Aposto que não deve haver muita gente no mundo que diga algo assim durante um dia normal de trabalho.
Ele voltou-se e viu Ivy junto à porta aberta de seu escritório empunhando um aspirador de pó. Vestia uma calça jeans desbotada e uma camiseta vermelho-escura apertada que modelava todas as curvas de seu tronco. Ela era uma tentação, pura e simplesmente. E ele não estava mais conseguindo ficar indiferente a ela.
- Eu não ouvi você entrar.
Ela sorriu e aquela covinha que ele tanto esperava a oportunidade de ver surgiu em sua face.
- Esse foi o acordo, lembra? Silenciosa como um rato. Não o incomodar.
- Está bem. Sim, eu sei. - Ele franziu a testa para o aspirador de pó. - A julgar pelo que vejo em suas mãos, você está prestes a me incomodar, certo?
- Certamente. Então eu pensei em vir avisá-lo primeiro. Dizer para você fechar a porta para abafar o ruído.
- Tudo bem - disse ele. - De qualquer modo, não estou fazendo grandes progressos por aqui.
- Dia ruim na Cruzada? - brincou Ivy.
- Pode dizer que sim - admitiu Tanner. - Meu cavaleiro venceu o inimigo muito facilmente.
A curiosidade brilhou nos olhos de Ivy.
- E o que você vai fazer a respeito?
- Esta é a pergunta. Se o jogo for muito fácil, as pessoas reclamam. Se for muito difícil, as pessoas reclamam. Eu trabalho com uma margem muito estreita. Agora, o jogo está tendendo para o fácil. Tenho de corrigir.
Ele olhou nos olhos dela e viu que estavam empolgados com o que ele dizia. Havia quanto tempo Tanner não se sentia realmente empolgado com alguma coisa?
- A questão é: - disse ele - deve ser uma consequência mágica ou algo um pouco mais humano?
Ele não deveria estar pedindo a opinião dela, disse para si mesmo com severidade. Os jogos eram o seu domínio e ele raramente ouvia qualquer outra pessoa a esse respeito. O fato de ela estar ali de pé na soleira da porta se intrometendo em seu trabalho era culpa dele, por ter deixado a porta aberta. Mas talvez Tanner estivesse esperando por uma interrupção.
Por mais difícil que fosse admitir, pensou, ele estava se acostumando com ela. Mais do que isso, ele realmente começara a desejar vê-la. Tanto que ele estava lentamente mudando o seu horário de trabalho de vampiro.
Então o que isso queria dizer?
- O que você acha? - perguntou ele.
Ela abandonou o aspirador, entrou na sala e olhou para as paredes em que estavam pendurados cartazes emoldurados de seus jogos mais populares. Ela os admirou com um sorriso silencioso e caminhou em direção a Tanner. Então, olhou para o cavaleiro na tela e disse:???