Capitulo 8 - O nascimento

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Era uma quarta feira em uma tarde fria e chuvosa quando eu esperava minha mãe do trabalho para poder ter a atenção dela, pois como em toda a minha infância fui criado praticamente por ela e quando um "pai" aparece para me criar acaba arruindando por inteiro meus sonhos e minha inocencia tudo que me restava era ela. Eu esperava e esperava e ela não chegava eu estava muito preocupado, pois esse meu apego com ela me transmitia essa insegurança quando ela não estava perto de mim e eu continuava aguardando incansavelmente sem cessar até que depois de 3 horas esperando cansei de guardar tanta preocupação e liguei para o meu vô para saber o paradeiro dela e minha vó atendeu dizendo que ele estava vindo aqui em casa me levar para o hospital e desligou com essa fala clara e breve.

Eu me perguntava o porque iriamos ao hospital, e como eu já estava preocupado ir ao hospital para mim era como se tivesse acontecido um acidente com a minha mãe e a perda dela com certeza era algo que eu nunca na vida iria querer e nunca iria superar também, e então eu fiquei aguardando com lagrimas nos olhos e o coração na mão. Meu vô chegou um bem após eu desligar o telefone e começar a me preocupar e eu o questionava incessavelmente, eu queria respostas, queria saber o porque que minha mãe não estava em casa e sim em um hospital e provavelmente de cama não podendo se movimentar e ele ficou calado e apenas disse que quando eu chegasse lá saberia o que estava acontecendo, mas mesmo com essa fala grosseira e curta eu ainda não me inquietei e continuei a perguntar o porque de tudo isso e porque ele não estava querendo me responder corretamente e ele gritou para mim, dizendo que eu devia me aquietar e que da próxima vez não iria mais falar eu sem reação decidi ficar quieto enquanto estávamos indo ao ponto de ônibus a caminho do hospital.

Chegamos ao hospital e eu estava ao máximo tentando ficar calmo e sereno diante da situação e quando chegamos na sala que minha mãe estava eu a vi de costas e fui dar um abraço nela e nesse mesmo momento vi em seus braços um bebê, eu fiquei sem reação na hora não acreditava que meu irmão finalmente tinha nascido e abracei minha mãe forte e depois passei a minha atenção a admirar meu irmão.

Era um menino lindo de olhos caramelo claros e arregalados e bem gordinho também tinha uma aparência característica branca muito ao contrario do tom negro de meu ex-padrasto, mas eu não me questionei muito sobre isso porque minha mãe era branca e então ele devia ter puxado minha mãe e não o pai dele.


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