Hidden Love Letters

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Niall tocava à campainha de casa de Melissa, sua melhor amiga. Seu ser consumido pelo desespero. Melissa não atendia as chamadas, nem respondia às mensagens enviadas pelo loiro. O que teria acontecido com ela?

Com lágrimas nos cantos dos olhos, Niall lembrou-se que Melissa lhe tinha dado uma chave para que quando ele fosse lá a casa não precisasse de tocar à campainha. O loiro correu até ao carro, abriu-o, abriu a porta do passageiro e em seguida o porta luvas. Vasculhou no porta luvas até encontrar a chave. Fechou tudo e fechou o carro. Correu, de novo, até à porta e enfiou a chave na fechadura. Rodou a chave e empurrou a porta. Ao entrar na casa da sua melhor amiga, estranhou o facto de estar tudo apagado e silencioso, já que eram onze da manhã e a essa hora, Melissa costumava já estar acordada, com as persianas subidas e a música alta a ecoar pela casa. Niall fechou a porta e caminhou pela sala apenas iluminada pelos raios de sol que entravam pelas frinchas das persianas.

- Mel... - chamou - Mel, onde estás?

Niall subiu as escadas e caminhou até à porta com flores coladas. Os pais de Melissa tinham comprado aquela casa, pois o pai da menina tinha arranjado um trabalho em Londres e eles tiveram que se mudar. Melissa tinha quase obrigado sua mãe a comprar flores para colar na porta do quarto e, assim, a sua mãe fez. A rapariga nunca teve coragem de tirar aquilo da porta. Ela ganhou a casa como herança quando os seus pais morreram quando ela tinha apenas dezasseis anos. Quer dizer, ela ganhou toda a herança, já que o seu irmão mais velho, Luke, saiu de casa aos dezassete anos e foi para a Austrália. Resumindo, Melissa não tinha mais ninguém, apenas Niall e o mesmo acontecia com o loiro. Ele tinha-se mudado para Londres para frequentar a mesma escola que Melissa e ela fora a única que tivera coragem de se aproximar dele e começar uma amizade.

Niall bateu à porta, mas ninguém respondeu, então, girou a maçaneta e empurrou a porta. À medida que a porta se ia abrindo, Niall ia tendo a imagem do corpo esbelto de Melissa encolhido na cama, vestido com um vestido florido que lhe daria pelo meio das cochas.

- Melissa. - Niall caminhou até à rapariga e tocou na pele gelada dela - Tu estás gelada e pálida, Mel...

Estranhando isso, Niall pegou no pulso da garota e assustou-se. O seu coração acelerou, os seus olhos arregalaram-se e encheram-se de água e a sua boca abriu-se. O coração de Mel não estava a bater! Niall entrou em desespero e começou andar de um lado para o outro do quarto, passando a mão no cabelo. As lágrimas rolavam descontroladamente. A única conclusão que ele tirou foi, Melissa estava morta.

O loiro pegou no seu telemóvel com as mãos mais trémulas que gelatina e discou o número dos bombeiros.

- London Hospital, em que posso ajudar? - uma voz feminina soou do outro lado da linha.

- A minha amiga está morta. Ela está morta. - Niall falou quase a gritar e a chorar como um bebé.

- Tenha calma, senhor. Diga-me onde está que nós mandaremos uma ambulância. - Niall deu o endereço de casa de Melissa - Muito bem. Eles não irão demorar. Até lá, mantenha-se calmo.

- Okay.

- Bom dia.

- Bom dia.

Niall ouviu a chamada terminar e voltou a colocar o telemóvel dentro do bolso das calças.

- Porquê? Porquê, Mel? - o loiro chorava intensamente, enquanto abraçava o corpo gélido da menina - Volta, por favor, volta. Não me podes abandonar assim, Mel...

Ninguém merecia o que Niall estava a sentir. Ninguém merecia perder a única pessoa que se tem por perto de forma tão cruel. O loiro estava a sentir-se como um menino perdido sem a sua mãe por perto. Niall parecia um daqueles gatinhos que são abandonados na rua e ficam com medo de tudo e de todos.

Hidden Love Letters || Z.M.Onde histórias criam vida. Descubra agora