Capítulo 4

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°°°

Olhei para trás para ver se aquele quase amigo estava bem, e obviamente ele estava discutindo com o professor algo que não dava para escutar.

- E aí – Cida disse quebrando o silencio – até que ele não é tão chato, né?

- Ele é suportável – falei com um leve sorriso.

Mas, todos são antes de dar a oportunidade perfeita para eles te machucarem.

Meu sorriso se foi com esse pensamento. Eu sabia que era verdade, que a maioria das pessoas chegam até nós para que gostemos delas e então, suas garras ferem todas as belas lembranças falsas. A verdade é que nenhuma amizade é grátis.

Peguei meu livro e sentei ao lado da mesa gigante. Esse livro é maravilhoso naveguei por aquelas palavras e me encontrei com um belo mundo de uma França um tanto antiga.

- Posso me sentar com você – disse Adam me puxando para a realidade.

- Claro – falei com um sorriso meio triste.

Olhei o livro que ele pegou, Fazendo meu filme. Idiota. Dei um leve sorriso sem que ele percebesse.

Voltei a ler o clássico.

- Milena, posso te perguntar algo?

- Pergunte – falei sem tirar os olhos do livro em minhas mãos.

- É sobre o livro. Esse cara aqui, o protagonista, é isso tipo de cara que você gosta?

Olhei para ele confusa, o que essa pergunta tinha a ver com o livro?

- Não vou responder isso.

Ele riu.

- Ah então você gosta de garotas?

Senti meu rosto ferver, não de vergonha, mas de raiva. Eu não tinha nada contra a homossexualidade, estamos no século 21 não é mesmo.

Ignorei ele.

Vamos de volta para a França...

Mas algo me não me deixou. Ele colocou a mão na minha perna. Se aproximou do meu ouvido.

- Então, você gosta disso?

Meu rosto fervia de raiva e um pouco de vergonha. Lutei para tentar manter a paciência.

- Tira a mão daí – falei com os dentes trincados.

- Eu não tenho certeza se é de garota que você gosta. – Ele começou a acariciar a minha perna.

- Adam, tira a merda da sua mão da minha perna – falei.

- Tá. Entendi você é lesbica. – Ele falou tirando a mão.

Não havia como considerar qualquer tipo de amizade depois disso, ele realmente é um idiota.

Respirei fundo e continuei lendo o livro.

- Então me diz, de quem você gosta. Olha aquela garota é muita gata, me diz se não?

- EU NÃO SOU LESBICA – gritei, me levantando e dei um tapa no rosto dele.

Todos estavam me olhando, larguei o livro em cima da mesa e saí da biblioteca.

Eu odiava chamar atenção era como se cada olhar fosse um tiro de recriminação. A minha timidez era uma merda, eu sabia que ficaria marcada como a garota que gritou no meio da biblioteca.

Corri até o banheiro, eu sentia um nó se formar na minha garganta, mas ninguém poderia me ver chorar, não vou chorar por uma idiotice dessas, né?

As lagrimas começaram a cair, fechei os olhos e corri com mais rapidez. Eu não entendo, isso não se compara a tudo o que já passei, porque eu estava chorando?

Eu sabia que ele não devia ser meu amigo, mas eu ignorei minha intuição. Ignorei meu maior princípio.

- AI!!

Aquele grito me livrou de meus pensamentos, eu tinha pisado em um garoto. Em minha defesa ele estava sentado no meio do corredor.

-GAROTA, VOCÊ PISOU NA MINHA MÃO – ele disse, sem olhar para meu rosto.

- Você que está no meio do corredor – falei entre soluços

- Você está chorando? Mas, foi você quem pisou na minha mão – ele falou confuso - pare de chorar. Eu não sei o que fazer nessas situações, você quer pisar na minha mão de novo?

Era a minha vez de ficar confusa.

- Olha se você quiser eu deito e você me pisoteia – ele deve ter algum problema.

Comecei a rir.

- Obrigada, por me fazer rir – falei.

- Bem, não era uma piada, mas agradeço que não tenha aceitado a oferta- ele disse e se levantou – meu nome é Zec e preciso de ajuda.

- Isso eu já percebi – falei baixinho.

- EIII

- Desculpa, não é todo dia que alguém está largado no meio do corredor querendo ser pisoteado.

- Eu estava esperando uma resposta do além.

Essa escola está cada vez mais louca.

- Qual era a pergunta?

- Onde fica a minha sala.

Comecei a rir de novo.

- Por que não pergunta para alguém?

- Porque não tinha ninguém para perguntar. Ei, você é a minha resposta do além.

- Fala aí qual a sua turma.

- 202

- Vem, é a turma do lado da minha sala.

Nós conversávamos enquanto caminhamos até a sala. Zec era uma pessoa legal, bem divertida, mas ele não me fez esquecer tudo. Entre as conversas batia alguns silêncios em que minha consciência me condenava pelo que aconteceu na biblioteca.

Estávamos quase chegando na sala quando ele me parou.

- Vou ser sincero, eu estudo aqui há um tempão, mas foi bem legal te conhecer. Só me diz seu nome por favor.

- Ah é me esqueci de falar, sou Milena. Mas por que você mentiu?

 Mas por que você mentiu?

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Retardado, idiota, imbecil eu gosto de você (Disponível no Dreame)Onde histórias criam vida. Descubra agora