Cartil

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POV Marilin

Eu espreitava nas sombras das árvores, esperando o veado parar para beber água. Lancei uma flecha direto em seu pescoço e ele morreu. Sem sofrer. Levei a carcaça para minha cabana e comecei a tirar o couro. Ouvi batidas na porta e escondi minha carne embaixo da mesa. Segurei a faca por trás das costas e atendi ao chamado. Ali estava três policiais de Cartil, minha unidade pólis. Abri um sorriso falso e perguntei:

-Olá!! Lindo dia não? Bem, logo ao ponto, o que gostariam?

-Viemos busca-la. Você está sobre custódia do rei e da rainha - responderam, me fitando.

Dei um grunido e fechei a porta. Tranquei e saí correndo. Peguei uma bolsa de couro e coloquei tudo que valia para mim ali. Escondi a faca dentro do tênis e saí pela janela dos fundos. Corri pela floresta como se não houvesse amanhã, parando quando já tinha conseguido me misturar no meio da multidão das calçadas, na cidade central.

O povo era dividido em quatro grupos, Hunters, Hidders, Robbers e Runners. No caso eu não sabia de qual era. Meus pais me criaram longe de tudo isso, logo, nunca havia tomado o teste. Tinha uma breve suspeita de ser uma Hunter, mas como já disse, não sei. Gostava de não participar disso tudo. Acabei trombando com alguém, me virei e uma garota de cabelos negros como a noite e olhos verdes. Vestia uma roupa preta, assim como seu batom e unhas. Ela baixou a cabeça e foi andando rápido até o metro. Me intriguei e como não tinha para onde ir mesmo, segui-la era a melhor opção. Ela percebeu, logicamente, e entrou em um vagão qualquer. Novamente, fui atrás. Fiquei me perguntando para onde fôra, não coseguia avista-la. Uma mão tampou minha boca e uma voz suave como o vento sussurrou em meu ouvido:

-Não grite. Não me siga. Eu não posso ser pega. Eles me querem presa, assim como devem quere-la. Façamos o seguinte, nós duas fugimos, achamos um lugar bom para ficar e depois nos separamos. De acordo?

Assenti com dificuldade. Não sabia quem ela era, porém por algum motivo, queriam ela no mesmo lugar que eu. Isso com certeza não era conhecidência. E talvez eu soubesse o moti... Um solavanco interrompeu meus pensamentos. Ela pegou minha mão e nos trancou dentro de um closet da cabine dos artistas. Escutei passos apresados e policiais gritando. A garota me passou um papel escrito:

"Meu nome é Blair, sou uma Hidder e qual seria o seu nome?"

Escrevi de volta e lhe mostrei:

"Me chamo Marilin, nunca fiz o teste"

Ela sorriu e se encolheu mais ainda no pequeno espaço em que estávamos. Peguei minha faca e fiquei esperando alguém abrir a porta. Nada aconteceu. Tive o plano de sair pelo teto e ir para superfície. Comecei a abrir a saída de ar e Blair me ajudou com o fechamento.

Saímos para superfície em questão de segundos. Pegamos um trem dessa vez e seguimos para onde ele nos levasse. Já fazia tempo desde que o rei e a rainha organizavam esse tipo de coisa. A não ser que eles tivessem um grande problema. Grande o suficiente para começarem a construir uma unidade de elite.


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