Por favor, é minha filha, eu não quero que ela continue passando mal. Gritando e chorando, sei o que houve ontem. Por favor.

Olhei para ele. Ele estava implorando.
Eu podia fazer isso? Podia. Não era uma sacrifício enorme.
-Tudo bem, eu faço- me rendi
-Obrigado. Quanto quer?
-Não, não precisa pagar- neguei

Isso já era demais, vou ajudar por ajudar. Afinal, já estou metido em um rolo enorme, o que não vai faltar é grana. Ele sorriu como se tivesse achado o tesouro
-Acho que minha filha se apaixonou por um bom rapaz- ele sorriu
-Tá bem, só não fala esse tipo de coisa- deixei claro- não gosto da sua filha. Só vou fazer isso para tentar ajudar na recuperação dela. Apenas por isso.
-Claro. Isso é o suficiente- ele agradeceu
-Bom, preciso ir- falei
-Vai começar quando?
-Vou começar hoje- suspirei
-Tudo bem, obrigado- ele sorriu

Andei rapidamente em direção a Danillo que estava curioso em seu lugar
-Então? -ele perguntou

A campa tocou e eu o puxei para ir para sala comigo.
Ótimo, eu estou namorando. Isso não me soa muito bem, afinal estou namorando com uma garota que não estou afim.
Cara, é cada coisa que eu me meto.
-Andrew? -Danillo chamou- o que houve?
-Eu estou namorando com Thalia Jones- falei por fim

CrescenteOnde histórias criam vida. Descubra agora