ツ Capïtulo 41

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Três horas mais tarde, o desejo só tinha se intensificado.

Como se o mundo inteiro estivesse conspirando contra ela, Ivy não fora capaz de sair da fazenda mais cedo. Seria aquilo um alerta de seu sistema cármico? Seria alguém em algum lugar tentando lhe dizer alguma coisa? Tentando fazê-la se afastar de Tanner antes que fosse tarde demais?

Porque se era assim, ela não estava escutando. Ivy estremeceu um pouco ao subir os degraus da frente da casa de Tanner. Na verdade, ela estava conscientemente desligando os seus sistemas de alerta. Ela não queria pensar. Não queria saber ou se preocupar. O que ela queria era sexo. Sexo alucinante, de rasgar a alma. E ela não iria embora dali antes de satisfazer o seu desejo.

Sua consciência gritava dizendo que ela deveria dizer a verdade para Tanner. Dizer que tinha mentido para ele. Ela deveria confessar que ela era proprietária da Fazenda de Arvores de Natal Angel e contar tudo sobre o seu plano para acalmá-lo até que ele parasse de causar problemas.

Contudo, argumentou consigo mesma, se ela confessasse tudo, em vez de uma noite incrível preenchida com o que ela esperava que fosse ótimo sexo e orgasmos múltiplos, conseguiria uma boa discussão. Muita gritaria, sentimentos feridos... Ela acabaria lhe contando a verdade. Mas ela queria passar aquela noite com ele primeiro.

Ivy ajustou a gola da blusa branca de algodão, afastou o cabelo do rosto e, em seguida, limpou as palmas das mãos úmidas sobre as coxas de sua calça jeans. Não era exatamente um traje sedutor, pensou Ivy, mas ela era assim mesmo. E Tanner não parecera nem um pouco incomodado com a calça jeans e a camiseta dela em outras ocasiões.

Seu sangue fluiu um pouco mais rápido ao se lembrar daqueles dois rápidos orgasmos. Ela queria mais. Queria senti-lo tocar todo o seu corpo. Queria sentir a sua pele quente contra a dela. Ela se remexeu, desconfortável, ao sentir o calor líquido acumulando-se no seu sexo. Até mesmo o tecido da calça jeans roçando contra sua pele era quase uma tortura.

Ela olhou para o pôr do sol que coloria o céu acima do telhado da casa. Se ela tivesse algum juízo, daria meia-volta agora, retomaria ao seu quarto e trancaria a porta em seguida.

Ivy respirou fundo, prendeu o ar em seus pulmões e, em seguida, exalou lentamente. Ela estava tentando manter o controle. Tentando manter a calma. Mas o que conseguiu foi uma lufada do cheiro de Tanner quando ele silenciosamente abriu a porta da frente.

A cabeça de Ivy rodou e a boca ficou seca.

O cabelo preto e vasto de Tanner ainda estava úmido do banho. Os olhos dele ardiam com a promessa daquilo de que ela precisava tão desesperadamente. O peito largo e musculoso - como ela adivinhara - estava nu e uma fina faixa de pelos escuros descia de seu abdome, desaparecendo abaixo da cintura de sua calça jeans. O botão de cima da calça estava desabotoado, permitindo-lhe um relance de pele clara.

Amantes ou Inimigos?Onde histórias criam vida. Descubra agora