Capítulo 09 - Me perseguindo?

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O congestionamento fez com que chegássemos meia hora após o combinado, o que deixou meu pai um pouco irritado, mas enfim, chegamos.

— Senhor Mendes! — um homem, de aparentemente já ter seus 40 anos mas muito bem conservados, disse ao meu pai. — Entre! — e abriu passagem para nós.

— Como está Bernardo?

— Ótimo! — e seguiu cumprimentando minha mãe e também a mim. Logo em seguida adentramos sua casa.

Uma mulher, que na qual acredito que seja sua esposa, veio nos cumprimentar também e como estávamos atrasados, não demorou muito para que meu pai fosse ao escritório tratar de negócios. Minha mãe ficou conversando com a mulher, Rebeca. E eu apenas ouvia ao lado delas.

— Eduarda, os meninos estão jogando videogame no andar de cima. Vai lá. — Rebeca disse.

— Não, obrigada. Estou bem aqui.

— Pode ir — dona Liane entrou na onda.

— Tá bom — respondi. Talvez seja melhor do que ficar aqui ouvindo as duas conversando sobre o quão legal é a vida de Rebeca e suas maravilhosas viagens. Bléh.

Muito conveniente chegar num lugar onde não fui convidada, mas enfim, subi as escadas e fiquei um pouco perdida com as dezenas de portas e corredores, mas havia uma com barulhos então suspeitei que estivessem nesse quarto ou sei lá o que seja.

Permaneci parada em frente a porta pensando no que eu iria dizer e já estava até pensando em dar meia volta e voltar para a sala onde estava, mas um garoto abriu a porta e encarou minha cara.

— Er... Hum... Oi — falei com a maior vergonha do mundo todo.

Ai que mico!

— Oi...?

Por que não foi buscar ainda? — perguntou uma voz masculina vindo do quarto. Era mesmo um quarto, e eu conhecia aquela voz.

— Tem uma mina aqui — o garoto respondeu de volta. — Quem é você e o que tá fazendo aqui na porta?

Eu ia responder, mas responderam por mim.

— Duda!? — era o Gustavo! E eu fiquei surpreendida, obviamente. Ele estava por trás do garoto que me encarava e eu parecia uma tonta alí sem dizer nada.

Tudo veio à tona outra vez. Vai ser papai. Que lástima.

— Vocês dois se conhecem? — o mesmo questionou.

— Sim, sai da frente, Math — Gus falou para ele que saiu em direção às escadas. — Entra aqui. A gente tava jogando videogame, quer jogar?

— Quero — entrei e me sentei no sofá. Não era bem um quarto, era enorme o cômodo e tinha jogos para todo lado. Ele me estendeu um dos controles do seu Xbox. Gus estava todo arrumado, com uma calça preta jeans, uma camisa cinza e o cabelo levemente bagunçado.

— Você tá muito bonita — me elogiou e tenho certeza que minhas bochechas coraram de vergonha porque eu não esperava um elogio naquele momento, na verdade eu nunca espero elogios então e a única coisa que fiz foi sorrir pra ele e alguns segundos de silêncio tomaram conta dalí. — Você veio com o dono da Empire?

— Sim, com o meu pai.

— Seu pai é dono da Empire? — eu assenti. — Ah... Que coincidência.

— Também achei. Mas... e então, está melhor? — perguntei tentando me concentrar no jogo e torcendo pra não transparecer dicção, talvez. Mas eu sou muito burra ou masoquista mesmo, por que cutucar a ferida?

A Volta Por CimaOnde histórias criam vida. Descubra agora