Prólogo

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Sebastian estacionou sua Lange Rover e desligou o som, ainda com os óculos de sol no rosto. Passou os dedos nos cabelos e suspirou, frustrado. Por favor! Ele tinha seus trinta e quatro anos muito bem vividos, não podia estar que nem uma bicha, com o coração acelerado e essas merdas todas, por causa de uma garota com... O quê? Quinze anos? Talvez dezesseis.

Mas ele podia observar, no entanto. E era isso que fazia há meses. Ele achava que até Derek havia percebido. O que era péssimo, já que Derek estudava na mesma escola que a tal garota.

Ele não sabia seu nome, não sabia a idade exata. Não sabia onde morava, ou qualquer coisa do tipo. Ele só observava. E talvez isso fosse estranho, mas ele não podia fazer mais nada. Ela parecia ser do tipo de garota que é delicada e certa, e o que ele pensava sobre ela... Bom, aquilo não era certo.

Mas ele simplesmente não podia evitar aquela rotina tosca dele. Acordava, estacionava o carro na frente do trabalho e Derek seguia dali até o colégio a pé, Seb só saia do carro quinze minutos depois, quando aquela criatura com um corpo pequeno e os cabelos longos e loiros caindo na sua cintura, chegasse à escola. O colégio que ela e o filho de Sebastian estudavam era na esquina ao lado da empresa dele.

Ele desceu os olhos para o seu relógio e batucou os dedos no volante, inquieto. Ela já deveria ter passado pelo carro, mas não tivera um mísero sinal dela até agora. Talvez ela tivesse ficado em casa naquele dia. Ele suspirou, esperando mais alguns minutos. Quando finalmente decidiu sair do carro, estendeu o braço para o banco de trás, a fim de pegar sua pasta, mas parou o que fazia assim que ouviu uma gargalhada feminina.

— Estou te dizendo! Eu não acreditei quando ela me contou, mas agora a escola toda está sabendo. Parece que é mesmo verdade.

Sebastian mirou seus olhos para o lado de fora do carro e viu uma garota de cabelos negros e repicados no ombro, tagarelando sem parar. E ao seu lado estava ela, prestando atenção no que a amiga lhe dizia. Deus, Sebastian era patético demais, mas aquele sorriso... Ela era tão linda.

Um vento passou e os cabelos loiros da garota voaram, fazendo com que eles ficassem bagunçados.

— Seu cabelo 'tá ridículo. – a amiga lhe disse, rindo. – Arruma isso, Jennifer!

Jennifer. Então era esse o seu nome. Finalmente! Depois de sete meses, quase oito, observando aquela menina, descobrira seu nome.

Ela se aproximou do carro e parou na frente da janela de Sebastian. Ele prendeu a respiração, porque os olhos dela olhavam diretamente para ele. Mas é claro que era impressão, já que os vidros do carro eram muito escuros.

Ela começou a realinhar o cabelo, mas Seb não tirava os olhos dos lábios dela. Eles eram carnudos e estavam rosados por conta do batom, deixando-os ainda mais convidativos. Ela deu uma última olhada no cabelo e voltou a caminhar, escutando a amiga tagarelar mais uma vez. E só quando ela sumiu de sua visão ele criou coragem de sair do carro e ir para o seu escritório.

Era isso. Ele era uma menininha de treze anos com medo de que o garoto que está afim a veja.

Ele riu, rolando os olhos. Aquilo já tinha dado o que tinha que dar. Aquela garota não podia ser tão difícil assim de esquecer.

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