Sobre a relação entre pais e filhos e a cobrança exagerada!

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Uma coisa que você passa a perceber e entender melhor conforme cresce, envelhece, amadurece e abre sua mente para o mundo, é a forma meio padronizada com que os pais agem em relação aos seus filhos quando eles estão crescendo.

Obvio que como tudo no mundo não podemos generalizar.

Existem sim pais super de boa e que compreendem os filhos e os deixam ser quem realmente são sem pressão ou cobranças, deixando eles se desenvolverem e encontrarem seu lugar no mundo de uma forma muito natural.

Sim, existe.

Embora eu não conheça nenhum pessoalmente e os veja mais como um tipo de lenda urbana: as pessoas sempre comentam sobre, da maneira mais empolgante possível, mas você raramente consegue encontrar algum deles pessoalmente.

A grande maioria dos pais ainda segue o padrão de maximizar tudo, desde proteção a cobranças.

Mas uma coisa que você deve tentar entender desde sempre, é que assim como a grande maioria, os seus pais agem assim não por te odiarem, quererem o seu mal ou qualquer afim que se encaixe nas suas ideias extremistas.

Seus pais agem por exagero porque é assim que eles melhor demonstram seu amor por você.

Quando você nasceu foi como se um dos tesouros mais preciosos deles tivesse solto e a mercê de qualquer mau, o que faz com que eles meio que queiram embrulhar você em plástico bolha e esconder trancado no seu quarto.

Eles não fazem isso realmente (porque não podem), mas pecam em outras atitudes, e de outras maneiras.

Todo mundo era, e os pais na maioria dos casos erram por amar demais seus filhos e justamente por isso exagerar em coisas com as quais deveria agir com um pouco mais de razão e menos emoção.

Quando eu era mais nova me sentia um bicho por não ter a liberdade que meus amigos pareciam ter ou então me sentia sufocada pelas comparações e cobranças as quais meus pais me empunham.

Eu achava que era a única a passar por coisas assim e não conseguia entender o que se passava na cabeça dos meus pais.

Às vezes, eu realmemente achava que eles amavam mais meus irmãos ou que me odiavam.

Mais tarde eu percebi que a atitude deles em relação à mim não era algo único.

A maioria dos pais age igual com seus filhos.

Agem de forma a maximizar tudo, seus instintos de proteção passam de algo como 'cuidado com suas companhias' a 'você não vai sair depois de tal hora por que é perigoso independente de com quem seja e para onde vá'.

E então, temos os instintos de supervalorização, onde os pais criam uma imagem na cabeça deles de seus filhos, que na maioria das vezes não corresponde à realidade.

E o que eu chamo de 'o melhor', onde eles sempre querem o melhor de você, mesmo que esse melhor seja praticamente algo impossível de se alcançar.

Ainda nessa época, lá pelos meus 14/15 anos, as coisas que mais me irritavam eram a insistência dos meus pais (mais do meu pai na realidade), em me ditar regras e exigir coisas que no fundo só me faziam insegura e depressiva.

Eu dificilmente tinha permissão para sair sozinha ou com minhas amigas, ir a festas ou então namorar. E então eu era constantemente cobrada para que seguisse o exemplo da minha irmã mais velha e era insistentemente comparada a ela.

O fato é que: enquanto minhas amigas saiam, viam o mundo e aprendiam de uma forma mais pratica (e nem sempre fácil) como as coisas funcionavam na realidade e como os relacionamentos se desenvolviam, eu estava em casa lendo ou estudando e me sentindo extremamente insegura com o meu jeito de ser ou então com minha aparência.