Capítulo 3

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Oh meu Deus!!
Ele é muito, muito lindo.
Paul é o garoto mais bonito do clã. E ele sabe disso. Pior, ele é o futuro Alpha, o que o torna lindo e poderoso, além de extra forte, bom em tudo... Por aí vai, a lista é enorme.
Não tem uma garota acima de 15 anos que não concorde com isso. As outras só não concordam pois ainda não sabem o que isso implica devido à imaturidade e inocência. Mas as que sabem, ah... Essas lambem o chão que ele pisa. Menos eu, claro, porque sou muito tímida e só fico observando de longe. E dava graças a Deus por ser invisível a ponto de não ser notada nem por ele e nem por quem o rodeia. Isso até eu fazer o favor de cair em cima dele. Parece que agora eu virei o centro da sua atenção. Aliás, sou a atração principal do espetáculo que ele maquina naquela cabeça linda. Ai! O que eu estou dizendo?
Ele planejando minha morte e eu o admirando. Sou muito sem noção mesmo.

Há uma semana, ele vem todos os dias aqui no Centro de Ensinos, vulga escola. Ele vai lutar com cada um acima de 15 anos para saber o nível de habilidade de cada um em luta. Pelo menos eu não fui a primeira, senão não poderia ver mais ninguém lutar, pois das duas uma, ou eu estaria muito quebrada, ou nem estaria mais aqui.
Nisso o professor Red me ajudou, mesmo sem saber, quando decidiu que os alunos seriam treinados por ordem alfabética, me tornando assim a última, já que meu sobrenome é com Y e meu irmão se chama Brendan, além de meus primos que também entram antes de mim.

É claro que Paul não pareceu feliz quando soube disso, mas como sr. Red insistiu que fosse assim, ele acabou aceitando. Mas mesmo assim, quando ele passa por mim, quase me derruba com seus empurrões, sempre que eu estou por perto ele dá um jeito de gritar comigo, sempre que estamos sozinhos ele avança e rosna para mim, enfim, é uma tortura.

Já se passaram 7 dias, baseando-se em 1 aluno por dia, fora os fins de semana, minha vez será daqui a 3 meses. Menos mal. Tenho esse tempo para treinar e tentar ficar um pouquinho mais forte. Mesmo que esse 'um pouquinho' seja 1% da força dele.

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Três meses depois disso

Como pode uma admiração tão grande acabar em apenas 2 meses?
Pois Paul conseguiu isso de mim. De admiração, passei a odiá-lo. Mês passado ele espancou um garoto no dia de sua vez na luta, só porque o viu conversando comigo. Nós nem éramos amigos, eu só estava explicando uma matéria para ele. Dois dias depois ele tentou bater em Elly no dia dela porque descobriu que era minha amiga. A sorte é que Elly é mais velha que eu e já teve seu cio, por isso já pode se transformar e pôde lutar de 'quase' igual para igual. Uma semana depois foi a vez de um primo meu. A sorte de minha prima é que ele acha ela bonita, então quando foi sua vez ela não apanhou tanto. Mais hoje é meu dia. Minha vez de apanhar. Ou de morrer...

A essa altura, todos já sabiam do ocorrido, pois ele sempre fazia questão de dizer pra pessoa qual é o motivo de ela ter apanhado tanto, ou seja, eu era o motivo. Apesar de tudo, eu nunca disse nada para meus pais, eles seriam capaz de uma loucura, e eu não queria mais ninguém envolvido do que já tinha. Mas hoje meu irmão e Elly fizeram questão de estar comigo na luta, para que pudesse me ajudar caso o negócio ficasse muito feio. E lá fomos os três para o espaço de luta. Paul ficou bravo, mas não disse nada contra, o que já era um ponto a favor. Ou pode ser que ele estivesse querendo bater mais nos dois ao meu lado. É, é mais provável que seja isso.

Quando cheguei no espaço, meus braços e pernas, e mãos, e tudo tremiam. Eu estava quase tendo um enfarte.
Ele estava no meio do 'ringue' em pé, com uma prancheta na mão, rabiscan... escrevendo algo.
Seu tórax musculoso já suado e desprovido de roupa subia e descia rapidamente, como se ele estivesse correndo a pouco. Seu cabelo, grudado no rosto também suado. Seus brilhantes olhos fixos no papel e sua perfeita boca vermelha presa em uma linha rígida.
Quando cheguei perto dele, ele parou de escrever e olhou procurando meus olhos verdes. Sua boca então se abriu em um largo sorriso de satisfação em me ver ali, pronta para ser espancada; ele mostrava seus dentes perfeitamente alinhados e muito brancos, porém ele não conseguiu sustentar meu olhar. Ele pensou que eu iria estar apavorada. E eu estava realmente, mas não demonstrei isso. Eu precisava ser forte e aguentar, para que os dois atrás de mim não precisassem entrar na briga. Muita gente já tinha apanhado por minha causa, e não apanhariam mais.

Um caso diferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora