Xingando baixinho, ele mandou Hairy de volta para a casa.
Ivy corria pelo gramado gritando instruções para a equipe que ficara até mais tarde para cuidar dos arranjos finais para o casamento.
- Que bom que ficaram - murmurou ela enquanto olhava para o caos criado pela súbita ventania.
As pessoas corriam sob o leve brilho do luar e o brilho intenso dos refletores dispostos em tomo do gramado. Mesas foram derrubadas, guarda-sóis foram arrancados e se espalhavam em todas as direções sobre a grama e pelas árvores. O belo arco sob o qual a cerimônia seria realizada fora derrubado.
- Ótimo - disse ela, pegando o guarda-sol aos seus pés. Era pesado e volumoso, mas ela conseguiu erguê-lo e levá-lo até o lugar onde os empregados já estavam empilhando os outros que recolheram. - Todo esse trabalho para ser derrubado em apenas meia hora.
- Nós vamos dar um jeito - garantiu-lhe Dan. Ele olhou para o céu claro e deu de ombros. - Ao menos não está chovendo.
- Vire essa boca para lá - disse ela rapidamente. - Mande o pessoal montar as mesas de volta em seus lugares. Com alguma sorte, o vento não vai voltar. Precisaremos arrumar a maior parte disso antes do amanhecer.
- Agora mesmo - respondeu ele antes de sair dali, gritando ordens para alguns dos homens.
Depois disso, Ivy só trabalhou. Ela manteve a cabeça baixa e a mente vazia enquanto trabalhava incansavelmente no conserto daquilo que a Mãe Natureza destruíra. Como Dan apontava, poderia ter sido pior. Se o vento tivesse sido acompanhado por uma tempestade de verão, o gramado se tomaria um mar de lama e eles teriam de procurar rapidamente um lugar alternativo para realizar o casamento. Do jeito que estava, aquilo poderia ser corrigido e a noiva e o noivo jamais saberiam que algo dera errado.
Atravessando o gramado para se juntar a Carol, que cuidava de consertar os laços do arco nupcial, Ivy observou o movimento com o canto do olho. Quando olhou melhor, ela viu Tanner, atravessando o caminho que ligava a fazenda ao gramado. Ele parou, lançou-lhe um olhar de parar o coração e, em seguida, afastou-se sem dizer nenhuma palavra para se juntar aos homens que recolhiam as mesas e as cadeiras tombadas.
Ela respirou fundo, enquanto o observava ajudando os trabalhadores na arrumação do lugar. Ela se perguntou o que ele estava fazendo ali, mas não dispunha de tempo para parar e perguntar. Uma parte dela queria acreditar que o fato de Tanner estar ali podia significar mais do que apenas um ato de boa vizinhança. Afinal de contas, quando ele tinha sido um vizinho de verdade? Mas, ao mesmo tempo, lembrou-se da expressão fria. e distante em seu rosto quando eles se olharam havia pouco e percebeu que, fosse qual fosse a razão de ele estar ali, nada entre eles havia mudado.
- O que foi? - perguntou Carol, entregando a Ivy um pedaço de fita de cetim branco.
O olhar de Ivy fixou-se em Tanner até ele se perder nos homens que trabalhavam sob o luar. Então ela se voltou para a amiga, forçou um sorriso e disse:
- Nada. Não é nada. Vamos conseguir resolver isso, Carol.