Capitulo 1

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Olhando pela minha janela os pássaros voarem... fico imaginando. Como deve ser a vida deles. Eles tem sentimentos? Alguém toca na porta interrompendo meus pensamentos...

Ah, já ia me esquecendo... Meu nome é Veronica Parks tenho 18 anos, minha vida já foi uma droga... Literalmente, fui adotada quando eu tinha cinco anos, me tiraram de casa as pressas. Meus pais biológicos eram (ou são) traficantes, não sei nem se eles ainda estão vivos, mas realmente... não quero saber! Bom, eu fui adotada por um casal perfeito, eles me criaram com todo amor e carinho, mas nada na vida é perfeito! Minha mãe foi diagnosticada há um mês, com um câncer no cérebro estagio três. Já meu pai vive viajando, nunca para em casa! No momento a minha única companhia é minha mãe...

- Filha? - Diz meu pai entrando no meu quarto

- Diga...

- Tudo bem? - Ele diz se aproximando de mim

- Claro, melhor do que nunca! E com o senhor?

- Sim! - Ele me abraça - Filha, tudo vai melhorar, Eu prometo! - Retribuo o abraço.

- As pessoas nunca podem prometer alguma coisa sem saber oque irá ocorrer lá na frente! - Ficamos em silencio por alguns segundos...

- Você está indo viajar de novo?

- Sim, preciso realmente ir. Cuide bem dela, haja normalmente, como se ela não tivesse um câncer ok?

- Ok - Digo abaixando a cabeça

- Filha, independente do que acontecer eu sempre vou te amar e ela também!

- Eu sei - digo sentando na minha cama.

- Bom! Preciso ir embora, Te amo!

Não digo mais nada, fico olhando a parede rosa em meu quarto, e imagino que nunca gostei dela. Ouço a porta da frente se fechar e corro pra janela. Vejo meu pai entrar no taxi e grito:

- Pai.... - Ele se vira e grita:

- Sim!

- Eu te amo! Muito obrigada, por tudo! - Ele sorri de um jeito tão contagiante, nunca o vi desse jeito.

- Eu te amo também minha filha! - Então ele entra no carro, e vai embora.

+++

Tomo um banho bem rápido, visto um short e uma camiseta azul, e percebo que enfim tenho uma cor favorita. Desço as escadas, vou direto para a cozinha, minha mãe está preparando o café, como se nada tivesse acontecido.

- Bom dia minha filha! Como está? - Ela pergunta sorrindo.

- Bom dia! Estou ótima, e a senhora?

- Estou muito bem! - Ela está virando as panquecas, cada vez que a panqueca volta para a frigideira ela solta um grito de felicidade.

Enfim ela termina, vou colocando as coisas no balcão, e me pergunto porque temos uma sala de jantar sendo que sempre estamos comendo na cozinha. Ela vem caminhando com um prato cheio de panquecas, mas sei que vou aguentar comer no máximo duas panquecas, pois ela é bem pesada.

- Qual é a programação de hoje? - Todo final de semana a minha mãe quer sair comigo, ela se sente melhor ao ar livre, e eu acabei pegando o mesmo costume

- Ah, eu estava com vontade de pedalar lá no Central Parque, que tal?

- Ótimo! Vou só lavar a louça, e tomar um banho e nós vamos, vai ser bem legal. - Ela diz, com um tom de felicidade. Apesar de eu morar a duas quadras do Parque a ultima vez que eu fui lá foi há quatro anos, quando a minha avó morreu, meus pais me levaram lá pra me sentir melhor, eu tomei um sorvete, comi algodão doce e pipoca, foi a primeira vez que meus pais deixaram eu comer bastante doce na minha vida. E por incrível que pareça eu me senti muito melhor.

Tomo o ultimo gole do leite, levo os pratos a pia...

- Pode deixar que eu lavo. - Diz minha mãe ainda sentada na mesa.

- Mãe, a lavadora que faz isso, é só colocar os pratos nela! - Digo sorrindo

- Bom, já que é assim... Vou tomar meu banho e já saímos!

+++

Me sinto tão leve, tão feliz, como se eu fosse invencível, é uma sensação perfeita!

Paramos um pouco, ela está se sentindo exausta, da pra ver isso nela, mas ela se recusa a assumir isso...

- Quero um sorvete bem grande d chocolate. - Ela diz sorrindo

- Quer saber? Eu também quero! - Caminhamos até o sorveteiro, compramos o sorvete, e vamos tomando ele até o banco.

Assim que terminamos, pegamos a nossa bicicleta, e pedalamos até em casa.

+++

Estou cortando queijos na cozinha, ela resolveu fazer macarrão com queijo, eu resolvi ajuda-la, nos fazemos quase tudo juntas.

- Sabe oque cairia bem agora? - Ela pergunta

- Já sei! - Grito empolgada - Um outro tipo de queijo?

- Claro que não, pra que mais um? Já temos parmesão e mozarela... - Ele olha pra mim rindo

- Ah mas gosto de um outro tipo, quanto mais melhor - Digo dando muita risada.

- Eu iria dizer que iria cair bem uma taça de vinho!

- Ah, claro! Vou ir lá no porão pegar! - Me viro, deixo a faca em cima do balcão e vou até o corredor, desço as escadas, e olho para a minha esquerda, vejo uma pintura da minha mãe, ela sempre gostou de pintar em seu tempo livre, a garagem sempre foi a oficina dela. Continuo a descer as escadas, entro no porão e pego o primeiro vinho que vejo na minha frente, faço o mesmo trajeto que eu fiz para vir, e grito:

- Mãe... Acho que vou beber uma taça também... - Quando chego na cozinha ela está caída no chão, com os olhos fechados, coloco o vinho em cima do balcão, e corro até o telefone e ligo para a emergência.


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